Capítulo 23 - Vinte e um de Janeiro

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Era noite de 20/01. Bea e Nathan estavam ansiosos para que meia-noite chegasse e eles pudessem me dar parabéns no dia 21/01. Era estranho imaginar que o cara que você super admirava namorava sua irmã, e queria te dar feliz aniversário pessoalmente.

Eu ficava imaginado, será que Caíque iria me mandar uma mensagem? Se é que ele sabia que seria meu aniversário. Loucura minha imaginar que algo assim pudesse acontecer.

Meia-noite chegou, eu estava deitada na cama desabafando no bloco de notas celular.

Texto: Daqui a pouco é meia noite. Será que Caíque vai lembrar que é meu aniversário? Na verdade acho que ele nem sabe que vai ser meu aniversário. Aliás nunca disse, que eu me lembre. Mas talvez Nathan tenha contado para ele e para Paulo. Seria interessante se ele me mandasse pelo menos uma mensagensinha. Mas não quero me iludir, nem criar expectativas. Vamos esperar e ver.

Quando Bea e Nathan entraram no quarto, pularam na cama e começaram a me agarrar. Eram beijos, abraços, cócegas, sorrisos...

- Parabéns Lari! - Nathan sorriu. - Agora você tem 19 anos!

- Obrigado Nathan! - eu sorri. - Agora eu realmente tenho 19 anos!

Ele me abraçou e logo em seguida saiu do quarto. Bea me abraçou e enquanto isso pegou o telefone que estava do meu lado desbloqueado. Quando percebi, soltei Bea e peguei o celular.

- Nossa, feliz aniversário! Bruta! - ela disse.

- Não mexa nas minhas coisas.

- Não se destrua. - eu bufei e levantei da cama ficando de costas para Bea.

- Não estou me destruindo.

- Está sim. E vira pra mim. - eu me virei. - Mana, hoje é seu aniversário. Pelo menos tenta disfarça que você tá destruída por dentro. E para de se destruir por fora. Eu sei que é difícil se controlar, mas você precisa tentar. Não só porque eu tô pedindo, mas porque você precisa disso. Você sabe que eu tô falando isso pro seu bem.

- É, eu sei.

- Então... - eu me sentei novamente. - Você quer ver ele? Presente de aniversário. Eu posso trazer ele aqui, só dessa vez.

- Não! - exclamei. - Eu não quero ver ele Bea.

Eu saí do quarto e logo vi Nathan no corredor. Ele estava com uma expressão séria, com certeza havia ouvido toda a conversa. Ele sempre soube que eu sentia falta de Caíque, mas talvez nunca tenha percebido que eu estava enlouquecendo.

Aliás, nem eu sabia que estava enlouquecendo. Até que Bea me mandou a real, era impossível me controlar. Então passei direto e fui chorar no banheiro.

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