Capítulo 57

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Como assim? Grávida?! Oi?!

- Não. - sorri. - O senhor deve ter se enganado.

- Lari, sua surda! É claro que está grávida! Ai meu Deus, vou ser titia! - Bea tinha os olhos brilhantes de alegria.

- Não é nenhum engano, os exames compravam. - ele me entregou as folhas.

Não entendi nada do que tinha ali, claro, não sou médica. Mas tudo aquilo parecia chocante. Eu? Grávida? Como eu iria encarar isso? E pior, como eu contaria isso para Caíque?

Parecia brincadeira. Sempre quis ser mãe, mas não naquele momento. Eu ainda morava com minha mãe, não havia entrado para uma faculdade, não trabalhava, ainda não era casada. E tudo estava contra. Mas era meu filho. Não podia negar que eu era a pessoa mais feliz do mundo naquele momento.

- Bom, na verdade, ainda corremos um grande risco. Os exames comprovam, mas pode ser que esteja errado. Ainda é muito recente. A senhorita se lembra de algum dia em que isso possa ter ocorrido? - ai, meu Deus. Ele estava falando sério!

- Sim. É... Mais ou menos uma semana, uns seis dias. Não sei bem... Eu estou muito... - tentava falar, mas saía muito lento por causa do choque. Então decidi deixar para lá.

- Então vamos fazer assim, daqui à alguns dias a senhorita volta aqui ou vai em um hospital próximo. Ou então... - ele pareceu pensativo. - Você teve algum enjoo espontâneo ou algo assim?

- Tive. - disse e pus o cabelo atrás da orelha.

- Ah sim... Então, vá à um hospital ou volte aqui em alguns dias e faça um novo exame. Ou você pode fazer um de farmácia em casa se preferir, mas recomendo ir à um hospital. - assenti com a cabeça. - Só isso. Vou acompanhar as senhoritas até a porta.

Ele nos levou até a porta. Eu estava mentalmente paralisada. Não parava de pensar no que eu faria a partir dali. E qualquer decisão errada poderia prejudicar meu pequeno bebê. Aliás, não éramos mais apenas eu e Caíque. Havia um fruto nosso, um descendente, uma criança, um filho. A prova de todo o nosso amor estava ali. Éramos aquilo a partir de então. E já éramos a família mais feliz do mundo.

No caminho para casa, passamos em uma farmácia. Compramos o teste e seguimos o caminho. Eu estava calada, e Bea falava o tempo todo do quanto ela estava feliz e empolgada por ser tia.

Ficava imaginando o que minha mãe diria. Ela sempre foi tão correta. E de repente, a filha mais nova tem suspeita de gravidez de um ídolo teen. Provavelmente, ela iria ficar feliz. Mas também iria me dar aqueles sermões que duram séculos. Mas sempre me apoiaria.

Se meu pai não estivesse do outro lado do planeta, eu tenho certeza que ele teria um ataque cardíaco. Aliás, eu e Bea somos as menininhas do papai. E de repente ele teria netinhos. Nunca imaginei que isso aconteceria comigo, mas estava acontecendo. E era incrível.

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