Capítulo 39

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     — Pensando no Júnior? — Caíque se sentou na mesa do restaurante interrompendo meus pensamentos.

     — Na vida. — sorri e olhei para aquela xícara de chocolate quente feita de porcelana clara e delicada — Lembrei de quando fomos visitar minha avó.

     — Aff, aquele cara... — ele revirou os olhos.

     — Ei? Para! — e pela primeira vez em dois dias eu consegui rir.

     — Olha, você está rindo! — ele acariciou minha bochecha.

     — É o seu ciúme bobo! — dei um beijo nas costas de sua mão.

     — Eu adoro esse sorriso sabia? É o mais lindo que eu já vi. — ele passou o polegar pelos meus lábios.

     — Eu também adoro o seu. — pisquei um dos olhos e ele se esticou passando pela mesa e me deu um selinho apertado.

     — Tenho boas notícias. — eu amava quando ele dizia isso, principalmente nos últimos dias.

     — Então conte!

     — A gente já pode ir ver o nosso filho. — e aquela já era uma notícia maravilhosa — Mas calma, só pelo vidro. De verdade mesmo só quando a gente levar ele para casa daqui à uma semana.

     — UMA SEMANA? — perguntei animada.

     — É, tá feliz?

     — Muito, amor, muito. Vamos logo, eu preciso vê-lo!

. . .

              Mesmo do outro lado do vidro do berçário, eu podia ver aquele lindo bebê dormir tranquilamente após uma semana de sofrimento. Eu juro que pensei que hoje estaria vendo-o assim em um caixão. Tão bom saber que ele está bem, vivo.

     — Tá feliz? — Caíque perguntou me abraçando por trás e eu pus minhas mãos sobre as suas em minha barriga.

     — Muito, eu pensei que fôssemos perder o nosso filho. — confessei sentindo uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto.

     — Não fale mais isso ok? — ele disse posicionando sua cabeça entre meu ombro e meu pescoço — Acho melhor irmos para casa, você precisa descansar.

              Realmente, eu estava morta de cansaço por dentro. Mas não queria assumir. Foram se lá uma semana inteira no hospital, esperando que ele melhorasse. E lembra quando eu disse que as vezes Deus nos coloca em prova para saber se realmente amamos alguém? Então, eu acho que foi aprovada. Meu amor por aquele menininho é impagável, incomparável, incompreensível, incansável, inalcançável, inabalável e indestrutível. Acho que todo Caíque Patti Da Gama me ganha.

     — Tem razão, vamos. — disse mandando um beijo no ar para aquele serzinho do outro lado do vidro.

. . .

              Fazia alguns dias que eu não via Lia e Gabriel, confesso, também estava morrendo de saudade daquelas coisinhas gostosas. Abri a porta do apartamento e encontrei Nathy com Lia no colo enquanto Paulo carregava Gabriel.

     — Olha, a mamãe chegou! — Nathy imitou a voz de um bebê e sorriu.

     — Ai que coisinha mais linda! — disse pegando minha princesa no colo.

     — Como vocês estão? — ela perguntou ajeitando o vestido vermelho de Lia — E o Juninho?

     — Bem, e ele também. Graças à Deus, ele tem auta na semana que vem. — sorri e dei um beijo naquela bochecha fofa.

     — Ai que bom amiga! — Nathy disse animada e fez um coque no cabelo.

     — Oi Lari. — Paulo disse e me deu um beijo na bochecha — Esse pestinha aqui deu trabalho, viu?

     — Ei? Não chama ele de pestinha, seu Panda safado. — dei lhe um tapa no braço.

              E rimos. Aquele estava sendo um dia ótimo. Eu estava voltando a sorrir aos poucos e só faltava Bea, Nathan e Júnior para que tudo ficasse perfeito. E então, nada mais importava. Nem o que era importante.

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