Capítulo 08 - Pequenas lembranças

352 34 4
                                    

Não sabia o que a Bea iria fazer, mas também não queria saber. Se eu soubesse, teria um ataque cardíaco. Tentei evitar, mas a curiosidade falou mais alto. Quando Bea foi tomar banho, peguei seu celular e li as mensagens. Uma delas era para Caíque.

Mensagem: Caíque, eu preciso falar com você. Mas não me liga.

Eu poderia ter considerado traição, mas era minha irmã. No fundo, ela realmente queria me ajudar. Bea saiu do banho e eu do quarto. Deixei o telefone no mesmo lugar, na mesma forma.

Quando eu saí do quarto o telefone de Bea começou a tocar.

- Caraca, Caíque. Eu disse pra você não me ligar. Você sabe ler? - Bea disse irritada.

Caíque respondeu.

- Tá, Caíque. Fala logo, daqui a pouco ela vai entrar aqui.

Caíque respondeu.

- Que horas? Nathan?

Caíque respondeu.

- Ok. Mas ele vai né?

Caíque respondeu.

- Tá, pode deixar. Eu consigo. Beijos tchau.

Entrei no quarto e Bea disfarçou.

- Mana, tive uma idéia.

- Diga.

- Amanhã, bora no shopping amanhã?

- Amanhã? Pra quê? A única coisa que eu quero fazer é me enfiar nesse travesseiro e chorar até não dar mais.

- Para de fogo. A gente vai sim.

- Qual?

- Ah... Sei lá. Que tal o Village Mall?

- Ah não! É muito longe...

- E daí? Vamos por favor!!!

- Tá. Mas o que a gente vai fazer lá?

- Vamos no cinema. Ai a gente pega qualquer sessão, só pra você sair dessa mini depressão! Topa?

- Pode ser...

No fundo, eu sabia que Caíque estaria lá. Mas mesmo assim, eu resolvi isso. Precisava de respostas, para as todas as minhas perguntas. Até que não restasse nenhuma dúvida, e eu pudesse viver em paz.

E também, teria chances de o Nathan estar lá. E já que Bea e ele ficaram, seria bom que eles se vissem novamente. Vai que eles resolvessem ficar juntos para sempre?

Dormimos, acordamos, tomamos café da manhã, nos arrumamos e fomos para o shopping. Eu estava tremendo, eu queria muito perguntar para Bea se Caíque estava lá. Mas seria estranho se realmente nós se estivéssemos lá para eu sair da bad.

As lembranças do show naquele shopping me consumiam. Eu lembrava de cada momento, de cada sentimento, cada batida de meu coração. Lembrava do grito que eu dei ao ver Caíque me olhando, lembrava de nós subindo para o palco. Lembrava do nosso beijo... Essa era a melhor e a pior lembrança que eu poderia ter.

Mesmo que eu estivesse precisando dele, eu precisava me afastar. Eu precisava excluir ele da minha mente, do meu coração. Mas era difícil, estava muito recente. E eu ainda podia sentir nossas bocas coladas.

31Onde histórias criam vida. Descubra agora