Capítulo 72

226 18 0
                                    

Assim que terminei, fui para a sala onde a cozinha dividia seu espaço. Caíque estava sentado no balcão, comendo algo que já estava acabando. Me aproximei e pude perceber que era uma torrada. Caíque estendeu a mão, e eu a segurei. Então ele me puxou para perto e eu me sentei em seu colo. Ele passou sua mão por minha cintura e deu a volta em mim com o outro braço, me deixando arrepiada.

- Estava com saudades de você... - ele colocou sua cabeça entre meu pescoço e meu ombro e começou a distribuir beijos por ali. - Mas eu sei que a gente não pode. - ele parou e me deu um selinho. - Levanta? - eu me levantei e ele fez o mesmo, deu a volta no balcão e começou a lavar o prato. - E aí? Já está pronta? - assenti com a cabeça. - O quê houve amor? Foi alguma coisa que eu fiz? Porque você não fala nada?

- Não. Eu só estou um pouco enjoada. Está tudo bem. - sorri. - Vou chamar a Bea.

Segui em direção ao outro quarto, e tudo o que se podia ouvir eram os roncos do Nathan. Fiquei com vergonha de sair abrindo a porta, e resolvi bater. Logo escutei passos, e a maçaneta da porta girou. Quando a porta abriu, lá estava Bea. Por incrível que pareça, ela estava arrumada.

- É... Vamos. Pega suas coisas, vamos voltar para casa. Mas se você quiser ficar...

- Não, eu vou sim. Só vou chamar o Nathan. - ela fechou a porta e eu fui em direção ao quarto.

Peguei minhas coisas e fui para a sala. Por surpresa, já estavam todos lá. Descemos e fomos para o carro. Eu não estava só me sentindo enjoada, estava me sentindo um lixo. Mas não me importei, era coisa de grávida se sentir sensível. Logo chegamos em casa, não demorou muito. Caíque iria precisar passar na casa de um amigo então ele resolveu ir me buscar depois que ele fosse lá. Bea e Nathan desceram do carro e eu e Caíque ficamos lá.

- Amor, eu estava pensando. A gente vai ter um filho, e eu vou continuar morando com a minha mãe? - olhei confusa me ajeitando no banco do carro.

- Não amor, nós vamos casar. Vamos morar juntos. - ele tirou o cinto e se virou para me olhar.

- E vamos morar juntos onde? - perguntei tirando o cinto de segurança.

- Sabe aquele apart-hotel? Então... Vamos ficar lá por enquanto e depois nos mudamos para uma casa, um apartamento... Sei lá. Você que sabe. - ele sorria.

- Em São Paulo? - ele assentiu com a cabeça. - Eu acho que ainda é cedo para ir morar em outra cidade. Minha mãe e a Bea...

- Elas vão ter que entender. Você já está bem grandinha, e a gente vai formar uma família. - por mais que eu quisesse, algo me dizia que não.

- É... Mas sei lá. Eu acho que é melhor a gente ficar aqui no Rio, não quero me afastar da minha família.

- Eu também não.

- E eu posso me afastar da minha família e você não? - apontei para ele e sorri sarcástica.

- Não é isso amor. É que eu já estou acostumado com lá, e a gente já tem um lugar lá...

- Não, eu não quero. Eu já estou acostumada com o Rio. E cara, a gente pode ficar aqui em casa por um tempo. O Dinho está com a Rayrane. Qual é o problema? - cruzei os braços.

- O problema é que você tem que aprender a se virar sozinha. Quanto tempo você acha que vai ficar na aba da sua mãe? - ele cruzou os braços também.

- Na aba da... Caíque você está se ouvindo? - estreitei os olhos.

- Estou e ai? - ele debochou.

- Droga, Caíque! Que droga! - abri a porta e peguei minha bolsa.

- Aonde você vai? - Caíque perguntou enquanto eu saía do carro.

Não respondi. Apenas sai do carro e entrei em casa. Não queria mais brigar com ele, não queria mais que ele fosse embora. Então dei tempo ao tempo, sai entrando sem me preocupar com nada. Podia ouvir os passos de Caíque atrás de mim, mas ele não dizia nada. Apenas foi atrás de mim.

31Onde histórias criam vida. Descubra agora