Capítulo 28

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-Dois meses depois-

              Nossa. Ser mãe é bem mais complicado do que eu imaginei. Estou umas duas ou três noites sem dormir por causa do Gabriel. Eu queria tanto que ele fosse como os irmãos e calasse a boca... Tudo bem, exagerei. Mas ele ainda nem fala e já torra a minha pouca paciência. Eu deveria ser uma mãe mais compreensiva ou então ser radical e joga-los em um hospício infantil?, me questionava a todo momento. Talvez eu estivesse parecendo a Bea por pensar desse jeito. Mas parece que quanto mais eles crescem, mais complicado fica.

              Mari só me ajudou nas primeiras semanas. Achei injusto que ela cuidasse dos meus filhos o tempo inteiro já que eu estava completamente bem. Apesar de que Caíque tenha me enchido o saco tentado me convencer de que precisamos de uma babá. Não que seja ciúmes dos meus filhos, mas não quero outra pessoa com eles. Já basta ter de dividi-los com Caíque (ok, talvez seja um pouco de ciúmes).

              A coisa mais estranha que aconteceu nos últimos meses foi o desaparecimento de Samira. Não tivemos mais notícias dela e nem de Jade desde a última visita de Caíque a ela, o que foi a dois meses.

              Pelo o que sabemos, o último a vê-la foi seu pai. E ele ainda afirma que ela está bem.

              Caíque anda tenso e nervoso. Claro que por preocupação, de uma forma ou outra, é a filha dele. Eu até tentei convencê-lo de que está tudo bem e que ela só deve estar passeando ou então tirando um tempo para pensar.

              Mas não deu certo. Ele continua da mesma forma. Apenas parece que cada vez pior, casa vez mais preocupado e isso acaba me preocupando.

              Além de não saber o que está acontecendo com Gabriel, eu não sabia o que estava acontecendo com Caíque. O jeito como ele estava me tratando era assustador, não que ele me batesse ou brigasse comigo. Apenas era frio e dizia poucas palavras.

     — Ah meu sobrinho lindo, dorme em nome de Jesus! — Bea suplicou sem paciência.

     — Ele não vai dormir nem tão cedo, com você era a mesma coisa. — minha mãe disse se sentando ao meu lado no sofá.

     — Não diz isso não... Diz que ele vai dormir. Praga de mãe pega. — ri fraco.

     — No caso, praga de avó não é? — dona Sibele corrigiu se sentando ao lado de Bea.

     — Vocês duas são mães. A culpa de ele ter nascido é de vocês. — acusei.

     — Não, não minha querida. Quem fizeram foram vocês. Não venha nos culpar. — minha mãe me repreendeu e todas nós rimos.

              Sentadas naquele sofá ao ar livre na casa nova dos pais de Caíque, era incrivelmente relaxante. Era aniversário de Giovanny então eles resolveram fazer um churrasco para a família e amigos antecedendo a festa/balada que teria ao final do dia.

              Todos estavam lá. A família de Paulo, de Nathan, de Caíque e até a minha. Parecia mais um formigueiro do que um quintal.

              Lia e Júnior nos observavam do carrinho enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios e Bea tentava fazer Gabriel dormir. Acho que dessa vez, nem ela iria conseguir. Mesmo com aquele barrigão, ela mantia meu pequeno nos braços e o balançava de um lado para o outro.

              Eu queria tanto viver essa paz todos dias...

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