Capítulo 46

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              Nunca fomos tão intensos. Nunca dissemos aquelas coisas. Nunca nos amamos com tanta paixão. Nunca fizemos amor como estávamos fazendo naquele momento.

     — Olha nos meus olhos. — Caíque sussurrou me olhando enquanto eu arranhava suas costas.

              O rosto molhado, os cabelos grudando na testa. Ele estava bem diferente, mas os olhos continuavam iguais.

     — Você teria coragem de fazer isso com outro homem? — questionou me deixando cada vez mais arrepiada.

     — Claro que não. — respondi em um sussurro.

     — Porquê? — ele deu um beijo em meu queixo e mais uma onda de prazer me atingiu.

     — Porque só você... Só você me deixa assim. Você é o único para qual eu vou me entregar pelo resto da vida. Eu amo você. — o beijei ferozmente e assim foi correspondido.

. . .

              Depois de tanto prazer, ficamos deitados naquela cama, sem nos olhar. Cada coisa que dissemos foi tão suja, tão perigosa, tão excitante, que eu não tinha coragem de olha-lo. Mas me doía saber que aquela podia ter sido a nossa última vez.

     — Você não transou com ele. — ele disse dando um beijo em meu cabelos e acariciando minhas costas.

     — Resolveu acreditar em mim? — passei meu braço pelo seu corpo.

     — Você acabou de me provar isso, aqui. — ele levantou o meu rosto com a mão em meu queixo — Eu tenho certeza que você só faz amor comigo, você não faria dessa forma se tivesse se entregado à outro. Eu errei em não acreditar em você. Mas eu te amo muito, muito mesmo. Aquilo que eu fiz e disse lá na clínica foi besteira. Eu estava nervoso e você não tem que me perdoar. Só quero deixar bem claro que se essa tiver sido nossa última transa, foi a melhor de todas. Não só a nossa melhor, foi a melhor da minha vida. — e eu não suportei ouvir aquelas palavras sem o beijar.

              De repente eu estava em cima dele, nos beijando loucamente eu percebi que aquilo nunca iria acabar. Nós nunca iríamos ficar longe um do outro. Se em menos de vinte e quatro horas já estávamos assim, imagina o que poderíamos fazer se tivéssemos ficado uma semana afastados.

     — Você é um idiota. — parei o beijo e falei desgrudando os cabelos de seu rosto.

     — Você me chamou de que? — ele estreitou os olhos, tentava ficar sério, mas aquele sorriso não se apagava.

     — De idiota, chato — fui falando enquanto ele rolava ficando em cima de mim devagar — , esquisito, perturbado, maluco...

     — Fala mais. — ele continuava com a mesma expressão.

     — Burro, estranho, chupeta de baleia e... — fui tomada por risos quando ele começou a me fazer cócegas — Caíque... Para... Por favor... Para!

     — Pede desculpas. — eu queria pedir, mas não conseguia dizer nada — Vai, pede.

     — Des... Desculpa amor. — disse ainda me contorcendo.

     — E eu sou o quê?

     — Lindo... Maravilhoso... Gostoso... E não é chupeta de baleia. — eu ria por fora, mais chorava por dentro.

     — Ham, acho bom. — ele parou e me encarou sorrindo.

              Sabe, acho que são por esses momentos que continuamos juntos. Porque se nós não brigassemos, não iríamos fazer as pazes. E sinceramente, se for para fazer as pazes desse jeito, eu vou brigar mais vezes.

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