Capítulo 64

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Era horrível. Ver que Caíque estava em silêncio diante de algo tão sério e doloroso. E também era horrível, saber que eu estava com um filho dele na barriga. Não queria contar de qualquer jeito. Eu tinha um plano, mas brigados não iria funcionar. Seria uma surpresa linda. E eu precisava ganhar tempo. Não por mim, ou por nós. Mas sim pelo nosso filho.

- Eu amo o Caíque, mãe. E eu sei que ele também me ama. Mas ele não pode ficar saindo e entrando na minha vida, não sou um brinquedo dele. - disse firme.

- Você nunca foi e nunca vai ser um brinquedo pra mim. Você sabe muito bem o quanto eu te amo. Mas você me provoca, me deixa irritado e com ciúmes. E me desculpa, eu não tenho sangue de barata. - ele argumentou.

- Bom, já que resolveram falar, vou deixar vocês conversarem. Por favor, sem gritos! Boa noite. - minha mãe se levantou e saiu sem que nenhum de nós a cumprimenta-se novamente.

E então o silêncio se estabelceu até que o som da batida da porta do quarto de minha mãe fosse ouvida. Quando soou o barulho da porta, uma lágrima rolou dos olhos de Caíque. Prontamente, fui até ele que estava sentado no sofá logo a frente e o beijei.

- Não chora. - sequei a lágrima.

- Então para e me diz a verdade. - ele se levantou me deixando sentada no chão observando aquilo.

- Me diz você! O que estava fazendo com a Mira? - perguntei me levantando.

- Conversando. Fui desabafar com ela. Eu preciso dessas coisas também. - ele se sentou no sofá onde antes eu estava. - e o que você estava fazendo com o Paulo no banheiro? E com quem você saiu?

- Eu estava passando mal, o Paulo me ajudou. E é um segredo nosso. É coisa de mulher! E o Paulo é só meu amigo. Hoje eu saí com o Igor, não foi um encontro. Mas a gente se beijou, na verdade, ele me beijou. - disse rapidamente.

- O que? Vocês... Vocês se beijaram? - ele me encarou.

- Ele me beijou. Caíque, digamos eu você não está em condições de me cobrar explicações. Você anda me magoando muito! - empurrei ele com força.

- Mas eu nunca te trai. - ele caiu no sofá. - Eu sei que não foi culpa sua, mas é traição.

- Não, não é. Eu não me deitei com ele. Foi só um beijinho de nada. E não chegou nem aos pés de quando a gente se beija. - me sentei na mesinha de centro.

- Eu te amo. Não quero perder você. - Caíque me olhou nos olhos. - Me perdoa?

- Sim, Caíque. Mas por favor, não desconfie mais de mim. Eu odeio quando você vai embora e some. - e eu cai em um choro desesperante.

- Não chora, eu estou aqui. - ele me abraçou. - Eu prometo que vou ficar pra sempre, amor.

- Eu te amo muito. Não faz mais isso comigo. - soltei ele para limpar o rosto.

E não deu mais tempo de dizer nada. Caíque me beijou e logo eu estava em seu colo. Sentados no sofá, sem nos preocupar se alguém iria notar que estávamos quase nos amando ali mesmo. E claro, rolou algo. Mas bem rápido. Apenas para matar a saudade, não podíamos fazer barulho e nem deixar que alguém visse. Mas então, estávamos bem. E juntos, como Os Três Mosqueteiros, ou mais.

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