Sinto muito

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Cristina

Acordei com uma ânsia de vômito horrível. Levantei da cama, e coloquei meus pés no chão, senti o quanto o chão estava gelado, mal conseguia levantar da cama, pois meu corpo gritava por mais alguns minutos dormindo. Passei a mão nos cabelos, e abri a maçaneta. Estava soando frio, meus pés estavam descalços, meu corpo em uma temperatura diferente, minha têmpora doendo e minhas mãos geladas. Desci as escadas com um coberto nas costas e, avistei Vitória tomando café.

- Bom dia, filha! - exclamei.

- Bom dia. - Vitória parecia preocupada. - Vou passar a tarde na casa da Isa, iremos fazer um trabalho. Só volto as 19:00hmin.

- Okay! Vou falar com o seu pai sobre a sua ida para a Suíça.

- De novo esse assunto? Já disse que não vou! Poxa, eu odeio aquele homem, ele acha que pode aparecer e sumir de uma hora para a outra? Ele é um babaca, odeio ele. - Vitória cruzou os braços.

- O que é isso Vitória! Ele é seu pai, meu ex-marido. Você tem que respeitar-lo. Ele ainda é o seu pai, apesar do caráter dele, ele ainda é o seu pai. - arregalei os olhos.

- Tenho que ir, já estou atrasada.

Fui deixar Vitória na faculdade, e no caminho, bateu um enjôo horroroso. Coloquei a mão na boca, na tentativa de segurar, mas não deu certo, vomitei no banco, na minha calça jeans e, na minha bolsa. Faltava dois minutos para chegar em casa quando tive tonturas. Apertei o botão para o portão abrir, e estacionei o carro. Entrei no banheiro e tranquei a porta. Sentei na privada, e novamente o enjôo persistiu. Vomitei na pia do banheiro. Depois de vomitar, liguei para o meu ginecologista, e ele aconselhou que ficasse repousando. Levantei e fui pegar um comprimento para enjôo, mas no caminho, senti outra vez uma tontura, mas dessa vez, desmaei. Acordei com a calça suja de sangue, imediatamente peguei meu celular e liguei para o meu ginecologista, o doutor Fransuar. Ligação em andamento...

- Alô, bom dia! Aqui é o doutor Fransuar, em que posso ajuda-la?

- Doutor, sou eu. - minha voz saiu trêmula -, aqui é a Cristina Rocha, estou com um sangramento, e estou grávida. O que posso fazer?

- Chame a ambulância, e peça para os para-medicos, a levarem para o hospital João Barcelos.

- Ok! - desliguei

A ambulância veio logo em seguida
Enquanto os para-medicos colocava-me na maca, só lembrei de ter visto um belo rosto masculino. Acordei já no quarto, e com soro na veia. Olhei para o lado, e vi uma enfermeira loira, com uma prancheta nas mãos. Virei o rosto, e senti uma picada na veia. Olhei para o meu braço, e vi a enfermeira aplicando uma agulha. O doutor Fransuar logo veio com algumas enfermeiras. Finalmente falei:

- O que aconteceu? - meus olhos estavam lacrimejando.

- Quando você estiver melhor, falaremos sobre o assunto.

Fechei os olhos. Acordei e já estava me sentindo melhor. Fransuar abriu a porta, e disse:

- Podemos conversar agora?

- Óbvio!

- Bom, você estava grávida de gêmeos. - interrompi.

- Estava?

- Então, seu filho está bem, porém, infelizmente seu outro filho não resistiu. Sinto muito.

- Como não! - lágrimas brotaram, e bateu um desespero.

- Sinto muito! Você pode tentar novamente daqui a dois meses.

- Só se for com o dedo. Ai meu deus! - gritei - O que eu vou fazer? Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus.

- Sinto muito. Mas você ainda tem esse menino aí.

Coloquei minhas mãos no rosto e fechei os olhos.

Vitória

A aula estava muito divertida. O professor passou um exercício para sala, então todos foram fazer. Isa cutucou meu ombro.

- Ei, está em qual questão?

- Nem copiei! - ri.

- Nem eu! - Isa bateu na minha mão.

- Ei, vão copiar! Estou de olhos em vocês. - o professor nos repreendeu.

- É a Vitória aqui puxando assunto. - Isa sorriu.

- Vaca! - bati no seu ombro.

Deu o intervalo, e saímos da sala
No caminho avistei deus vacas andando na avenida.

- Gente, vem ver a Vitória ali. Amiga o que você está fazendo aí, volta pra cá doida. - Isa gargalhou.

- Para Isa! - ri. - Vou falar com o Arthur mais tarde.

- Hummmmm! - Isa fez cócegas na minha barriga, e deu um sorrisinho safado. - Você e o Arthuuur. Humm.

- Besta! Somos apenas amigos ou não.

Saí da faculdade, e fui para casa com Isa. Arthur tinha desistido de ir ontem, então seria hoje. Hoje! Estava no quarto quando Isa abriu a porta do closet, e disse:

- Tenho uma roupa maravilhosa para você, miga. - ela mostrou um vestido azul royal em formato de V frontal e nas costas. - Você vai com ele.

Peguei o vestido das mãos de Isa e olhei o decote em formato de V. Ele era maravilhoso. Era azul royal, como havia dito, era de alça, mas a alça era feita de metais, além da cor vibrante, ele era longo. Lindo! Achei um pouco provocante, mas ele estava incrível e perfeito para uma noite "casual". Fui para o banheiro, vesti o vestido, escovei os dentes, fiz uma make para a noite, penteei os cabelos, escovei os dentes. Sai do banheiro segurando uma parte do tecido. Isa disse:

- Faz uma trança na raiz do cabelo, e deixa o resto solto.

Assenti, e fui para à frente do espelho.

- Vic, você acha que o Alex ainda está afim de você? - Isa enrolou com os dedos uma mecha do meu cabelo

- Oi? - virei meu pescoço bruscamente. - Mas é claro que não, amiga. Por que isso agora?

- Sei lá, ele disse que você era muito bonita, e que ele a pegaria. - Isa parecia tristonha.

- Amiga, você tem que confiar no seu namorado, poxa.

- Eu sei, amiga. Minha prima vai chegar esse final de semana. O nome dela é Maria Luiza. Ela é maravilhosa.

- Como ela é?

- Ela tem cabelos loiros, semelhante aos seus, olhos cor de mel, magra, cebelo na altura do quadril.

- Afs, ela quer me copiar só pode.

- Ela é muito legal! Ela está doida para conhece-la. - Isa caiu no chão.

- Isa, o que está acontecendo? - fiquei de joelhos.

- Minha barriga... Está doendo muito. - Isa pressionou a barriga.

- Fica aí! Vou ligar para a ambulância.

Alguns minutos depois levaram Isa, e eu fui com ela. Chegamos no hospital, e ela foi para um quarto, para ficar em observação, mas começaram a aparecer sangramentos, e então, levaram ela para a sala de cirurgia.

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