A volta

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Vitória.

Estava falando com Isa, mas ele ficou calada e depois desligou.

Minha mãe bateu à porta. Ela abriu e sentou-se na beira da cama.

- Oi meu amor! - ela beijou a minha testa. - Vamos partir amanhã. A convivência com a sua avó está tornado-se impossível. Ela é insuportável.

- Percebeu isso agora? - deboxei.

Peguei as minhas malas e fui me despedir de Arthur. Ele deu um leve beijo no meu rosto, e abraçou-me forte.

- Depois a gente se vê. - Arthur franziu os lábios.
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Já havia anoitecido, quando partimos. Estávamos todos no carros, quando de repente um caminhão veio em alta velocidade e atingiu um carro vermelho, que está a nossa frente. O trânsito parou, e ninguém conseguiu transitar.

Isa me ligou.

- Já está vindo?

- Não! Houve um acidente na estrada e não estou conseguindo passar. Minha mãe está muito aflita, e Diego nem se fala, além da carrapata que está aqui ao meu lado.

- Kkkk você não presta mesmo. A Maria chega amanhã, ela mudou de ideia e resolveu vim amanhã. Pois é... Quando estiver perto, manda uma mensagem no whatsapp.

- Okay.

Após horas de engarrafamento, o trânsito finalmente foi liberado, não conseguia ficar mais um minuto sequer perto daquela garota insuportável. Ô garota chata, nan.

Pedi para a minha mãe, me deixar na casa da Isa, e ele seguiam o caminho sem mim. Ela concordou. Cheguei na casa de Isa, com várias malas pesadas, e quem atendeu foi Rodrigo, o irmão dela. Ele estava com o cabelo todo bagunçado e com uma bermuda vinho.

- A Isa está lá em cima, quer que eu chame ela? - Perguntou Rodrigo.

- Não precisa!

Entrei observando o lugar, e subi as escadas. Isa estava sentada na cama, com um mini short, deixando suas coxas amostras. Fui até o seu encontro, e sentei na cama. Isa iria ficar mais um tempo sem andar, por causa da cirurgia.

Ah, ela contou tudo o que houve na sua vida.

Peguei um travesseiro e coloquei atrás da cabeça. Contei tudo para Isa e depois fomos assistir às nossas séries favoritas. Desci para pegar pipoca, e Rodrigo estava com a vasilha da pipoca. Fui para cima de Rodrigo e peguei um pipoca.

- Ei, eu fiz para mim, viu. - Rodrigo fitou os olhos em mim.

- Agora deu! Pode passar essa tigela pra cá. - bati os pés no chão.

- Não! Agora sai daqui, dua garota mimada.

- Sei idiota.

Pulei para cima de Rodrigo, e acabamos caindo no chão, cai em cima dele e machuquei o seu braço. Rodrigo fez uma cara de dor, e depois levantou. Levantei e encostei meus cotovelos na banca de mármore. Rodrigo aproximou-se e disse:

- Quer transar?

Estava tomando água, quando Rodrigo fez essa pergunto grosseira. Cuspi a água e logo depois, coloquei a costa da mão na minha boca.

- Oi? Você está maluco?

- Poxa, é só uma transa. - Rodrigo mordeu os lábios. - Vai ser rapidinho, você nem vai notar.

- Quê? É só uma transa? Você acha que eu não vou sentir algo entrando em mim? Você só pode está maluco.

- Quer saber, esquece o que eu disse. -Rodrigo subiu as escadas.

Subi as escadas e voltei para o quarto. Isa estava atenta assistindo The Vampire Diaries. Sentei na beira da cama e tentei disfarçar a cena na cozinha, mas Isa logo percebeu a minha cara envergonhada.

- O que foi? - Isa fitou-me.

- Nada não.

- Fala logo! O que aconteceu?

- Ah, nada, foi só o Rodrigo, ele pediu para transar comigo, mas lógico que eu neguei.

- O quê? Vou matar o Rodrigo.

- Mas pensando bem, não seria uma mau escolha. - sorri.

- Safada! - Isa tacou a almofada na minha cara. - Estou pensando em chamar Alex para dormir comigo essa noite.

- Depois a safada sou eu! - Isa fitou-me. - Você não pode nem levantar, quanto mais transar com o Alex.

- Eu falei em transar? Então pronto. Só queria beijar o meu namorado.

- Relaxa amiga, daqui a pouquinho você poderá beijar Alex. Agora vamos dormir, pois amanhã tem aula, mocinha.

- Afs, parece a minha mãe falando.

- Vamos logo.

Desliguei o abajur, e fui dormir. Acordei com Isa gritando. Ela estava de pé. Olhei para ela ainda sonolenta, e disse:

- Já está de pé?

- Não, não, estou sentada não está vendo.

- Ignorante! - joguei um travesseiro em sua direção.

- Vai logo tomar banho, Vitória. Você está podre.

- Coitada! - olhei com cara feia.

- Nem me olhe assim, cara feia pra mim é falta de sono.

- Besta!

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O Tio de Isa foi boa deixar na faculdade. Apesar das agressões físicas que Isa estava sofrendo, ela ainda o considerava um pai que ela nunca teve. Assim que entrei, avistei Maurício encostado em sua moto e com o capacete na mão esquerda. Olhei rapidamente e depois virei. Isa me cutucou. Odiava isso.

- O que é? - virei.

- O Maurício, está lhe chamado. Vai logo, Vitória.

- Não tenho para falar com ele. - continuei andando.

- Para agora Vitória! Vai falar com o Maurício. - Isa puxou o meu braço.

- Não! - fiz cara feia.

O sino tocou, logo fui para sala. Isa estava no banheiro, então fiquei a esperando. Estava mexendo no celular quando Maurício puxou-me para uma cabine no banheiro. Ele nos trancou, e colocou o braço do lado dos meus cabelos, encostando a palma da mão na parede.

- O que foi? - olhei para ele.

- Temos que conversar.

- Não tenho nada para falar com você. - destranquei a porta, e andei até a saída.

- Volta aqui Vitória! - Maurício gritou.

- Já disse que não tenho nada para falar com você. Me deixa em paz, véi.

- Vitória! - Maurício puxou o meu braço e nossos olhos encontraram-se.

- Tenho que ir para aula.

- Na sorveteria, as 19:20mim.

- Não garanto que irei comparecer.

- Você vai. Eu sei que vai.

Entrei na sala e peguei o meu tablet. A aula estava muito boa. Enquanto fazia a lição de classe, não conseguia parar de pensar no meu reencontro com Maurício na sorveteria. Estava confusa, mas não iria deixar Maurício atrapalhar o meu sonho, a minha carreira profissional. Enfiei a cara nos livros, e fiz a lição antes da aula acabar.



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