Isso doeu muito.

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Vitória

Quando desci as escadas vi Maurício, apenas de cueca, dormindo no sofá. Naquele momento, queria pular em cima dele é beija-lo muito mais muito. Mas ele quis assim, então tinha que concordar com a sua decisão, não mandei ele mentir para mim, e me trair pelas costas.

Cheguei em casa e fui me arrumar para ir a faculdade. Cheguei na faculdade e não tinha quase ninguém. Fui para a biblioteca. Assim que sentei na cadeira, Isa chegou com os cabelos assanhados; com a blusa pelo avesso; calça suja de graxa e com mau hálito.

- O que aconteceu? - rir do jeito que Isa entrou na biblioteca.

- Júlio! Ah, esse homem é maravilhoso. Não deixa o Alex descobri, afinal eles são amigos.

- Kkk Okay. Eu dormi com o Rodrigo.

- Quê? Minha filha, você enlouqueceu de vez, só pode. Ele é o melhor amigo do Maurício.

- Tecnicamente não tenho mais nada com o Maurício, então ele não fez nada  errado. Vai defender o Maurício, agora?

- Não! Até porque ele foi um babaca, quando beijou a Eliza no hospital. Ops... - Isa colocou a mão na boca. - Não era para eu ter falado isso.

- Ele o quê?

Peguei a minha bolsa e sai em passos apressados. Maurício estava sentado na escada com Rodrigo, Júlio e Robério. Parei à frente de Maurício e cruzei os braços. Ele fitou-me e franziu a testa.

- O que você quer?

- Você é muito cara de pau, não acha? Você pegou a Eliza enquanto estávamos namorando? Seu ordinário!

- Hãn? - Maurício puxou o meu braço e levou-me até a porta do banheiro. - Quem disse isso?

- Então é verdade?

- Quem disse isso? Fala!

- Não importa! O que realmente importa, é o seu descaramento diante da situação. Você ficou com a Eliza enquanto ela estava doente, seu pervertido!

- Fique sim! E você não tem mais nada a haver com a minha vida. Estamos separados, ou será que você não entendeu isso ainda. Não devo explicações, já que você não é mais nada minha, então dê meia volta e volte para a sua turma. Tenha um bom dia. - Maurício saiu em passos apressados.

- O quê? Você foi o errado nessa história!

- Eu sou todo errado mesmo, mas você gosta de mim assim, desse jeito. Então não vem quer discutir, aqui. Okay?

- Eu não trai ninguém quando estava com você e nem beijei ninguém.

- Mas foi só você terminar comigo, já foi transar com o meu melhor amigo. - fique pasmada. - Ou você acha que eu não sei? Você acha que todo mundo é errado, mas na verdade  é você que sempre faz tudo errado. - Maurício caminhou até o estacionamento e fui atrás dele.

Enquanto caminhava em passos apressados, na chuva, Maurício andava mais depressa.

- Foi você que começou! - lágrimas escorreram e o meu uniforme estava ficando cada vez mais encharcado. - Foi você que beijou a Eliza! Foi você que me chamou de lixo, você foi que ... - apontei o dedo. -, foi você que...

- Eu oque? - Maurício aproximou-se e deixou os nosso corpos colados. - Você acha que é quem para apontar o dedo para alguém? Você é só uma garotinha mimada que acha que melhor que os outros. Para de fingir que nunca fez nada de errado, você terminou tudo comigo. Você sempre terminar tudo que está bem. Eu estava feliz, amando a nossa volta, até que você vai e estraga tudo, por causa da Eliza? Você é...

- A garota que te ama! A garota que você machucou inúmeras vezes. Que você xingou, humilhou, deixou-me sozinha no meio da chuva, como agora. Eu não sou a vilã dessa história, eu sou a mocinha! A grande vilã é a Eliza.

- Para de chamar ela assim! Ela é uma moça legal, linda, inteligente, íntegra e sortuda por me ter por perto. Eu tenho pena de você.

- Eu tenho nojo de você! Nojo! Eu te odeio. Eu nunca mais quero beija-lo, toca-lo. Nunca!

- É? E por que quando eu chego perto de você, você fica arrepiada. - Maurício passou o dedo no meu rosto.

- Porque apesar de tudo, eu te amo. É por isso que eu te odeio, você me faz sentir coisas que eu não quero. É por isso.

- Então quer dizer a culpa é minha, agora?

- Você não era assim! Você mudou.

- Sempre fui assim. A culpa não foi minha, se você achou que eu era uma pessoa totalmente diferente do que eu sou.

- Estou decepcionada com você! Tchau. - caminhei.

- Isso, vai mesmo. Não se intrometa mais na minha vida, você não faz mais parte dela.

Caminhei desolada. Não acreditei que Maurício tinha dito aqui. Aquilo doeu muito, mais muito. Ele foi tão rude. Eu fui muito trouxa mesmo, para cair no papo dele.

Maurício

Vitória saiu desolada. Tive pena dela. Não me entendam mal, eu não sou o vilão dessa história, se é isso que vocês estão pensando. Eu sinto muito por todas aquelas asneiras que eu disse. Só fiz isso porque Vitória precisava me esquecer de uma vez, assim ela não iria sofrer tanto.

Assim que ela saiu, enfiei as mãos nos bolsos e caminhei até o banheiro. De repente, alguém esbarrou em mim. Era Eliza. Ela segurou com as mãos o meu rosto e sorriu.

- O que aconteceu?

- Nada demais! - abaixei a cabeça para tentar disfarçar as lágrimas. - Pode me dar licença. - abaixei os olhos e fitei o chão.

- Só quando você me contar quem te deixou assim. Quer saber, nem precisa eu já sei quem é.

- Você não vai falar com ela. - segurei-a pelo braço.

- Vai defende-la agora? - Eliza fitou-me.

- Você não vai encostar um dedo sequer na Vitória, escutou? Chega de brigas, isso já estar tornando-se patético. Chega!

- Okay! Eu não vou fazer nada. Agora solta o meu braço. Por que você quer defende-la? Por quê? - Eliza passou a mão nos seus cabelos.

- Porque ela foi a única mulher que eu amei. E ainda amo. - fechei os olhos.

- Poupe-me dessa sua lamúria. Se ela realmente gostasse de você, você acha mesmo que ela o deixaria? Claro que não! Ela não sabe dar valor ao que têm. Eu sei dar valor, tanto que estou aqui, ao seu lado, sem juga-lo, sem apontar para os seus erros... Eu te amo, Maurício. Ele só te fez sofrer, só te iludiu. E eu? Sempre estive ao seu lado, sem fazer nada que o machucasse. Ela lhe traiu com o Igor! Quem é que faz uma barbaridade dessa? Isso mesmo... Vitória Moreira! Eu sou o melhor para você. - Eliza pôs a mão no meu rosto, e com o polegar, alisou minha bochecha num gesto delicado.

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