Estou ferrada.

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Era um caminhão. Tentei desviar e acabei saindo da pista. Bati em um carro parado e cai no chão.

"Maurício, Maurício, meu filho!" Essa voz invadiu minha cabeça e despertou-me. Era minha mãe. Estava no hospital, tomando soro na veia e com a perna fraturada.

- Que bonito, hein, Maurício! Onde você estava com a cabeça? Você está melhor? Aposto que tem o dedo daquela garota lá, como é o nome dela mesmo? Ah, não é importante.

- Mãe! -minha voz saiu suave. - Será que dá para parar de brigar comigo por um segundo? O que houve?

- Eu que pergunto. Por que você estava em alta velocidade? E onde estava indo? Para casa que não era.

- Precisava falar com a Vitória, mãe.

- Sabia que essa garota estava metida nessa história. Ô meu filho, para de correr atrás dessa garota, ela não dá a mínima. Escute o que estou dizendo, porque eu sempre sei o que é melhor para você.

- Mãe, eu não pedi seus conselhos. Eu sei o que é melhor para mim, e ela me completa, ouviu? E você vai aceita-la.

Vitória

- Como braços? - estava assustada.

- Vem para cá!

- E o Igor? Já foi?

- Já né! Vem logo.

- Já estou indo.

Duas horas depois...

Isa bateu à porta.

- Você não disse que já estava vindo? Isa..

- Eu estava indo... Tomar banho.

- Ridícula. - sorri. - Vamos, Maurício está no hospital.

                       ✴✴✴✴✴✴

Chegamos. Entramos correndo, pois estava preocupada.

- Com licença, em qual quarto está o paciente Maurício Albuquerque? - perguntei.

- No quarto 12. Vocês podem esperar um pouco? Porque o horário de visita acabou. Só daqui à 3 horas.

- Um pouquinho? Olha aqui... - Isa disse.

- Isa! Sim, podemos esperar sim. - sorri.

- Não gostei dela. Mulher metida. Como você consegue ser tão simpática? Não consigo, sou chata mesmo, eu hein.

- Tenho que ser. Não sou tão simpática assim! Se faz, é?

Rimos e sentamos nos bancos.

Estava muito preocupada. Será que foi minha culpa? Se tivesse acontecido algo, nunca iria me perdoar.

- Ei, tá viajando na batatinha, é? Olha esse meme aqui, mano! - Isa gargalhou.

- Mano, eu estou super preocupada com o Maurício, e você vem falar de meme? Faça-me o favor.

- Mano, não aconteceu nada, relaxa. Agora olha esse cara aqui. Socorro hahaha.

3 horas depois..

- Pode entrar. Uma de casa vez.

Quando estava entrando, a mãe de Maurício saiu e parou-me.

- Olha aqui, fica longe do meu filho, ouviu? Ele está nessa por sua causa. Nunca mais procure meu filho! - a bruxa saiu

Será mesmo?

Entrei na sala e Maurício recebeu-me com um sorriso radiante. Ah, como eu amava esse garoto.

- Meu amor! - sorri e fui ao seu encontro.

- Vic! - Maurício ajeitou-se na cama.

- Você tá bem? Que pergunta besta, desculpe. - abaixei a cabeça.

- Ei, estou muito bem, melhor agora. - ele levantou meu queixo. Já você... O que houve?

- É que... Mamãe está com alguns problemas, mas vai dar tudo certo.

- Se quiser, pode contar comigo. Vic, quando tiver alta, quero que você vá me visitar. Okay? Ei, agora vem cá. - Maurício pôs as mãos no meu rosto e deu-me um selinho.

- Maurício... - não contive as lágrimas e afundei meu rosto nas minha mãos.

- O que foi meu amor? Vic, o que você tem? Não é sua mãe.

- Maurício, acho melhor nós...

- Acabou o horário de visitas. - Isa entrou. - E aí, patrão? Beleza?

- Oi Isa! Será que a Vic pode ficar mais um pouco?

- Não! Depois nós voltamos, bjs. Vamos!

- Tchau, Maurício. - dei-lhe um beijo na testa.

                      ✴✴✴✴✴✴✴

- O que houve, hein? Você não veio assim.

- Isa, acho melhor ficar longe de Maurício. Eu só trago o mal para ele.

- Que que isso? Você é o amor da vida dele, cara. O que está acontecendo? Foi aquela velha? Mulher nojenta, cara!

- Você não gosta de ninguém. - sorri.

- Mano, não liga para ela. Você sabe muito bem que ela só  gosta da praga da Eliza.

- Eu sei... Eu o amo tanto. Quando eu lembro que ele está, mal, não consigo parar de pensar que pode ter sido minha culpa, Isa. - enxuguei lágrimas.

- Se você não parar com isso, juro que te jogo da janela.

Isa é louca. Eu amo o Maurício, mas será que realmente faco bem para ele?

Cheguei em casa e me deparei com a porta aberta. Havia um caminho feito com rosas. Reparei que no chão havia uma carta e nela estava escrita a seguinte imagem "Entre!". Isa entrou comigo. A casa estava impecável. Ate estranhei. Do nada a luz foi cortada; ficou tudo escuro. Subi as escadas com um arrepio na espinha, pois a escada estava rangendo. Quando me aproximei do quarto, vi mamãe amarrada e amordaçada. Quando entrei, mamae gritou, com uma certa dificuldade. Olhei para trás e vi um homem com os braços tatuados e cabelo loiro e comprido. Não teve como não reparar nos seus olhos verdes.

- Quem é você?

- Um amigo. - ele sorriu monstrando seus dentes perfeitos.

- Você não é meu amigo. - recuei, desesperada.

- Por acaso você é a famosa Vic? - ele aproximou-se.

Após isso, cai inconsciente.

Meu Marrentinho Onde histórias criam vida. Descubra agora