Maurício ficou pálido.
- Fala!
- A Eliza tentou se matar, então vim aqui ver como ela estava.
- Já viu? Então vamos pra casa.
- Não! Vitória o que é isso? Você não é a minha dona, não. Com licença. - Maurício franziu a testa.
- Tem razão, não sou. Então fica com essa piranha, aí. - sai caminhando.
- Volta aqui! - Maurício correu.
Continuei andando. Maurício puxou o meu braço e disse:
- O que deu em você?
- Nada! Fica com Eliza, que eu vou pra casa do Fábio.
- Ah, não vai não. Você está com raiva?
- Eu? Imagina! Só acho que você deveria ficar com ela aí, já que você não tem dona e não me respeita. Porque você não respeita mesmo. Eu vim aqui atrás de você, porque eu não gosto dela é você sabe muito bem disso. Então quando eu ficar com o Fábio não ache ruim.
- Imagina se estivesse com raiva... Vitória por que você não gosta da Eliza? Ela é legal, especial, inteligente. - Meus olhos tremeram.
- Legal? Especial? Pois então casa logo com ela, Maurício Albuquerque!
- Calma! Eu te amo, você sabe disso.
- Será? Você agora só quer saber da Eliza.
- Oi? Eu nunca fiquie perto da Eliza, só agora porque ela está precisando, assim como um dia eu precisei. Isso é ciúmes? - Maurício sorriu.
- Maurício Albuquerque... Quer ver o ciúmes? Vai ser a minha mão na sua cara.
- Vic! - Maurício segurou os meus punhos. - A Eliza vai ser a minha amiga, a partir de agora. Okay?
- Me solta, Maurício.
- Não! Sabe por quê? Porque você é minha. - Maurício olhou no fundo dos meus olhos.
- Eu vou gritar!
- Grita! Aproveita e acorda todo mundo. Vai, grita.
- Olha que eu grito, hein.
- E por que não gritou ainda?
- Porque, porque... - não soube o
- Vem cá. - Maurício beijou-me. Fiquie totalmente paralisada nos braços dele.
- Vai beijar a Eliza.
- Vic, não precisa ficar com ciúmes, somos apenas amigos. Eu quero beijar você, e não ela.
- Tenho que ir, tchau.
- Está tudo bem entre nós?
- Tchau. - fui para o estacionamento.
Maurício ficou no hospital, já eu e Isa tínhamos que terminar o trabalho. Fomos para a minha casa. Chegando lá, minha mãe estava conversando com um vizinho. Ele parecia gostar dela, só ela que não percebia, também, só queria saber do Igor.
- Vic, faz muito tempo que não vamos em nenhuma festa, já estamos enferrujadas.
- Concordo. Ninguém quer saber de fazer mais festa.
- Ué, tem balada pra isso. Sabe, estou querendo ficar solteira, por uns tempos...
- Isa, você não combina solteira. Você quer dormir com todo mundo. Assim não dá.
- Claro miga, tenho que aproveitar.
- Tem outras formas de aproveitar a juventude. Quer saber, precisamos sair mais, você só vive em casa e eu também. Vamos passar um dia no shopping, ou, vamos passar um dia na casa da Rochelle, aquela lá é doida e vai fazer a gente ficar animada.
- Não sei não... Ela está amiga da Eliza, além de estar muito estranha.
- Então vamos resgatar a nossa amizade.
- Vou ligar agora.
Rochelle.
Estava no sofá, fumando, quando Isa ligou.
Desliguem o som, aí.
- Alô?
- Oi Roche, estamos pensado em passar um dia aí, o que você acha?
- Ótimo! Quando vocês vem?
- Não sei...
- Quando vocês quiserem aparecer por aqui, e só avisar.
Isa
- E ai? - Vic perguntou.
- Ela disse que poderíamos aparecer quando quiséssemos.
- E por que você está assim?
- Ela não parecia está bem.
- Como assim?
- A Rochelle está diferente. Quase não a vejo.
Eliza
Maurício estava muito carinhoso comigo. Ele não saia de perto de mim. Sempre segurando a minha mão e olhando no fundo dos meus olhos. Assim iria ama-lo mais.
- Maurício, eu tenho alguma chance com você?
- Liza, já falamos sobre isso. Eu namoro a Vitória.
- Eu entendo. É difícil conviver com uma pessoa que você gosta, sabe. Na última que eu o beijei, foi na época que você não estava mais com a Vitória. Pensei que você sentia algo por mim.
- Desculpa Liza. Eu estava bêbado, não sabia o que estava fazendo.
- Eu entendo... E o Igor? Quando é que ele volta?
- Por que está interessada?
- O Igor é o seu irmão e vocês precisam conversar.
- O que tem haver? - Maurício estava desconfiado.
A enfermeira entrou no quarto e colocou a bandeja sobre a mesinha.
- Está na hora do seu remédio, senhoria.
- Obrigada, enfermeira. - sorri.
Na verdade eu odiava aquela enfermeira idiota. Sempre sorrindo e chamando as pessoas de senhores e senhoritas. Aquilo era patético. Odiava aquilo tudo. Não gostava de pessoas simpáticas, e que sempre estão de bem com a vida. A vida é mais do que sorrisos. A vida tem sofrimentos; dor; raiva; rancor. Não apenas felicidade amor e todas essas babaquices. Só fingia gostar daquilo para o Maurício achar que eu tinha mudado, mas na verdade as pessoas não mudam, elas só fingem para agradar alguém, que no meu caso era o Maurício.
Peguei o remédio e coloquei na boca, necessariamente debaixo da língua. Maurício saiu para pegar uma xícara de café. Aproveitei e joguei o remédio fora. De repente o meu celular tocou. Era...
- O que você quer? Já disse para não ligar quando estivesse com o Maurício. Ele pode desconfiar.
- Calma, Eliza. Já estou no Brasil. Isso mesmo, Brasil. E o nosso plano? Como está?
- Está indo. O Maurício está caindo feito um patinho.
- Ótimo! Ele tem que acreditar que você é uma moça inofensiva.
- Idiota! - gargalhei.
- Tenho que desligar. Tchau.
- Adios baby.
Maurício entrou no quarto com uma bandeja de frutas.
- Oh, Maurício você é tão doce...
- Você precisa comer. Falei com o médico e ele disse que logo irá sair daqui. Isso não é ótimo?
- Oh Maurício, se você não estivesse comigo, não sei o que poderia acontecer. - sorri.
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Meu Marrentinho
Teen FictionVitória Moreira é uma menina romântica, que sonha com um príncipe encantado. Porém ela conhece Maurício Rocha, um cara marrento, que adora se envolver em perigos. Eles irão viver uma grande aventura, que irá aproximá-los e ver que eles não são tão d...