Isa
- Pode ser. - subi na garupa. - Sabe, às vezes, você é muito gentil, só quando quer. - vi o seu sorriso torto, através do retrovisor. - Onde vamos?
- Ué, onde você quer ir? - Maurício me olhou através do retrovisor.
- Para a minha casa é óbvio.
Permanecemos o caminho inteiro em silêncio. A moto estava em alta velocidade. Maurício cortava o caminho entre os carros. A única coisa que consegui escutar, era o som dos motoristas o xingando. Fitei a lua o caminho inteiro. Maurício parou a moto e descemos.
- Obrigada por quase me matar de susto! - bati no seu braço.
- Disponha. - Maurício sorriu.
- Você não quer entrar? - Maurício olhou para a janela do meu quarto.
- A Vitória está aí? - os olhos de Maurício permaneceram na janela.
- Sim! Porque você acha que eu o convidei para entrar? Poxa, digamos que eu te ache um gato e muito gostoso, mas nunca faria nada.
- Obrigado. - Maurício sorriu. - Acho que eu vou entrar. - Maurício desceu da moto.
Maurício
Entrei na casa da Isa, estava muito bagunçada por sinal.
- Sobe! Já estou de saída. Vou comprar alguma coisa para comermos. - Isa piscou e saiu.
Enfiei as mãos nos bolsos e subi as escadas lentamente. A porta do quarto de Isa estava entreaberta. Enfiei minha mão na abertura e depois minha cabeça. Avistei Vitória sentada de costa para a porta. Ela estava com uma espécie de livro nas mãos e os fones de ouvido. Usava um short jeans curto e uma regata rosa bebê e seus cabelos estava presos, acho que era um coque. Me aproximei cuidadosamente. Ela levantou-se e começou a pular e levantou os braços. Sorri e balancei a cabeça. Agarrei-a pela cintura e trouxe-a para mais perto. Vitória virou-se e nossos olhos se encontraram. Aqueles olhinhos permaneceram concentrados na minha boca. Pensei em beija-la, mas não sabia se era a melhor decisão a tomar. Então ela quebrou com aquele silêncio.
- Maurício? O que está fazendo aqui? - ela fitou-me.
- Vim deixar Isa, e você? Pensei que estivesse na festa?
- Estava! Só que resolvi vim para cá. Lá em casa o clima está muito pesado. Minha mãe quer que eu vá morar com Felipe. - Vitória sentou-se na cama.
- Você vai? - fiquei preocupado.
- Não sei... Prometi que iria, mas Diego disse para não ir.
- Ah, então quer dizer que vocês voltaram? - Vitória fitou-me e abaixou a cabeça. - Não precisa dizer mais nada. - recuei.
- Maurício, nunca tivermos nada. Foram apenas transas sem compromisso. Entenda!
- Transas? Então aconteceu mas de uma vez? Sabia. E eu aqui, disposto a conversar com você sobre nós. Mas acho que não estamos na mesma sintonia.
- Maurício, porque todas as vezes, nós brigamos? O que aconteceu com nós? Sinto muito por tudo que eu fiz. Mas, porque você nunca me pediu desculpas por tudo que você vez? Porque sempre eu tenho que correr atrás? O Diego nunca fez isso comigo. Acho que o nosso final, não é como desejamos.
- Como assim? Você acha que você vai acabar com o Diego, depois de tudo que vivemos? É isso? Você quer passar o resto da sua vida com um cara que você nem conhece? Eu não quero esse tipo de final. Eu não sou o vilão!
- Maurício, eu cansei de ser maltratada.
Vitória sentou-se na cama e afundou o rosto nas mãos. Sentei ao seu lado e abraçei-a. Vitória olhou para mim e acabamos nos beijando. Coloquei minhas mãos na sua nunca e na cintura e acabamos deitando na cama. Vitória subiu em cima de mim e deixou o beijo mais intenso. O beijo estava diferente. Mas lento, e como se nós estivéssemos beijando algo que pudesse quebrar com facilidade. Vitória beijava e parava para puxar o meu lábio inferior. Segurei o seu cabelo, e ela puxou a gola da minha jaqueta. Era tão bom tê-la nos meus braços novamente.
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Meu Marrentinho
Teen FictionVitória Moreira é uma menina romântica, que sonha com um príncipe encantado. Porém ela conhece Maurício Rocha, um cara marrento, que adora se envolver em perigos. Eles irão viver uma grande aventura, que irá aproximá-los e ver que eles não são tão d...