Acordei com o barulho na porta. Alguém estava batendo. Olhei para os lados, ainda meio sonolenta, mas não conseguia enxergar direito. Novamente bateram à porta, então resolvi ir ver quem era. Abri a porta, e vi o rosto de Arthur. Ele estava bastante pálido, parecia muito preocupado.
- O que foi? - Perguntei.
- Você! A Aurora conversou comigo, sobre a nossa relação. - Arthur coçou o nariz.
- E o que você concluiu? - minhas mãos estavam suando.
- Que... Não vou desistir de nós. Você é especial para mim, mas...
- Mas? - franzi a testa.
- Você não gosta de mim. - Arthur sentou-se na beira da cama. - Você é eu estamos ainda muito magoados com o nosso passado não tão distante. Você ainda gosta do Maurício, e eu ainda gosto da Maria, então não quero mágoa-la. Terminei com a Maria faz três meses, pode parecer pouco tempo, mas ainda a amo, e você? Ama o Maurício? - Arthur abaixou a cabeça.
- Olha, nem eu sei o que eu sinto por ele. O Maurício já me maguou muito mesmo, mas claro que tivemos os nossos momentos românticos...- suspirei. - Estava gostando da nossa relação, mas se você não quer continuar, quem sou eu para dizer algo.
- Não me entenda mal! Também estou gostando muito da nossa relação, mas... Vitória, você está afim de sair?
- Ué, não era você que disse que tínhamos de ser amigos. Não estou entendo mais nada.
- Ainda somos, mas isso não quer dizer que não possamos nos pegar de vez em quando. Sem compromisso, sem problemas. O que acha?
- Você ainda pergunta. - pulei no colo de Arthur.
Deitamos na cama, e Arthur passou a mão nas minhas costas. Arthur me pôs em seu colo, e colocou as mão na minha nuca e a outra na minha cintura. Nossos beijos estavam cada vez mais intensos. Parei de beija-lo, e olhei atenciosamente seus lábios. Arthur sorriu, e voltou a beijar-me. Passei minhas mãos no seu peitoral, e as desci até as suas coxas. Arthur parou de beijar-me, e disse:
- Vitória, você tem certeza? - Arthur fitou os meus lábios.
- Não sei. - fitei os seus também.
- Sim ou não? - Arthur tirou a alça do meu sutiã.
- Não Arthur! Agora não, ainda é muito cedo para isso. - passei as mãos nos seus cabelos.
- Por que? Não me quer? Sua vaca.
- O que? Você enlouqueceu?
- Calma, estou brincando. - Arthur gargalhou.
- Idiota! - bati no seu peito.
Arthur pegou os meus punhos e tascou um beijo. Na mesma hora, perdi o controle sobre o meu corpo, fiquei mole, enfraquecida. Arthur era como uma criptonita para mim. Seus olhos, seus sorriso, seu corpo, seu caráter, sua proteção, sua honestidade, Arthur.
Abri a porta e empurrei Arthur, mas antes ele tascou um selinho. Fechei a porta, e coloquei as mãos nos lábios. Estava encantada com tanta doçura.
Isa.
Após sair do hospital, tinha que reorganizar tudo na minha vida. Minha vida, meu namoro, meus trabalhos, a faculdade. Vitória havia viajado para o sítio da avó de paterna, e eu fiquei internada no hospital por mais de três dias. Perdi meu bebê, minha felicidade, meu chão. Apesar dessa gravidez ser indesejada, poxa, ele era o meu filho, e apesar de tudo o amava mais que tudo, nunca entendi muito bem esse amor de mãe, mas agora que eu sei, compreendo perfeitamente.
Sai do hospital na cadeiras de rodas, minha mãe empurrou a cadeira, apesar da dificuldade, ela consegui. Cheguei na entrada da casa, mas só em olhar do vidro do carro, senti um arrepio percorrer o meu corpo. Minha mãe abriu a porta do carro, e chamou Rodrigo para ajudar com a cadeira de rodas. Não conseguia andar por conta da cirurgia que fiz para retirar o meu filho, é o meu filho. Lágrimas escorreram só em lembrar do rostinho lindo do meu filho. Estava perdida em meios dos meus pensamentos.
- Irmã, vamos? - Rodrigo tirou a cadeira do porta malas.
- Vamos! - abaxei a cabeça.
- Não fiquei assim, querida. Eu sei que deve ser muito difícil, mas você ainda tem uma vida inteira para pensar nisso. Quem sabe se essa era a vontade de Deus, ele tem um plano melhor para você, minha filha.
Olhei para o seu rosto, e hesitei em dizer algo. Coloque meus fones, e entrei com dificuldade na minha própria casa. Não podia andar, não podia sentir a sensação de colocar os pés no chão. "Subi" para o meu quarto, e empurrei a cadeira de rodas, até a beira da cama. Rodrigo veio, e ajudou-me a sentar na cama. Quando Rodrigo saiu, peguei o meu celular é liguei para a minha vaca predileta.
- Alô!
- Vic, meu amor! Já cheguei do hospital. Quando é que você irá retornar, tenho que lhe falar algumas coisas.
- Acho que daqui a alguns dias, por quê? Ei, também tenho notícias boas.
- Que bom! Estou morrendo de saudades. Maurício ligou ontem.
- O que ele disse?
Noite passada
Estava sentada na cama do hospital, e de repente Maurício ligou.
- Alô! - atendi.
- Isa, você tem notícias da Vic?
- Não! Por quê?
- Estou pensando sobre a nossa relação.
- Será que você não percebe? Ela não quer nenhum tipo de relação com você, Maurício! Esquece a Vic de vez, pôw.
- Deixa ela mesmo dizer, Okay? Poxa Isa, estou muito arrependido, tá. A Vitória é uma menina incrível, ela Tornou-me um cara muito melhor, será que você consegue entender?
- E você a tornou uma pessoa mais amargurada e triste.
- Eu? Você sabe como tudo começou? Na primeira vez que terminamos, ela me traiu com o meu meio irmão, e depois veio com a cara de pau de negar, você acha que eu posso esquecer tudo assim, de uma vez? Mano, até com o Diego, que era o meu melhor amigo, véi. Não é fácil ter uma namorada que pega todos ao seu redor. Não é fácil. Então não venha defender a sua amiga, até por que ela não é nenhuma santa. Eu o que o diga. Então por favor, não defenda a Vitória, só por que ela é a sua "bff", não é assim que vocês dizem?!
- Está vendo, Maurício? É por isso que ela não está com você. Você sempre têm que passar na cara das pessoas, isso é incrível mesmo, não acham? Você é que não a merece, Maurício! Agora, com licença, preciso fazer algo mais útil do que falar com você, seu imundo. Se depender de mim, ela nunca mais vai derramar um lágrima sequer por sua causa. Posso ser a sua amiga e tudo, mais quando se trata da minha bff, a defendo com unhas e dentes.
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Meu Marrentinho
Teen FictionVitória Moreira é uma menina romântica, que sonha com um príncipe encantado. Porém ela conhece Maurício Rocha, um cara marrento, que adora se envolver em perigos. Eles irão viver uma grande aventura, que irá aproximá-los e ver que eles não são tão d...