Um Anjo Caiu do Céu

Capítulo 06 - parte 01

Julia a ignorava todos os dias e Anahí tinha muito trabalho para tira-la da cama. Sabia que o trabalho seria dobrado quando as aulas voltassem. Alfonso estava mais irritado do que nunca com as filhas. Anahí estava sendo muito paciente com as meninas. Já haviam derrubado-a na piscina, feito guerra de comida durante o almoço, entre outras coisas. Isso apenas em três dias que ela estava ali.

Naquela tarde Anahí estava sentada a beira da piscina com as crianças, lia um livro e vez por outra observava as meninas. Entre uma das vezes que olhou elas, não viu Julia. Logo sentiu um liquido sobre sua cabeça, viu os respingos azuis no livro e deu um grito. Julia estava com um balde que tinha um liquido azul dentro. Ria descaradamente, acompanhada pelas gêmeas.

- O que é isso? – Anahí tentou manter a calma, comprimiu os lábios. Aquela meleca acabaria com seu cabelo. Largou o livro e olhou para Julia.

- Seu cabelo vai ficar irado nesse tom de azul. Vai combinar com seus olhos! – Julia comentou cínica.

- Sua... – hesitou, fechou os olhos, contou mentalmente até dez, precisava se controlar.

- Sua o que? – Julia indagou e levou as mãos a cintura – Vai me deixar de castigo? Me bater? – Desafiou com as duas mãos na cintura.

Anahí negou com a cabeça, aquela menina apenas tentava ser o centro das atenções da casa. Talvez uma forma de chamar atenção ao pai que se vivia ausente na vida delas.

- Você está muito engraçada – Fernanda falou rindo, Anahí se virou pra ela furiosa. A pequena parou de rir e encolheu os ombros.

- Você poderia ficar assim, perfeito para o seu papel de palhaça aqui em casa! – Julia sorriu empinando o nariz.

- Eu vou subir e tirar essa porcaria da cabeça – olhou para Julia, depois as gêmeas que estavam lado a lado – E se isso não sair, alguém terá sérios problemas! – fuzilou Julia com o olhar.

- Fofoqueira! – a menina gritou.

- Não se preocupe Júlia, não contarei ao seu pai. Até porque o problema é comigo, não é mesmo? – Anahí se aproximou da menina que tinha a cara fechada – Não sei o que fizeram para você, quem te machucou assim. Mas não sou como essa pessoa, não precisa descontar a sua raiva em mim, no seu pai, nas suas irmãs, ou em qualquer pessoa que trabalhe aqui.

- Você não sabe de nada! – Júlia foi até ela e a empurrou. – Deveria te afogar na piscina, assim não insiste em ficar aqui. Eu te odeio! – gritou e pulou na piscina.