Capítulo 17 - parte 05

878 52 20
                                    


- Não esqueçam do combinado, por favor. – implorou lembrando-as, ainda olhando para as meninas - Se o pai de vocês descobre eu estou morta e na rua. – passou o dedo no pescoço como se estivesse decepando, colocando a língua para fora.

- Relaxa Any! – Fernanda piscou para a loira, levou o dedo indicador da mão direita ao queixo e sorriu - Eu tenho certeza absoluta que o papai não vai te demitir.

- Verdade, o papai ama você. – Júlia afirmou sorridente - Dá para ver no jeito que ele te olha, e você também. – a menina apontou o dedo para a babá.

- O assunto "eu amo o pai de vocês" não vem ao caso no momento. – mencionou e virou-se rapidamente, fugindo do olhar delas, comprimiu os lábios se dando conta do que acabara de confessar, fazendo com que as meninas rissem alto – Foco no nosso objetivo agora: esconder o Marley. – estalou os dedos, olhou pelo retrovisor e elas ainda riam, então sorriu levemente.

Girou a chave na ignição e abriu o portão eletrônico, e diferente do que fazia das outras vezes, foi diretamente para a garagem. Assim que o carro parou, Anahí olhou rapidamente pelo retrovisor e as gêmeas saltaram de dentro do veículo. Rapidamente correram em direção a porta que dava acesso a casa, andando lado a lado e de mãos dadas. Um pouco depois, Anahí saiu do carro, seguida por Júlia que trazia o cachorro nos braços.

- Irado! – Júlia vibrou – Me sinto em um filme de suspense, onde estamos fugindo do vilão prestes a nos matar. – gargalhou.

Anahí virou-se para ela e levou o dedo indicador da mão direita sobre os lábios pedindo silêncio. Júlia apenas assentiu e fez um biquinho.

- SINAL VERMELHO! - alguém gritou e a loira deduziu ser Eduarda, que logo apareceu esbaforida, Anahí virou-se para ela – O papai está vindo. – falou pausadamente.

Mal terminou e Alfonso apareceu atrás da filha. Anahí arregalou os olhos e apenas ouviu uma porta bater atrás de si, com certeza a que dava acesso ao jardim. Mentalmente torceu para que ele não tivesse visto o cachorro, o que logo foi confirmado pelo olhar dele direcionado a ela: malicioso e carregado de luxúria.

- A noite te quero em meu quarto. – ordenou e ela arregalou mais os olhos, respirou aliviada quando se deu conta de que estavam sozinhos ali.

Anahí abriu a boca para responder algo e um latido ecoou pelo ambiente. O corpo da loira enrijeceu, Alfonso a olhou estreitando os olhos e mais um latido foi ouvido. O moreno cruzou os braços sobre o peito e a encarou. Anahí tragou saliva, precisava ser rápida, pensar em algo. Girou o corpo e deu alguns passos até a porta e deu três batidas.

- Júlia pare com essa brincadeira, não há mais necessidade de imitar um cachorro. – falou alto, girou o corpo e voltou a olhar para Alfonso com um sorriso amarelo nos lábios, ele moveu a cabeça aguardando uma explicação - Sabe o que é senhor Alfonso, - aumentou o tom de voz, pigarreando - As meninas e eu estávamos brincando de imitar os animais, charadas – tragou saliva, ele soltou um "hum", não muito convencido daquilo - E a Júlia está se achando o cachorro da brincadeira.

- Espero que seja apenas isso, ou o que eu tenha escutado seja o cachorro do vizinho. – pronunciou enquanto se aproximava, parou a sua frente e contornou um braço em volta da cintura da loira deixando-a sem ação – Vou a uma reunião e volto dentro de uma hora. – selou rapidamente seus lábios com ela.

Imóvel, Anahí buscava assimilar o que acabara de acontecer. Alfonso continuava com aquela ideia fixa de tê-la em sua cama? Involuntariamente fez uma cara de nojo e negou com a cabeça.

- Estacionou o carro em garagem alheia Alfonso. – murmurou.

O barulho de uma freada a fez saltar. Virou-se e o viu sumir de seu campo de visão, negou minimamente e levou a mão aos lábios.

- Terra chamando Anahí! – Eduarda estalou os dedos.

A loira chacoalhou a cabeça e percebeu Eduarda e Fernanda a sua frente. Será que elas haviam visto algo?

- Cadê a Júlia?

- Estou aqui! – pronunciou um pouco alto.

Instintivamente seguiu a voz da menina e a viu parada na porta com Marley nos braços.

- Vamos logo esconderesse cachorro antes que seu pai volte.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora