Capítulo 12 - parte 05

936 56 0
                                    


Lúcia organizava a casa da família Puente quando a campainha tocou. Estranhou, pois Lucrécia, sua patroa, não havia lhe alertado sobre possíveis visitas, se é que elas existissem. Ali poucas pessoas apareciam, as visitas das amigas ditas como chatas e fúteis de Isadora eram raras.

Ao segundo toque da campainha rolou os olhos, e caminhou desgostosa até a porta, e antes de abri-la respirou fundo pedindo mentalmente paciência para com os visitantes. Deparou-se com duas mulheres de óculos escuros, uma loira e outra morena, de aparentemente não mais do que vinte e cinco anos, a olhando com ar de superioridade.

"Amigas fúteis, falsas, ignorantes e desocupadas de Lucrécia", pensou.

Uma das mulheres a olhou dos pés a cabeça, rolou os olhos e depois a encarou.

- Avise a tia Lucrécia que cheguei. – a loira falou entrando na casa, sendo seguida pela morena.

- E qual nome devo anunciar? – Lúcia indagou cruzando os braços sobre o peito, e sustentou o peso do corpo na perna esquerda.

Devolveu o mesmo olhar superior que havia recebido segundos atrás. A mulher morena trincou os dentes e cerrou os pulsos. Lúcia arqueou uma sobrancelha e apenas encarou-a.

- Não mantenho diálogo com empregados querida, apenas diga a tia Lucrécia que cheguei. - rolou os olhos - Empregadas, se acham donas do mundo.

- Está esperando o que criatura? - a outra falou estalando os dedos.

- Barbara?

- Felipe! – exclamou, ergueu o óculos e foi ate ele o abraçando.

- Vejo que mamãe não mudou de idéia. – murmurou com voz monótona, enquanto virava os olhos.

Tanto Felipe, como o irmão, achavam tudo um absurdo e uma perda de tempo incluir Barbára definitivamente na família.

- Não! – sorriu e deu um giro - Sou um belo partido ao seu irmão. - empinou o nariz e jogou os cabelos - Olha Lipe, essa é minha amiga, a Beatriz.

Felipe virou os olhos outra vez e meneou com a cabeça. Nem cumprimentou a amiga da prima e saiu da sala como um fugitivo, um criminoso. Detestava Babrbára e quem quer que fosse amiga dela.

- Baby! – a voz estridente ecoou na sala.

- Tia Lucrécia! Que saudades!

Aquele abraço soou tão falso a Lúcia, que ainda encontrava-se ali parada observando tudo. A empregada fechou a porta e saiu rapidamente dali, da mesma forma que Felipe. Para Lúcia e outros empregados, quando juntavam-se Lucrécia e Bárbara era dado como uma convenção de bruxas.

- Você não me disse que traria uma amiga. - Lucrécia olhou para Beatriz com desdém - Quem é a coisinha?

- Essa é a futura esposa do Felipe. – afirmou e Lucrécia sorriu abertamente.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora