Capítulo 04 - parte 02

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Subiu as escadas, pensando em como tentaria me aproximar das meninas. Parou em frente ao quarto de Júlia. A mais difícil e temperamental, a cabeça das traquinagens. Bateu uma vez e nada. Duas e nada. Como na terceira não obteve resposta desistiu. Respirou fundo e foi até o quarto das gêmeas. Para sua surpresa a porta estava entre aberta. Ia bater, mas ouviu elas conversando e parou.

- Ela é legal Jú, não é como as outras! – Eduarda comentou e Anahí não soube distinguir qual das gêmeas era aquela.

- Não! Nós vamos fazer o de sempre! E nenhuma de vocês pode ficar amiga dela, certo Duda? – Júlia olhou para a irmã que assentiu com um pouco de medo.

Julia era terrível quando queria. Anahí respirou fundo. Seria muito mais difícil do que pensava. Desistir estava fora de cogitação. Bateu na porta e Julia apareceu, assim que a viu bateu com a porta na cara de Anahí. Ela levou uma das mãos até o nariz, esfregando-o. A pancada fora dolorida. Voltou a bater na porta.

- Meninas posso entrar? – aguardou e ninguém respondeu – ok, vamos pela forma mais difícil. Vocês não querem colaborar... As três estão de castigo, vão descer lá e arrumar aquela bagunça que fizeram na sala. Se não fizerem isso eu ligo para o pai de vocês e... – a porta se abriu e uma Julia furiosa saiu, logo atrás as gêmeas.

Julia lançou um olhar gélido a Anahí. As meninas desceram e arrumaram a bagunça. Júlia maquinava algum plano diabólico para fazer com que a nova babá fosse embora como as outras. Anahí observava as meninas com os braços cruzados, com a cara fechada. Tentava mostrar autoridade.

- Você não vai ficar aqui por muito tempo – Julia falou assim que terminou de organizar a sala, saindo com as irmãs.

A hora do almoço chegou, Anahí chamou as meninas para almoçar porem nenhuma delas desceu. Passaram a tarde toda trancadas no quarto. Anahí havia sentado no corredor, levara um livro consigo e ali passou a tarde. Quando deu a hora de ir embora, Anahí avisou Fatima, a governanta, e saiu.

Chegou em casa e foi direto para o seu quarto tomar um banho. Teria que ir a faculdade, mesmo não estando com disposição alguma. Os primeiros dias seriam exaustivos, mas depois entraria no ritmo e não notaria o cansaço.

Mal conseguiu prestar atenção na aula, relembrava cada minuto de seu dia e buscava alguma forma de tentar conquistar a confiança e o carinho daquelas crianças. Precisaria mostrar a elas que nem todas as coisas apenas tem um lado ruim, como ela observou que era o que as meninas viam.

O pai daquelas crianças não tinha tempo para elas e esse era um dos motivos de elas serem assim. Sabia muito bem como era importante a presença do pai e da mãe no desenvolvimento de uma criança. Alfonso não era um pai presente e parecia não demonstrar nenhum afeto pelas filhas.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora