Capítulo 18 - parte 03

1K 64 39
                                    


As 4 correram ate o carro, esquecendo-se das malas próximas a escada. As gêmeas sentaram-se uma em cada lado no banco de trás e Júlia ao meio, todas em seus assentos elevados, já Anahí ajeitou-se no banco do carona.

- Seria muito irado. - Júlia soltou no ar. - Ou melhor, vai ser demais esse fim de semana. – olhou para os lados - Cadê o papai?

Anahí então apontou para o moreno que apareceu na porta, falando ao celular e carregando duas malas. Ele caminhou até atrás do carro, largou as malas no chão, abriu o porta malas.

- Então a encomenda já está no local que solicitei? – perguntou enquanto colocava as malas para dentro, logo fechou batendo com força, abriu a porta do morotista, adentrou, ainda com o celular no ouvido, a loira deduziu que a pessoa do outro lado da linha falava algo, pela expressão facial alegre do moreno - Obrigada Raquel, fico te devendo essa. Quando voltar ligo e marcamos para quitar a dívida. – ele sorriu malicioso e Anahí trincou os dentes, se corroendo de ciúmes.

Como se não bastasse Claudia, agora tinha Raquel? Quem era essa lambisgóia? Que ligação tinha com Alfonso?

A loira o olhou com a cara fechada, Alfonso devolveu um olhar a mesma altura, ela manteve o olhar fixo nele, como se tivessem em uma briga, e depois soltou uma gargalhada alta, jogando a cabeça para trás.

- Não tem graça, isso dói pra caramba. – ele reclamou, sua voz firme e rouca a arrepiou.

Ela gargalhou outra vez, e os músculos da face dele enrijeceram.

- Massagem ajuda, e tenho certeza que você sabe direitinho como manusear as mãos nesse caso. – ela piscou a ele, sorrindo debochada.

Alfonso pensou em falar algo do tipo "vontade de massagear você internamente nesse momento", mas deteve-se afinal havia três crianças ali.

- O que esta rolando casal? –Júlia indagou, pondo-se em pé entre os bancos.

Anahí comprimiu os lábios e ajeitou-se no banco colocando o cinto. Júlia a cutucou e a babá deu de ombros ignorando-a. Alfonso também ignorou a filha, ligando o carro e dando partida. Júlia bufou, sentou-se e cruzou os braços sobre o peito.

- Nesse angu tem caroço e eu vou descobrir o tamanho dele ouviu? – avisou, empinando o nariz.

- Júlia cale-se. – ordenou, a encarou pelo retrovisor repreendendo - O assunto é entre Anahí e eu, coisa de adultos que não competem a uma criança da sua idade.

- Hum, sexo? – questionou, como se perguntasse que horas são.

Anahí quase se engasgou com a própria saliva, fazendo Júlia gargalhar alto, acompanhada das gêmeas. Alfonso a olhou de rabo de olho, querendo rir também, e pode perceber claramente que a loira estava completamente corada.

- O corpo fala. – a menina comentou, e começou a assoviar. – Dá pra ligar o som aí, por gentileza?

- Não. – o pai cortou-a rapidamente - Encha sua boca com seu lanche e deixe de falar asneiras. – mais uma vez bronqueou.

- Não fale com ela assim! – Anahí reclamou dando um tapinha no braço do moreno que a olhou rapidamente e voltou a prestar atenção na estrada, com um sorriso nos lábios.

"Essa viagem vai valer muito a pena, vamos nos divertir Anahí." Pensou Alfonso, a olhou pelo canto do olho e viu que ela sorria.

Anahi ligou o som e ergueu o volume, o moreno abaixou e ela voltou a erguer, e quando ele ia baixar novamente recebeu outro tapa, dessa vez mais forte. O moreno desistiu e riu balançando a cabeça. Atentas ao que se passava na frente, as crianças procuravam se conter, tamanha alegria ao ver o pai e a babá tão íntimos.

- Entre borrachas e apontadores mora o meu grande amor, colei seu nome com várias cores no livro que ele me emprestou - Anahí cantou rindo e balançando o corpo para os lados - Vamos meninas, sei que adoram essa música! – ela ergueu os braços, balançando no mesmo ritmo do corpo.

- Cola o teu desenho no meu pra ver se cola, cola o meu retrato no teu e me namora, comigo nessa dança um sonho de criança e o meu coração cola no teu pra ver se cola – Anahí e as meninas cantaram juntas em um coro perfeito e sincronizado.

Alfonso apenas observou-a minimamente. Como era diferente das outras mulheres que se envolvera: amava suas filhas como se fossem dela, o enlouquecia, era a mulher perfeita.

- Vai Poncho, cante com a gente! – Anahí deu três tapinhas na perna dele, o fazendo sair de seu mundo que acabara de criar, onde apenas estavam ele e ela.

- Desconheço essa música. – ele fez uma careta.

- É fácil, segue o ritmo e canta. - deu um empurrãozinho no ombro dele com a mão fechada e piscou. - Vamos ensinar ao papai meninas.

Bem que tentaram mas foi em vão. Alfonso não levava o mínimo jeito com dança e música. E durante boa parte do caminho foi assim nessa alegria contagiante. O moreno apenas arriscava balançando a cabeça no ritmo das mpusicas infantis, ou batendo as mãos no volante.

- Papai preciso ir ao banheiro. - Júlia reclamou comprimindo as pernas.

- Estamos quase chegando, não pode segurar uns dez minutos? – perguntou e a menina negou.

Por um lado ele até gostou, pois ficaria uns minutos a mais ao lado de Anahí. Logo ao chegar no povoado que ficava a menos de cinco quilômetros da fazenda, ele parou em uma lanchonete para que a filha pudesse fazer suas necessidades fisológicas. Júlia saiu apressada, as gêmeas logo a seguiram justificando também precisarem ir ao banheiro, mas ledo engano. Apenas queriam deixar o pai e a babá sozinhos. Percebendo que estava apenas com ele, Anahi retirou o cinto e Alfonso segurou em seu braço.

- Elas podem ir sozinhas, não precisa fugir.

- E quem disse que quero fugir? – Anahí segurou em sua camisa e o puxou colando os lábios.

- Pare de brincar com o fogo ou.. – ele murmurou com os lábios colados ao dela, a loira deu um selinho castro e retirou-se, o deixando paralisado.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora