Capítulo 14 - Parte 04

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Exaustos, deitaram-se lado a lado. A loira fitava o teto, ofegante, enquanto ele virou-se para observá-la. Percorreu rapidamente os olhos pelo corpo curvilíneo e um singelo desconforto apoderou-se de seu corpo, mais precisamente entre suas pernas. Já estaria despertando outra vez? Aquela mulher o deixaria louco, era a sua droga e estava completamente viciado. Não apenas em seu corpo, mas em seus beijos e com sua presença.

Buscando um bis, Alfonso deslizou a mão pelo ventre dela e parou sobre a intimidade dando um leve apertão. Anahi lhe segurou a mão com firmeza.

- Estou cansada Alfonso, preciso dormir. – murmurou, virou o rosto para olha-lo, engoliu em seco ao constatar aqueles olhos verdes reluzindo a desejo a olhando - O senhor pode sair e fechar a porta pelo lado de fora? – falou rapidamente, com certa dificuldade.

- Temos um acordo, quero mais de você. – ele apressou-se em dizer, partindo para cima da loira beijando-lhe no pescoço.

Anahí o empurrou rapidamente, realmente estava cansada. Repetir significaria uma ferida maior assim que ele se cansasse dela.

- Transamos, você gozou. Se quiser novamente utilize as suas mãos. – rebateu de forma áspera.

Alfonso sorriu com luxúria, passou a língua nos lábios e acariciou-lhe no braço.

- Eu acho muito mais excitante estar enterrado entre suas pernas, você é tão...

Anahi rolou os olhos e bufou. Teria que desenhar para ele que não queria mais? Apesar de seu corpo gritar, implorar pelo dele, teria que ser mais forte do que a tentação. Alfonso é o tipo de homem que enlouquece e leva aos céus qualquer mulher durante o sexo. Ele sorriu ao vê-la rolar os olhos e aproximou-se novamente, distribuindo beijos em seu pescoço.

"Céus esse homem não colabora! Alguém avisa a ele que sou um vulcão em erupção quando o assunto é sexo, por favor", pensou, rindo mentalmente. Se Alfonso era louco por sexo, não a conhecia. Aliás, ninguém a conhecia.

- Mais uma vez, preciso garantir que engravide logo. – sussurrou com a boca colada ao pescoço dela.

Soltou um riso pelo nariz enquanto negava com a cabeça. O que Alfonso estava dizendo? Novamente com aquela história de filhos?

- Já lhe disse que não posso ter filhos. – ela alterou o tom de voz, empurrou-o mais uma vez, sentou-se na cama e cruzou os braços segurando a vontade de chorar.

- Eu não acredito em você.

Irritada, Anahí segurou o lençol sobre o peito, caminhou até a mesinha e retirou da gaveta uns exames jogando-os sobre Alfonso. Ele olhou para aqueles papéis como se não entendesse o que ela queria com aquilo, a olhou confuso.

- Veja com seus próprios olhos Alfonso, não posso gerar filhos. – a voz dela saiu embargada, cruzou os braços sobre o peito, respirou fundo e olhou para o teto, não buscaria contato visual com ele ou desabaria em lágrimas - Agora saia do meu quarto e pare de torturar-me com isso! – finalizou praticamente implorando.

Alfonso olhou os papéis abismado. Ela falava a verdade e ele a torturara com aquela história de filhos. Sentiu-se mal e retirou-se do quarto, após vestir a cueca, sem falar nada. Assim que a porta fechou ela escorregou o corpo e sentou-se no chão abraçando os joelhos. Desde criança sonhava com o dia que se tornaria mãe, mas aquele desejo lhe foi arrancado cruelmente.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora