Capítulo 19 - parte 06

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A loira levou alguns segundos para tentar se situar com o que acabara de ouvir vindo de uma menina de apenas sete anos. O que Júlia estava deduzindo com isso? Bem que ela gostaria que o enjoo de há pouco tempo fosse por estar esperando um filho do homem que ama, porém esse sonho estava impossibilitado de acontecer.

- Você é estéril Anahí, jamais poderá ter filhos. – o médico lhe falou de forma fria, rude. – Não há necessidade de anticoncepcional, apenas exija que o parceiro use camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis. – completou.

- Mas você disse que... – falou com a voz embargada, seus olhos marearam.

- Me equivoquei, você é o que chamam de árvore seca. – comentou como se fosse a coisa mais simples do mundo dar essa notícia a uma mulher que sonhava em ser mãe.

- JÚLIA! – a voz masculina em tom completamente audível fez a loira despertar e automaticamente correr em direção da mesma.

Ao chegar na sala Anahí explodiu em uma gargalhada gostosa e incontrolável: Júlia segurava um extintor e Cláudia e a mãe, Carlota - vulgo bruxa velha -, estavam completamente brancas e tossiam sem parar. O olhar das bruxas apenas fez Anahí rir ainda mais, e a loira viu o moreno rir disfarçadamente também.

A menina olhou para a babá e jogou um beijo no ar, e depois olhou bem para as duas mulheres cobertas daquele pó branco e sorriu falsamente.

Como ela havia chego tão rápido ali? Ou melhor, como conseguira arrastar aquele extintor até a sala? De onde havia surgido? Júlia definitivamente era uma caixinha de surpresas.

- Essa menina precisa de uma mãe – Carlota esbravejou, tossiu algumas vezes e fuzilou Anahí com o olhar - Não de uma babá que a apoie em suas travessuras. – acusou e Anahí a olhou boquiaberta, desde quando ela apoiava as travessuras de Júlia? - Cláudia será uma ótima mãe para suas filhas.

- Essa bruxa nunca será a minha mamãe – Júlia gritou fechando a cara - Prefiro o diabo ao invés dela, apesar de ser a mesma coisa!

- Garotinha petulante! – Cláudia rosnou, fechando as mãos em punho – Vai ter que aceitar o meu casamento com seu pai!

O estrondo do extintor caindo ao chão assustou a todos. Júlia saiu correndo da sala e Anahí tratou de ir atrás de sua pestinha preferida. Antes de juntar-se a loira, ele encarou Cláudia e Carlota, tragou saliva, cruzou as mãos sobre o peito e sorriu cinicamente.

- E quem disse que eu me casarei contigo? – coçou a barba por fazer - Em momento algum lhe fiz um pedido de casamento. – descruzou os braços e apontou o dedo para si e depois para Claudia, mais precisamente para o ventre dela - Eu assumirei a criança, mas me casar com você jamais.

Nem se deu trabalho de aguardar para ouvir os resmungos de ambas, deixou a sala ignorando o chamado de Cláudia e foi em busca da sua loira. Encontrou-a em frente a porta do quarto das filhas, prestes a entrar ali.

- Anahí espere! Permita que eu me explique. – chamou-a rapidamente.

Ela virou-se para ele e soltou o ar pela boca, tentando controlar a sua irritação.

- Não me deve explicações senhor Herrera. – sorriu falsamente e girou o corpo, pôs a mão sobre a fechadura da porta a fim de abrí-la.

- Tenho que lhe dar explicações sim. – a voz rouca a arrepiou - Estou contigo e...

- Não temos nada Alfonso. – disse enfática - Foi um sonho, e eu acordei.

- Isso está muito longe de ser um sonho, é a nossa nova realidade. – o moreno afirmou, ela rolou os olhos negando com a cabeça e virou-se para entrar no quarto definitivamente - Não me dê as costas enquanto falo contigo!

Como um raio a loira foi até ele e o segurou pela gola da camisa.

- Não grite comigo! – disse entre os dentes, apontando o dedo na cara dele.

Alfonso começou a rir a prendeu contra a parede.

- Você fica tão sexy quando está irritada.

Dobrando um pouco o joelho, Anahí o acertou em cheio, arrancando um gemido de dor.

- E posso ser muito perigosa também Herrera. – o sorriso vitorioso da loira iluminou o rosto delicado - Resolva a sua vida com a bruxa nova e depois me procure. – alertou-o, soltou sua camisa o empurrando - Enquanto isso, fique bem longe de mim.

- Não consigo, e nem você. – disse dando um passo a frente e a enlaçando pela cintura - Você é minha.

Calmamente ela retirou as mãos do moreno de sua cintura e deu um passo para trás, olhou-se como se procurasse algo.

- Não vejo nenhuma etiqueta com seu nome aqui.

- Fique longe dele, por favor. – basicamente Alfonso implorou e ela gargalhou.

Alfonso com ciumes dela? Usaria isso a seu favor para acreditar que ele realmente a queria.

- Pois agora mesmo que eu vou lá falar com ele. – mencionou empinando o nariz, e Alfonso travou o maxilar - Enquanto a bruxa estiver aqui, eu ficarei na cola do seu irmão.

- Não subestime meu ciumes Anahí!

- Nunca duvide de uma mulher irada Alfonso Herrera.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora