Capítulo 17 - parte 02

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- São lindas! – a mulher falou outra vez, tentando puxar assunto com Anahí.

- Oh, me desculpe! – lamentou um pouco envergonhada - Se eu perder de vista um segundo elas aprontam.

- Eu entendo, tenho quatro em casa e sei perfeitamente como as coisas funcionam. – a mulher sorriu levemente olhando para umas crianças que brincavam no escorregador - Num piscar de olhos eles pintam o sete. Tem mais filhos? – sondou, dando a entender a Anahí que estava a fim de uma troca de figurinhas entre mães.

Aquela mulher desconhecia o fato de ser apenas babá das meninas, mas se Júlia já havia inciado a mentira, porque desmentir? Poderia naquele momento fantasiar seu sonho de ser mãe, o qual por ironia do destino jamais se concretizaria biológicamente, e imaginar-se como esposa do moreno de olhos verdes que a fazia suspirar.

- Não, quem sabe futuramente. – pontuou, dando um pequeno sorriso a mulher e logo voltando sua atenção para as meninas próximas ao carrinho de sorvete não muito longe dali.

- Filhos são uma benção, mesmo quando são mais traquinas. – afirmou a morena, Anahí a olhou assentindo - Sempre digo que ficarei de cabelos brancos antes do tempo.

- Eu não sobrevivo sem minhas pestinhas. – declarou a loira dando uma olhada rápida as crianças que voltavam com sorvete nas mãos.

Em um pulo Anahí levantou do banco em pânico ao visualizar um cão enorme, de raça que ela não conseguiu definir, correndo em direção a Júlia. E foi tão rápido que nem deu tempo da loira gritar e a menina já estava no chão. Desesperada e com medo de que o cão a mordesse, correu até a menina que gargalhava por conta do cão a lambendo.

- Perdão, perdão! – o homem falou, puxando o cão pela guia - Kim adora crianças, você está bem menina? – perguntou preocupado auxiliando-a a se levantar.

- Júlia você está bem? – Anahí perguntou ofegante.

- Não quebrei nada, estou ótima, adorei o cachorro. – Júlia falou rapidamente respondendo a todos, sorrindo ao final e afagando o cão.

- Papai desculpa, soltei a Kim um segundo para pegar a bola e ela fugiu. – um adolescente ofegante parou ao lado de Júlia, apoiando as mãos sobre os joelhos demonstrando seu cansaço.

Logo juntaram-se a ele mais dois meninos menores, cada um segurando um filhote, de mais ou menos 2 meses.

- Está tudo bem Guto, por sorte Kim não machucou essa princesinha. – disse olhando para Júlia afagando-lhe nos cabelos e depois seu olhar tomou outra direção, deixando Anahí sem graça. – Sou Roberto Garcia – sorriu para ela lhe estendendo a mão.

- Anahí Portilla. – estendeu a mão apertando a dele, um tanto sem graça e piorou quando ele pareceu a analisar dos pés a cabeça.

- Encantado senhorita Portilla! – o homem então puxou a mão da loira e beijou.

- Ôh mamãe! – Júlia chamou puxando a barra da blusa de Anahí. – A gente pode adotar um cachorrinho?

- Papai não gosta de animais Jú! – Fernanda lembrou a irmão que bateu o pé no chão e cruzou os braços sobre o peito fazendo birra.

A loira parecia não ter ouvido nada, assim como Roberto, estava encantada com aquele belo moreno de cabelos arrepiados e belos olhos verdes. Se Alfonso não a queria, porque não se dar a chance de conhecer outra pessoa? Olhou disfarçadamente para a mão dele e viu que não usava aliança. Será que tinha alguém? Bem, se fosse analisar pelos olhares lançados a ela, ou ele era um Dom Juan, ou um galinha estilo Alfonso Herrera. Aquele homem não era tão bonito e charmoso quanto Alfonso, mas parecia gentil e educado, bem diferente do ogro que ela convivia diariamente. Percebendo que Anahí olhava fixamente para o homem e o mesmo para ela, Júlia bufou.

- MAMÃE! – Júlia berrou tão alto, que a loira deu um pulo e direcionou o olhar para ela – Podemos adotar um cachorrinho? – a menina sorriu mostrando os dentes e Anahí chingou-a mentalmente por estragar seu flerte.

- Falaremos sobre isso com seu pai. – disse rapidamente, girou o corpo voltando a atenção para o homem ali a sua frente.

- Se quiser, estou doando um desses filhotes. – Roberto respondeu empolgado, voltando a segurar a mão de Anahí que a puxou imediatamente.

- Não podemos, Alfonso irá surtar se eu aparecer com um cão em casa.

E a conversa se estendeu por um bom tempo. As crianças brincavam com os cães e Anahí e Roberto conversavam sobre filhos e animais. Aquele homem com argumentos perfeitos conseguiu convencer a loira de levar um dos cães com ela e comprometeu-se a ensiná-la tudo sobre cães da raça labrador, já que era veterinário. Inclusive, deu a loira seu cartão e anotou o número dela para agendar consultas de rotina em seu consultório. Kim, a fêmea e mãe dos filhotes aproximou-se de Roberto que a afagou. Júlia de longe observava nada satisfeita Roberto fazer a loira sorrir e piorava quando ele tocava na babá. Decidida a fazer algo para impedir um possível romance entre os dois, aguardou Anahí afastar-se e foi até Roberto, abaixando-se para afagar o cão.

- Papai ficará sabendo disso e vai partir sua cara ao meio. – murmurou trincando os dentes, sorriu a ele – Anotei sua placa, muito cuidado no trânsito.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora