Capítulo 19 - parte 11

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Nem bem Alfonso fechou a porta do quarto o telefone voltou a tocar. Deu de ombros, virou a chave na porta e a fitou dormindo serena. Aproximou-se da cama e deitou-se ao seu lado, apoiando a cabeça sobre uma das mãos. Suspirou admirando-a, fez menção de tocá-la e pode notar a expressão dela mudar.

- Por favor, não me machuque. – murmurou enquanto se encolhia, sua expressão era de dor – NÃO! NÃO! – gritou assustada, acordando em seguida.

Em um movimento rápido Alfonso a puxou para seus braços, demonstrando que estava ali a protegendo de todos os perigos. Sabia que os pesadelos poderiam vir a tona devido a um possível trauma pelo ocorrido. E ele estaria ali, ao seu lado, para evitar que se prolongasse por muito tempo aquele sofrimento.

- Estou aqui meu anjo, ninguém lhe fará mal. – disse quase em um sussurro, beijou-a na cabeça e a apertou mais contra si.

- Ele estava bêbado, descontrolado e irreconhecível. – falou angustiada.

- Estar bêbado não justifica o que quer que ele tenha tentado fazer contigo.

Anahí respirou fundo, afastou-se dele, colocou os cabelos atrás da orelha, gesto que Alfonso achou lindo, abraçou a si mesmo e fitou o moreno, olhos nos olhos. Em seguida fechou os olhos e uma lágrima escorreu, Alfonso secou-a com o polegar da mão esquerda. A vontade de pegá-la no colo, niná-la e cuidar dela aumentou, e o sentimento que nutria por ela aumentava dia após dia.

- O que fez comigo Anahí? – indagou com a voz rouca - Em mim explode um sentimento por você de uma imensidão que eu desconhecia. – pausou, passou a língua sobre os lábios, acariciou-a na bochecha direita, ela sorriu fracamente - Eu te vejo e quero te abraçar, beijar, passar o resto dos meus dias contigo, nunca me senti assim com ninguém.

- É reciproco Poncho. – Anahí sussurrou, ainda de olhos fechados, respirou fundo abriu os olhos e o azul se chocou com o verde novamente – Eu te amo, mas vejo muitos empecilhos que impedem de estarmos juntos.

- Juntos somos mais fortes. – ele pontuou.

- Tudo bem que a união faz a força, mas olhe a nossa volta Alfonso, é como se houvesse a muralha da China entre nós. – gesticulou abrindo os braços - A bruxa não nos deixará em paz, vai sempre buscar alguma forma de interferir em nosso relacionamento e... – suspirou, comprimiu os lábios.

- E?

Soltou o ar pela boca, puxou a mão dele e contornou a unha de seu polegar, e assim sucessivamente fez nos outros dedos, lentamente.

- Quando Alex tentou usar da força ontem a noite eu chamei por você, mas não conseguia gritar. – apertou-lhe a mão, o mirou soltando-a e levando a mão a garganta - Era como se houvesse algo que impedisse que pudesse me ouvir, não sei, minha voz não saia.

- Me perdoe por não estar ao seu lado.

- Não peça perdão por algo que eu mesma pedi que você fizesse. – Anahí disse calmamente, tragou saliva – Ele me bateu quando disse que te amava. – soltou um riso pelo nariz - Disse que me mostraria o prazer através da dor, da mesma dor que você causou a ele anos atrás.

Alfonso cerrou os punhos, trincou os dentes e sua face enrijeceu. A raiva por aquele homem que se dizia seu irmão triplicou. Usaria de todas as formas possíveis para que ele jamais voltasse a se aproximar de Anahí ou de suas filhas. Anahí arregalou os olhos ao notar a veia do pescoço do moreno saltar.

- Infeliz. – praguejou - Deveria ter acabado com sua vida quando pude. Maldito!

- O que quer que tenha acontecido entre vocês ficou no passado. – falou tocando-lhe uma das pernas - Vamos viver nosso presente, e nesse momento eu preciso de um banho. Quer vir comigo? – convidou abrindo um largo sorriso.

Como ela conseguia ser tão perfeita daquela forma? Os músculos da face dele voltaram ao normal e o moreno tragou saliva algumas vezes, soltou o ar pela boca.

- Quero. – a voz dele saiu rouca, a olhava fixamente.

Com um pequeno sorriso nos lábios Anahí caminhou vagarosamente até o banheiro, Alfonso a seguiu com os olhos. Estava no céu com aquele anjo em forma de mulher.

- Não estrague esse momento Alfonso. – falou consigo mesmo.

Abriu um sorriso e foi ao seu encontro, quase cantarolando, tamanha a sua felicidade. Porém, ao adentar no banheiro e vê-la completamente nua embaixo do chuveiro, travou ao ver os hematomas pelo corpo dela. Anahí lhe estendeu a mão e os olhos dele não se moviam. Lentamente ele retirou suas roupas, como se estivesse anestesiado, tocou a mão dela, permitiu que ela o guiasse,, então beijou-lhe na testa.

- Perdoe-me. – pediu aflito.

- Está tudo bem Poncho. – Anahí disse acariciando o rosto do moreno, deitou sua cabeça sobre o ombro dele - Em breve essas marcas vão desaparecer.

Sem falar nada, Alfonso segurou um de seus braços e beijou-lhe sobre um hematoma. Ajoelhou-se a sua frente e distribuiu beijos demorados sobre os hematomas próximos aos seios, pernas. A loira ofegou ao sentir os lábios dele em contato com sua pele.

- Faça amor comigo antes que eu tenha um orgasmo apenas com seus toques.

Alfonso levantou-se rapidamente, sorriu e deu-lhe um selinho demorado.

- Seu desejo é uma ordem meu amor. – respondeu lascivo e com uma de suas mãos ele segurou sua perna, acariciou-a.

- Sem delongas, já estou pronta para receber você.


Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora