Capítulo 18 - parte 07

897 62 46
                                    


- E tira o apetite! – Eduarda exclamou, lembrando o pai enquanto afirmava com a cabeça.

- Que sobremesa? – Júlia indagou estreitando os olhos, olhou para os três adultos na mesa, Cecília começou a rir, Anahí baixou o olhar e Alfonso direcionou sua atenção para o jantar em seu prato, e a menina rolou os olhos – Coisa de adulto?

Alfonso largou as talheres, clareou a garganta e direcionou o olhar para a filha que estava bem a sua frente. A menina sempre fora audaciosa, tanto quanto a mãe, recordava-se muito bem de que a mulher não levava desaforo para casa. E também como foi difícil convencê-la a levar a gestação de Júlia até o final, pois não queria engordar. Sua primogênita a lembrava muito pouco, a única coisa herdada eram os olhos claros e o gênio difícil e marrento. Talvez aquilo fosse uma consequência da rejeição da mãe logo ao nascer, das vezes em que ele viu a ex namorada falando a um bebê o quanto a odiava e desejava sua morte. Pobre Júlia, sofrera tanto desde que estava no ventre da mãe, se é que aquele ser repugnante poderia ser chamado assim. O moreno clareou a garganta novamente e soltou o ar pela boca, como se com isso despejasse energias ruins que estavam dentro de si.

- As quais você ainda é muito nova para saber. – ressaltou, clareou a garganta - Agora volte a jantar, ou retire-se da mesa. – finalizou grosseiramente e Júlia encolheu os ombros.

A loira lhe lançou um olhar gélido e Alfonso pode visualizar ela rosnando. Irritada lhe parecia mais sexy, como uma fera selvagem a qual ele estava contando os minutos para acasalar.

Silêncio. Nem o bater de talheres no prato era ouvido. Cecília observava Anahí e Alfonso descaradamente com um sorriso malicioso nos lábios.

- Papai e Any vão fazer um bebê? – perguntou quebrando o silêncio, a loira corou imediatamente.

Alfonso deu um soco sobre a mesa fazendo Anahí saltar da cadeira. Júlia sorriu cinicamente e pôs-se de pé rapidamente, sairia dali antes que levasse uma bronca daquelas do pai, apenas por falar o que claramente era percebido: o pai e a babá estavam apaixonados.

- Eu já jantei, bye casal! – falou rapidamente enquanto jogava beijinhos e correu para o quarto.

Com medo de que sobrasse para elas, Eduarda e Fernanda foram atrás da irmã. Alfonso então riu alto, tombando a cabeça para trás. Anahí e Cecília se olharam, perguntando com os olhares o que havia acontecido com ele. A loira fez um gesto com as mãos de que não sabia. De repente o riso cessou, ele clareou a garganta, levantou-se parando atrás da cadeira de Anahí, aproximou a boca do ouvido dela, passando o nariz levemente. Com o toque Anahí fechou os olhos e suspirou.

- Te espero na piscina. – ele sussurrou e beijou demoradamente o local.

A loira se tornou um pimentão ao dar de cara com Cecilia sorrindo maliciosa.

- A sobremesa de hoje estará melhor para alguns, o que eu particularmente acho injusto. – a senhora comentou, murmurando.

Anahi baixou o olhar envergonhada, ficando mais vermelha ainda, como se isso fosse possível. O que era aquilo? Estava tão na cara assim o que poderia acontecer dentro de alguns minutos?

- Com licença Cecilia. – pediu sem olhar para a senhora.

- Aproveite a sobremesa, delicie-se! – Cecília gritou e começou a rir sozinha.

Já no quarto, Anahí decidia-se se ia ou não ao encontro de Alfonso. Do quarto das meninas pode ouvir quando alguém pulou na piscina. Nem precisou ir até a janela para saber quem estava ali. Porém não pode deixar de olhar, apenas via a sombra dele, dentro da piscina.

- É injusto! Papai está na piscina outra vez! – Eduarda reclamou cruzando os braços.

- Seu pai é adulto e vocês são crianças. – Anahí frisou - E lugar de criança essa hora é na cama.

- São apenas dez horas Any, deixa a gente acordada? – Júlia pediu, juntando as mãos implorando, a loira negou - Poderia assistir um filme irado com muito sangue com a gente! – sugeriu, tentando convencê-la,mas Anahí seguiu negando, estalando a língua.

- Amanhã você assiste o filme que quiser, contanto que seja indicativo para a sua idade. Agora as três na cama, de olhos fechados.

- Até parece que tem compromisso depois. – Júlia sussurrou, Anahí a olhou arquenado uma sobrancelha.

- E eu tenho. - piscou.

- Vai encontrar o papai? – a menina praticamente cuspiu a pergunta.

- Encontro marcado, eu e minha cama e uma relação de amor. – a loira piscou novamente e gargalhou.

Ainda insistiram em ficar acordadas, e em meia hora estavam apagadas. A loira verificou duas vezes se realmente estavam dormindo. Pela janela de seu quarto o viu ainda na piscina. Trocou de roupa, se olhou no espelho e sorriu.

- Será que você resiste Ponchito? Veremos até onde aguenta.

Colocou o roupão e caminhou até a área da piscina. Ele estava distraído observando as estrelas enquanto ela se aproximava. Jogou o roupão em um canto e caminhou até a beira da piscina, colocando apenas os pés na água, na parte mais rasa.

- Essa água esta uma delícia. - comentou e aguardou ser vista.


Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora