Capítulo 17 - parte 09

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Sem tirar os olhos do moreno, Anahí caminhou até seu celular e abaixou-se para juntar os pedaços. Seu iPhone comprado a singelas vinte e quatro parcelas ainda não pagas em seu total, estava todo quebrado. Em silêncio Alfonso caminhou até ela e abaixou-se ao seu lado e deu um meio sorriso.

- Comprarei outro para você.

- Não há necessidade senhor Alfonso. – ralhou trincando os dentes, contendo sua ira e a vontade de encher ele de tapas na face - Me encarrego de comprar outro após terminar de pagar esse. – o sorriso cínico fez Alfonso ficar sem graça - Perdoe-me, mas ficarei sem celular por uns tempo, houve um acidente com o meu.

Deu mais uma olhada para o moreno e retirou-se da cozinha, largando o aparelho sobre a bancada. Ele a segiu com o olhar, até perdê-la de vista, e logo após retirou seu celular do bolso.

- Sônia, passe para a Maite, por favor. – solicitou.

- Maite está de folga agora pela manhã, estava se sentindo mal.

- Preciso de um favor. – segurou o aparelho de Anahí, ou melhor, o que restou dele – Efetue a compra de um iPhone 5s dourado. – ordenou.

- Algo mais senhor?

- Mude o aparelho. – sorriu mudando de idéia – Troque-o pelo último modelo, cor rosé, o melhor que encontrar. E peça que embrulhe.

- Certo senhor, e o pagamento?

- Avise ao RH que desconte de meu salário. – ordenou - Preciso desse aparelho para hoje, é urgente. – frisou, indo em direção a lixeira e jogando o aparelho dentro.- Bye bye Robertinho!

Em duas horas o aparelho estava nas mãos de Alfonso, em um belo embrulho o qual ele saberia muito bem onde guardar. Subiu as escadas em direção aos quartos e entrou em uma das portas e logo saiu com as mãos vazias.

Após o almoço, Anahí subiu para tomar um banho e trocar de roupa. Mais tarde levaria novamente as meninas para o parque, passear com Marley e quem sabe encontrar Roberto e lhe avisar do ocorrido com seu aparelho. Ao abrir a porta deparou-se com um embrulho sobre sua cama, sentou-se ali e o abriu e seus olhos estalaram quando viu o conteúdo. Ao lado da caixa um pequeno bilhete, escrito a mão. Reconheceria de longe aquela caligrafia.

"Por favor, aceite-o e me perdoe pelo ocorrido mais cedo na cozinha. Irritei-me, seu celular foi a primeira coisa que vi e o arremessei contra a parede para tentar extravasar minha raiva. E quero quitar a dívida com seu antigo aparelho, permita que eu pague pelos meus erros. Você não tem culpa e não merece que desconte meus sentimentos ruins sobre você. Desculpe-me anjo. Poncho."

Um sorriso brotou em seus lábios. Retirou o aparelho da caixa e buscou por uma tomada. Lembrou-se de seu chip no aparelho antigo e desceu apressada até a cozinha e congelou no topo da escada ao presenciar a algazarra na sala: Marley latia para Claudia que reclamava de algo. E foi então que a loira viu uma macha molhada na calça da mulher e segurou o riso que quis escapar, levando a mão a boca.

- Como ousa trazer esse animal para a minha casa Anahí? – perguntou, segurando o cachorro pelo pelo, um pouco acima das costas.

Engoliu em seco e soltou o ar pela boca, desceu as escadas e aproximou-se de Alfonso, tomou Marley dele, o abraçando, protegendo-o.

- Relaxa Marley, isso ai é carne de segunda, vai te fazer mal. – sussurrou ao cachorro, Alfonso ouviu e deu um leve sorriso – Ele não é lindo? – sorriu olhando para Alfonso que assentiu, desnorteado devido ao sorriso dela.

- Podemos ficar com ele não é papai? – Júlia implorou juntando as mãozinhas, olhando do pai para o cachorro.

- Não seja rabugento Alfonso, é apenas um cachorro – Anahí virou os olhos negando - Toda família tem um e ele é ótimo para crianças com temperamento forte como a Júlia. – argumentou, olhou para a pequena e piscou.

- Tudo bem, o animal fica. – concordou e as meninas vibraram, fazendo-o sorrir.

- Cachorro papai! – Eduarda riu - E o nome dele é Marley!

- Você poderia ir com a gente brincar no parque, assim quem sabe você conhece o tio Roberto, o namorado da Any. – Júlia sorriu maliciosa e Anahí arregalou os olhos - Sabia que ele é veterinário e vai cuidar do Marley?

- Está usando um passeio com minhas filhas para encontrar seus casinhos? – indagou, trincando os dentes, se corroendo de ciúmes.

- Roberto não é meu namorado Júlia. – repreendeu olhando para a menina, após encarou Alfonso – E muito menos um casinho.

- Mas ele te convidou para sair, é sinal que está interessado. – Fernanda prossegiu, captando a intenção da irmã em provocar ciúmes no pai.

- E é um gato. – Júlia se abanou – Acho que deveria namorar ele Any, são perfeitos um para o outro.

- Muito lindo. – Eduarda concordou, fingindo desmaiar. – Me abana senhor!

Alfonso buscava controlar-se para não explodir ali, em frente a Claudia e demosntrar seus sentimentos pela babá das filhas. Precisava descobrir quem era esse veterinário e ter uma conversa com ele, alertando-o de que Anahí não estava disponível, que era sua e de mais ninguém. Concentrado em seu mundinho nem percebeu que a loira retirou-se com as crianças e o cachorro indo brincar no jardim.

- Alfonso? – Claudia estalou os dedos – Temos que contar a elas sobre o bebê.

- Agora não Claudia, não se preocupe que me encarrego disso. – disse impaciente, gesticulou coma mão um sinal de pare - Volte para a sua casa, lhe disse que tenho muitas coisas para serem feitas antes de viajar. – dispensou-a sem demosntrar importância alguma - E não me ligue, pare de me perturbar ou enjoarei de você. – alertou já se afastando dela, trancando-se em seu escritório.

Sentou-se em sua cadeira giratória, apiou o cotovelo sobre a mesa e a cabeça sobre as mãos. Precisava ser rápido e pensar em algo para que esse homem jamais tocasse em sua Anahí. Tomou uma caneta nas mãos e impaciente a bateu sobre a mesa. Instintivamente pegou um pedaço de papel e escreveu algumas linhas.

"Desculpe-me, mas não podemos ficar com Marley. Sou alérgico a esse tipo de animal que mija em território alheio. Esqueça que a conheceu, assim como minhas filhas. Mantenha-se longe da minha família."

- Pontinho, agora preciso descobrir para onde mandar esse animal. – pensou alto. – Anahí, Anahí, no que depender de mim o único cachorro que coloca as patas em você sou eu.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora