Capítulo 13 - parte 01

939 65 4
                                    


Naquela noite Júlia recusou-se a jantar, alegando estar com muito sono. A avó Cecilia havia ido a um jantar com umas amigas da alta sociedade e assim poderia aprontar suas traquinagens, mesmo que essas tivessem consequencias drásticas. Entrou no quarto de Anahí com um pote nas mãos e encostou a porta, assim daria tempo para se esconder e não seria pega em flagrante. Visualizou cada detalhe daquele quarto e viu ao lado da cama uma foto da babá com uma ruiva e uma morena. Caminhou até lá, encarou a foto e suspirou.

Quem seriam aquelas duas ao lado dela, sorridentes e felizes?

- Desculpe Any, eu preciso fazer isso. Você tem que ir embora logo antes que... – falou em um sussurro.

Avistou o pijama de Anahi sobre a cama. Esse seria o local idela para depositar aquele pozinho que lhe ajudara tantas vezes. E o plano perfeito para tirar a loira de vez da casa. A noite seria regada de muitos risos ali. De luva e máscara, despejou todo o conteúdo do pote no pijama e depois tratou de deixá-lo como antes.

A porta se abriu de repente e a menina teve de ser rápida e entrar embaixo da cama. Com o susto, o pote caiu de sua mão e rolou, parando embaixo do criado mudo, a menina olhou e se deu um tapa na testa, em sinal de lamento. Assim que Anahi entrou no banheiro, Júlia saiu rapidamente esquecendo-se de levar consigo o pote onde estava o famoso po.

Anahí tomou seu banho, antes, de frente ao grande espelho em seu quarto, visualizou ainda algumas marcas deixadas por Alfonso. Meneou a cabeça, aquilo nunca mais aconteceria. Vestiu o pijama que a pouco havia deixado sobre a cama, porám ao pano entrar em contato com sua pele sentiu uma leve ardência. Em questão de segundos estava se coçando toda e a pele vermelha.

Alfonso caminhou em direção ao quarto da loira a fim de forçá-la a fazer amor com ele novamente. A queria naquele momento, necessitava satisfazer-se. Apenas de imaginar estar entre as pernas da querida babá, entrando e saindo lhe deixava excitado. Teria ela consigo durante uma semana e depois a chantagearia para que prosseguisse sendo apenas sua pelo resto das noites, sempre quando ele quisesse e precisasse do corpo dela para satisfazer suas necessidades masculinas.

Abriu a porta sorridente e chocou-se ao vê-la coçando-se toda. Correu ate Anahí e teve certeza ao ver o pote no canto do criado mudo.

- JÚLIA! – ele gritou, fazendo Anahí assustar-se.

Saiu do quarto dela como um raio. Sabia muito bem qual seria o seu destino. Adentrou o quarto da filha dando um chute na porta. Júlia pulou da cama e arregalou os olhos ao ver a fúria do pai.

- Já chega Júlia! – esbravejou, pegou-a pelo braço e puxou-a para fora da cama - Cansei de suas malcriações. Você é igual a sua mãe, completamente inconsequente! – acusou-a enquanto lhe chacoalhava fazendo-a cair sentada, encolhendo-se e abraçando os joelhos.

Retirou o cinto e preparou-se para bater na menina.

- NÃO!

Virou-se e seu olhar chocou-se com o de Anahí parada na porta, que coçava-se toda. Ao lado dela estava Fátima, que sempre atenta a tudo que ocorre na casa, ao ouvir o grito do moreno, não hesitou em averiguar quem estava em apuros pelas traquinagens de Júlia.

- Deixe Júlia comigo, leve Anahi a emergência. - Fátima ordenou.

Alfonso assentiu e olhou para Júlia.

- Quando voltar conversamos, e ninguém conseguira intervir para que não lhe mande para o internato.

Julia levantou-se e correu até Fátima, olhou para Anahí e sentiu pena dela: estava completamente vermelha, aquilo deveria coçar muito.

- Desculpa. – sussurrou.

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora