Capítulo 16 - parte 07

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- Por favor, senhora, Júlia não será um problema, eu lhe garanto. – Anahí pediu implorando, juntando as mãos como se fosse rezar.

- Uma mãe desesperada em busca de uma escola que compreendam sua filha. – a diretora deduziu, olhou fixamente para Anahí - Já pensou em levá-la ao psicólogo?

- Papai esta vendo isso, não é mamãe?

Anahí tragou saliva, olhou para Júlia buscando entender o porquê daquilo. Haviam conversado sobre mentiras, brincadeiras e mal criações durante o caminho e agora ela estava fazendo o contrário?

- Alfonso tem muitos compromissos e passa pouco tempo em casa com as meninas, então estamos vendo um horário para que ele possa estar presente.

- Compreendo. Homens não gostam desses assuntos e tudo fica a cargo de nós, mulheres. – ela sirrou pela primeira vez, Anahi assentiu – Tem outros filhos senhora Herrera?

Anahí engasgou-se com a própria saliva com o susto que levou da diretora chamando-a daquela forma. Trocou um olhar de canto de olho com Júlia pedindo socorro.

- Tenho duas irmãs repetidas e papai e mamãe estão encomendando mais um.

- E a vaga seria apenas para essa mocinha linda? – questionou e Júlia assentiu.

- Eduarda e Fernanda continuarão na mesma escola. – ela explicou, soltou o ar pela boca e tragou saliva - Alfonso não permitiu que fossem prejudicadas por conta de um pequeno desentendimento que envolveu a Júlia.

- Bem senhora Herrera, assim que tiver uma resposta do conselho entrarei em contato.

Anahí agradeceu-a e saiu rapidamente dali segurando firme na mão de Júlia. A pestinha já havia mentido, e para que ela resistisse a tentação de aprontar algo não faltava muito. Conhecia muito bem aqueles olhares misteriosos, algo ela estava prestes a aprontar.

Aquela criança sentia uma atração enorme por confusão, não haveria outra explicação. Por um lado pensava que talvez seria bom que Júlia fosse ao internato, ouvira falar muito bem do Instituto Brigthon por conta de serem rígidos e disciplinares. Porém, por outro lado acreditava que aquele lugar era mais uma filial de Hitler para crianças do que uma escola.

- Seria legal. – a menina falou enquanto colocava o cinto, Anahí olhou para ela e fez um gesto para que prosseguisse sua afirmação - Você e o papai juntos.

- Júlia...

- Apenas estou sendo sincera, falando a verdade, nada de mentiras lembra? – deu de ombros, dando um pequeno sorriso a babá.

- Me prometa Júlia... – Anahi desviou o olhar da estrada, fitando a menina pelo retrovisor, tentando demonstrar seriedade - Que irá se comportar e nada de mentiras de hoje em diante.

- Eu prometo que irei me comportar. - Júlia disse sorrindo e esticou o dedinho mindinho para a loira que estendeu o braço para trás, enganchou o seu no dela - Juro juradinho de dedinho! Mas...

- Mas?

- Vai ter que me ajudar em uma coisinha! - a menina fez um biquinho gesticulando com as mãos, deixando um espaço minimo entre o dedo polegar e o indicador.

- Prossiga. – falou enquanto prestava atenção na estrada, onde iam a caminho de uma das escolas.

- Umas brincadeirinhas com a bruxa má a fim de fazer ela sumir outra vez da minha vida.

- Brincadeiras com a bruxa má estão liberadas! – piscou para a menina.

- E o que houve agora a pouco? – questionou-a erguendo uma das sobrancelhas.

- Pausa para o segundo tempo! – Júlia estalou a língua - Você não mencionou nada sobre mentir na hora do intervalo.

- O que eu faço com você Júlia?

- Me leva para tomar um big sorvete!

- Vamos buscar suas irmãs e depois conversamos. – Anahí negou minimamente, girou a chave ligando o carro - Eu acho que estão merecendo um passeio no parque, concorda?


Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora