Capítulo 23 - parte 02

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Aos poucos o beijo foi tomando mais intensidade e ambos tiveram de usar as mãos em carícias. Alfonso adentrou sua língua na boca da loira, desesperadamente. Estava com tanta saudade de sentir seus lábios macios e adocicados que pensava jamais se saciar. Mordiscou o lábio inferior, segurou-o nos dentes e puxou.

Anahí sentiu todo o seu corpo arrepiar com aquilo, pois sabia que aquele era um provável indicativo do que aconteceria. E teve mais certeza quando Alfonso voltou a devorar seus lábios, dessa vez com mais rapidez, e as mãos dele enterraram-se em seus cabelos. Ele abandonou os lábios e desceu para o pescoço, deliciando-se da pele dela, aspirando seu aroma. Anahí apenas fechou os olhos e arfou. Seus sentidos estavam mais aguçados com a gestação e podia jurar que já estava úmida, pronta para recebê-lo.

O moreno então lhe deu um selinho e levantou-se a deixando perplexa e ofegante na cama. Olhou-o intrigada enquanto ele buscava por algo, revirando as gavetas do guarda roupa. Estaria procurando uma camisinha? Talvez não, pois nunca preocupara-se em prevenir antes. Então o que seria?

Pouco depois Alfonso voltou trazendo em suas mãos uma caixinha de veludo vermelha. Sentou-se sobre a cama, de frente para Anahí e abriu-a. Ela arregalou os olhos e engoliu em seco. Ali haviam um par de alianças. Era aquilo mesmo ou estava sonhando?

- Há um tempo guardo essas alianças, as meninas me ajudaram a escolher. – contou sorrindo, puxou o ar e soltou-o em seguida, olhou-a nos olhos - Não sou o homem mais perfeito do mundo, sou um ogro, chato, eu erro, vacilo, mas estou disposto a mudar por você, eu te amo como um louco Any! – declarou e ela derreteu-se e algumas lágrimas molharam seu rosto - Quero compartilhar tudo contigo, aceita ser minha esposa?

Anahí enxugou as lagrimas, passando as costas das mãos no rosto, soltou o ar pela boca vagarosamente. Em seu estômago pareciam haver muitas borboletas, porém era apenas alguém comemorando a felicidade dos pais.

- Para sempre meu, apenas meu? – ela indagou sorrindo.

- Para sempre seu, apenas seu. – ele disse, dando ênfase no apenas.

- Aceito! – ela falou rapidamente estendendo a mão direita para ele.

Alfonso tratou de colocar a aliança no dedo da loira e ela fez o mesmo. Ele encostou sua testa na dela e lhe acariciou o rosto. Finalmente teria um pouco de felicidade, compartilharia seu amor com aquela mulher maravilhosa. Tomado pelo desejo de saciar sua saudade, o moreno voltou a beijá-la com volúpia.

Toc toc.

- Papai? – a voz infantil e chorosa chamou do outro lado.

Alfonso fez uma cara de quem comeu e não gostou, resmungou algo e foi até a porta e deu de cara com as gêmeas, ambas chorosas.

- A Duda sonhou com a Jú e acordou chorando. – Eduarda apressou-se em explicar ao pai a fim de evitar alguma bronca.

Ele bem que cogitou lhes dar uma bronca por atrapalhar seu momento com Anahí, mas aquilo era uma consequência de ser pai. Então abaixou-se, abriu os braços e abraçou as meninas, amparando-as. Explicou as meninas que nada aconteceria, que Júlia estava bem, em um lugar melhor, rodeada de anjinhos. Anahí observava de longe, encantada. Assim que as gêmeas estavam mais calmas, ele pegou na mão delas e as levou até a cama, colocou uma a uma ali sentada e ajoelhou-se em frente a duas.

- Eu tenho algo para falar com vocês. – ele disse, olhou para a loira que levantou-se para sair do quarto - A conversa inclui você meu amor, quero conversar com as mulheres da minha vida – falou de forma apaixonada, e a loira sentou ao lado de Fernanda - Meninas, em breve eu irei me casar com a Any.

- Uhul até que enfim cara! - Fernanda vibrou.

- Demorou papai! - Eduarda falou estalando os dedos da mão direita.

- Então tudo bem para vocês? Não vão fazer nada para impedir? – ele questionou, olhando-as minimamente.

- É a Any papai! – Fernanda falou como se fosse óbvio, rolou os olhos - Se fosse outra a gente até fugiria de casa em protesto.

Anahi gargalhou alto e logo todos estavam rindo.

- E vamos poder chamar a Any de mamãe? - Eduarda indagou enrolando um dos dedos em uma mexa de cabelo.

Alfonso sorriu e olhou para a loira, seguido pelas gêmeas. Ela levantou da cama e agaixou-se ao lado do moreno, em frente as meninas, sorriu segurando uma mão de cada criança.

- Me sentirei extremamente honrada e feliz por receber esse dom tão precioso.

- Abraço de família! - Fernanda exclamou abrindo os braços para abraçar Anahi.

E então um montinho se formou ali em frente a cama de Alfonso, regado de beijos, gargalhadas. A mais nova família estava feliz.

- E o que as mulheres da minha vida acham de sairmos para jantar? – Alfonso sugeriu.

Anahi tocou a testa do moreno com uma das mãos, apalpando ali, olhou-o estreitando os olhos.

- Está passando mal? - brincou.

- Apenas me fizeram ver que tenho que seguir em frente. – falou olhando-a nos olhos - Estou triste, destroçado, falta um pedaço de mim, mas não vou desistir de viver. Vou lutar para que algo assim não aconteça novamente. E ai, o que me dizem?

- Como as meninas já jantaram, eu sugiro irmos ao parque do shopping. – Anahí sugeriu.

Alfonso fitou apaixonado a mulher. Pequenos gestos vindos dela o derretiam. 

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora