Capítulo 19 - parte 10

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Alfonso balançava a cabeça ao ritmo da música, com fones de ouvido, vestindo apenas uma cueca boxer. Não conseguia dormir, precisava do corpo de Anahí junto ao seu, de seu cheiro, sua voz, de sua companhia, porém ela havia lhe dito para que não se aproximasse enquanto Cláudia estivesse entre eles. E respeitaria, ou tentaria.

- PAPAI! PAPAI! – Júlia entou no quarto do moreno gritando assustada, ele retirou os fones e a olhou – Any está chorando muito e toda machucada. – disse ofegante.

Em um pulo ele levantou da cama de cueca mesmo e correu até o quarto dela. Quem quer que fosse que tivesse encostado nela pagaria com sua vida. Ao entrar no quarto da loira deparou-se com ela encolhida na cama e chorosa chegando a soluçar, e ao seu lado as gêmeas que lhe faziam carinho nos cabelos.

- O que houve meu anjo? – perguntou ignorando a presença das meninas ali, Anahí jogou-se em seus braços, ali se sentia protegida – Conte-me meu amor, o que aconteceu, quem lhe machucou? – indagou angustiado enquanto olhava alguns hematomas em seus braços, como não obteve resposta ele citou o primeiro nome que lhe veio a cabeça - Cláudia? – ela não emitiu nenhum som, continuou muda – Alex? – então o corpo dela enrijeceu.

Alfonso soltou-a de seus braços imediatamente e foi em busca do responsável soltando fogo pelas ventas, totalmente fora de si. Alex pagaria por cada hematoma que ele pode visualizar nos braços de Anahí, e por muitos outros que talvez ainda teriam pelo corpo. E só de pensar em que ela poderia estar mais machucada, ou que ele realmente tivesse feito algo sua raiva aumentou.

Para sua sorte a mãe tinha um sono de pedra e não acordaria com aquela gritaria. Bem, era isso o que ele mais desejava. Abriu a porta do quarto e seu olhar se cruzou ao do irmão, que estava deitado na cama. Basicamente voou para cima dele e o segurou pela gola da camisa, completamente transtornado. A imagem de Anahí com hematomas pelo corpo aumentavam a sua raiva.

- Seu imprestável! – murmurou raivoso trincando os dentes - Eu vou lhe matar Alex.

- Eu não fiz nada maninho. – disse erguendo as mãos.

- Nunca mais volte a se aproximar dela. – alertou, então o moreno lhe deu um soco no nariz e o jogou no chão – Não terei piedade e acabarei com sua vida.

- Ficou com ciuminho porque a beijei? – disse fazendo biquinho e mandando beijos, irritando-o ainda mais.

Alfonso o ergueu pelo colarinho e lhe desferiu outro golpe, dessa vez no olho esquerdo.

- Você a machucou seu monstro. – esbravejou.

- Não mais do que você seu idiota. – Alex falou, riu enquanto limpava o sangue que escorria do nariz - Fica brincando com ela quando não é capaz de amar nem a si próprio. Sabe o que ela repetia enquanto eu tentava algo? – indagou e Alfonso o encarou, olhos nos olhos – Eu amo o Alfonso – falou afinando a voz, tentando imitar a loira – Isso me deixou irritado, e se Júlia não tivesse interrompido agora eu estaria deslizando entre aquelas belas pernas.

- Vai pro inferno seu imbecil!

Descontrolado Alfonso o espancou deixando-o inconsciente. Sua ira era tanta que só parou de bater quando seus punhos começaram a doer.

Como ele pode ter sido capaz de machucá-la?

Saiu do quarto deixando o irmão ali, e antes de chegar ao quarto de Anahí encostou suas costas na parede e deslizou sentando-se no chão. Permitiu que o choro saísse, sentiu-se mal por não conseguir protegê-la das garras do irmão.

- Está tudo bem papai?

- Está sim Júlia. - disse enxugando as lágrimas – Nós vamos embora, peguem suas coisas e vamos. Estarei esperando por vocês no carro.

Para Alfonso o fim de semana havia terminado ali. Sem muito demorar as meninas estavam sentadas no banco de trás do carro, e Anahí ao seu lado, com os olhos inchados, encolhida.

- Me perdoa por não te proteger. – Alfonso pediu, ela o olhou e viu que ele estava com os olhos vermelhos e seu coração deu um solavanco.

- Eu vou ficar bem se ficar ao meu lado o restante da noite.

- Velarei o seu sono todos os dias se necessário. – ele falou abrindo um sorriso, recebendo outro de volta.

Olhos nos olhos, com um pequeno sorriso no rosto de ambos e claro, olhares apaixonados.

- Quando é o casamento? – Júlia perguntou curiosa.

Anahí e Alfonso explodiram em uma gostosa gargalhada. Nada passava despercebido por aquela menina.

- Em breve me casarei com a mulher mais incrível do mundo. – ele falou alargando mais o sorriso a olhando.

- Alfonso Herrera amando é muito estranho. – Júlia falou, franziu o nariz – Está meloso demais, cuidado com as abelhas Any.

E a gargalhada tomou conta do carro. O caminho até em casa foi alegre, repleto de risadas, música e piadinhas vindas de Júlia. Pareciam uma família feliz, esquecendo-se do que havia ocorrido há pouco tempo atrás, ou tentavam fingir que haviam esquecido.

Já estava amanhecendo quando chegaram em casa. Alfonso fez questão de que Anahí passasse a noite em seu quarto. Ele mal dormiu, e assim que ouviu o telefone tocar saiu do quarto.

- Seu irmão está internado com hifema de grau 4. O que isso quer dizer? – Fátima falou assim que o viu, estranhando o fato de Alfonso estar em casa.

- Hifema é quando há presença de sangue, consequente a uma hemorragia em um espaço anterior do olho, situado entre a córnea e a íris. – Alfonso explicou.

- Quem foi tão cruel assim com o pobre homem?

- Eu. – Alfonso falou, sem preocupar-se com os julgamentos que viriam, ou de uma possível bronca da mãe - Ele machucou a minha vida Fátima e eu por pouco não acabei com a dele. – soltou o ar pela boca, Fátima o olhou boquiaberta - Não me olhe assim, vá ver as marcas que ele deixou no corpo de Anahí e depois tire suas conclusões. – o moreno tragou saliva, apertou os olhos - Se mamãe vier para cá diga que estou dormindo e não quero ser acordado. Anahí estará comigo e não quero ninguém batendo em meu quarto.


Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora