Um Anjo Caiu do Céu

Capítulo 19 - parte 09

Buscaram por alguma mesa disponível, o local estava lotado e o cheiro era um pouco desagradável, o que fez Cláudia reclamar muito. Meia hora depois que chegaram, Alex estava basicamente bêbado e foi dançar com mulheres na pista, após Anahí lhe recusar no mínimo dez vezes.

O aroma do álcool que emana dele misturado com o cheiro do ambiente estava deixando Anahí com um embrulho no estômago, então retirou-se sem avisar onde iria.

Precisava respirar um pouco de ar puro, acalmar os ânimos. Talvez se bebesse um pouco já ajudaria, mas teria que arcar com as consequências de uma dose após a outra. E lhe era conveniente ficar sóbria pelo menos aquela noite, já que os outros estavam ingerindo bebidas alcoólicas.

Perambulou entre as pessoas, esbarrando em alguns e sentiu-se tonta, viu tudo a sua volta girar com as luzes do globo que foram ligadas. Antes de chegar ao chão mãos fortes a seguraram. Assustada e um tanto apavorada sem saber quem havia a impedido de ir ao chão, virou-se rapidamente o que a fez cambalear novamente.

- Está tudo bem meu anjo? – perguntou preocupado.

Anahí levou uma das mãos ao peito e respirou aliviada, feliz por ter sido ele.

- Essas luzes estão me deixando tonta. – justificou-se.

- Podemos ir embora se quiser. – disse rapidamente e ela negou.

Alfonso queria mesmo sair dali e passar o restante da noite com ela, de preferência na mesma cama, conectados em um só.

- Vim com seu irmão, voltarei com ele. – sorriu cinicamente e foi como se Alfonso levasse um banho de agua fria - Cuide de sua parceira.

- Minha parceira é você. – esbravejou - Quando vai acreditar que eu te amo? – choramingou.

- Quando vai cortar os laços com a bruxa? – rebateu rapidamente.

- Necessito de você para respirar Anahí, sou seu desde o primeiro dia que colocou os pés em minha casa. – falou manhoso.

- Eu te amo Alfonso, amo tanto que chega a doer, mas não é certo, isso é loucura.

- Eu nunca amei ninguém assim como amo você. – confessou - Fique comigo, seja minha esposa e mãe de meus filhos.

- Isso é impossível, você sabe.

- Eu quero você, nada mais importa. Poderemos adotar. – Alfonso abriu um sorriso e a puxou pela cintura – Quero dormir contigo em meus braços essa noite e todas as outras, por toda a minha vida.

- Faça por merecer. – Anahí piscou, lhe deu um selinho e saiu o deixando sozinho.

- Anahí. – grunhiu trincando os dentes, apressou-se em ir atrás dela.

Encontrou-a sozinha na mesa, fitando algo na direção do bar. Tentou ver o que era, apenas viu um aglomerado de pessoas ali, não identificando ninguém. Talvez ela estivesse procurando por Alex, ou algum garçon para lhe trazer agua.

- Se virar seu rosto encontrará algo muito mais atraente. – falou galanteador, arrancando uma deliciosa gargalhada dela.

Por volta da meia noite Alfonso resolveu ir embora, arrastando Anahí e Cláudia com ele. Cláudia voltou o caminho inteiro reclamando por Anahí estar com eles, e Alfonso a ignorando. Jamais ele permitiria que o amor de sua vida ficasse a deriva de um homem bêbado. E a ele pouco importava como Alex voltaria para casa, sua única preocupação era Anahí.

Nem bem entrou na casa Anahí correu até seu quarto e pulou embaixo do chuveiro para refrescar-se e ver se aquele mal estar passava.

- Anahí? Está tudo bem?

- Estou ótima, vá dormir Alfonso.

Deitada em sua cama, a imagem vista por ela na boate não saia de sua cabeça. Como era possível tamanha irresponsabilidade? Aquilo definitivamente era uma loucura. Ou aquilo era fruto de sua imaginação devido a seu mal estar? Não, ela tinha visto tudo claro e nitidamente.

Fechou os olhos e rolou na cama, não conseguia dormir. Ir ou não ir aconchegar-se nos braços de Alfonso?

Sentou-se na cama, mirou a porta fixamente lutando com sua consciência que a aconselhava a descansar, enquanto seu coração pedia por ele. A porta abriu-se e ela não reconheceu a silhueta, devido a escuridão.

Quem era?

Seu coração acelerou ao ver a pessoa aproximar-se dela, e ao reconhecê-la deu um grito assim que a tocou.