"- Você é estéril Anahí, jamais poderá ter filhos. – o médico lhe falou de forma fria, rude. – Não há necessidade de anticoncepcional, apenas exija que o parceiro use camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis. – completou."
Relembrar o dia em que julgou estar grávida de seu ex namorado, as palavras rudes, frias daquele médico sem coração, era como se lhe cravassem uma faca em sem coração e fossem o rasgando aos poucos, torturando lentamente. Seu sonho jogado fora como se joga um copo de água pelo ralo da pia.
E foi por isso, por ter seus sonhos destruídos durante toda a sua vida que optou em cursar psicologia, buscando entender, compreender tudo, e que agora estava dando uma pausa por ter outras prioridades, e claro, por ter de trabalhar para arcar com as despesas do estudo, mas que no momento não era possível.
Agora o que necessitava era de um bom banho morno para relaxar e uma boa noite de sono. Será que conseguiria?
Alfonso chegou ao quarto batendo a porta, chamando atenção da mãe que passava pelo corredor. Ver o filho apenas de cueca andando pela casa aquela hora da noite era estranho. Na verdade não lhe parecia estranho, sabia exatamente de onde ele vinha.
Bateu duas vezes na porta e aguardou obter alguma resposta. Ouviu um suspiro e um "entre" embargado.
Ao ver o filho com os olhos banhados em lágrimas sentiu seu coração apertar. E como qualquer mãe, correu abraçar o filho e mimá-lo.
- Está tudo bem meu amor, mamãe está aqui. – disse o apertando contra si, enquanto balançava o corpo como se estivesse o ninando.
- Porque com ela mamãe, porque? Me diga porque ela não pode? – questionou inconformado, entre soluços.
- O que ela não pode Alfonso? – Cecilia pediu carinhosamente, sabia muito bem quem o filho referia-se ao falar "ela".
- Ela não pode me dar filhos. – confessou angustiado.
- Por favor, Alfonso! – Cecilia bronqueou afastando-se do filho, o olhou duramente - Pare com isso, já lhe pedi. Vocês tem a opção em adotar, cinco, seis, quantos você quiser até saciar essa neura.
- Eu lhe prometi, te dar seis netos, sangue do meu sangue. – ele disse entre os dentes.
- E Anahí?
- O que tem a babá?
- Como o que tem a babá! – ela irritou-se, levantou e colocou as mãos na cintura encarando o filho – Você a ama Alfonso, está estampado na sua cara, mas não permite que esse orgulho te deixe enxergar isso, ou melhor, você não quer aceitar. E se você não correr, logo Anahí encontra alguém que a ame como ela merece. E ai você a perde para sempre. – sorriu irônica e Alfonso rolou os olhos.
- Eu não vou me casar com a babá das minhas filhas, se essa é a sua intenção. – disse raivoso erguendo o tom de voz - Há mulheres mais atraentes e finas por aí. – soltou o ar pela boca e encarou a mãe - Se é uma nora que a senhora quer, ótimo, eu em breve trarei ela aqui.
- Você é um idiota orgulhoso. – acusou-o - A única nora que eu quero tem olhos azuis e ama as suas filhas, as quais tenho certeza absoluta que partilham do mesmo sentimento por ela.
- Não diga besteiras mamãe, Júlia não ama ninguém, ela é...
- Ela é sua filha – interrompeu-o erguendo o tom de voz - tão teimosa e cabeça dura quanto você. A fruta não cai longe do pé Alfonso.
- Boa noite dona Cecilia, saia e feche a porta pelo lado de fora! – apressou-se em dizer, não adiantaria em nada discutir com a mãe, ela estava certa, mas jamais admitiria isso mesmo que causasse nele muita dor.
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Um Anjo Caiu do Céu
FanfictionEm busca de um emprego, ela acaba caindo de para quedas na casa de Alfonso Herrera. Anahí é contratada para cuidar das três filhas de um dos homens mais cobiçados da cidade. Mas há um problema: as filhas de Alfonso são terríveis e já expulsaram...