Capitulo 21 - parte 06

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Sirenes, policiais e ambulâncias tomavam conta do pátio do instituto Brigthon. Rapidamente o fato tomou conhecimento de equipes de televisão e jornalismo. Pais em desespero tentavam entrar no colégio, sendo impedidos por uma equipe de policiais que fizeram um cordão em volta do prédio, impedindo que entrassem, e ao mesmo tempo que Bárbara saísse. Claro que, para a segurança das crianças, uma pequena equipe adentrara o prédio para protegê-las, caso a mulher resolvesse atentar contra suas vidas.

- Entregue-se Bárbara! – um policial falou ao megafone e sua voz ecoou pelo ambiente - Você está cercada!

Trancada na diretoria, Bárbara ouvia a tudo e praguejava contra a vida de quem havia a denunciado. E o único nome que lhe vinha a mente era Beatriz.

- Eu vou acabar com a sua vida Beatriz, da mesma forma ou pior que fiz com aquela pirralha sem serventia. – rosnou trincando os dentes, bateu com as mãos cerradas sobre a mesa – Miserável, você vai pagar por tudo maldita!

Um sorriso confiante brotou em seus lábios, o seu lado atriz poderia lhe render algo se negasse todas as acusações recebidas. Incriminar Beatriz por tudo a faria pagar uma parcela de seu castigo por traí-la. Pelo canto do olho fitou a arma sobre a mesa e gargalhou alto com os pensamentos maquiavélicos. Batidas fortes na porta a fizeram, em um rápido reflexo, segurar a arma em punho naquela direção. Quem quer que ousasse adentrar teria uma bela surpresa.

- Sabemos que está aí, abra essa porta ou teremos que arrombar. – a voz grossa masculina não a intimudou.

- NUNCA! – gritou e então apertou o gatilho e disparou três vezes.

Não demorou muito para dois tiros atingirem-na, um no braço e outro no ombro direito. Mal caiu ao chão e oito policiais invadiram a sala dando voz de prisão a ela. Bárbara praguejava contra a vida de Beatriz, Júlia, Alfonso e Anahí.

Ao sair algemada e sendo arrastada pelos policiais, Bárbara recebeu insultos e algumas pedras foram arremessadas nela. Olhou a sua volta encarando friamente todos que a olhavam carrancudos, alguns com a face totalmente rígida e punhos cerrados. Um pouco mais distante pode ver as crianças que por muito tempo conviveu, tendo de segurar-se para não cometer delitos contra elas, uma vez que seu alvo era apenas Júlia.

- Eu odeio vocês suas pestinhas imprestáveis! – disse alto, com a voz carregada de rancor.

- Você é má e sem coração! – a pequena de longos cabelos negros disse e parou a frente deles barrando sua passagem e logo mais meninas pararam ao seu lado – Eu te admirava, queria ser como você quando crescesse, mas agora tenho nojo de ter tido essa vontade.

- Você é um lixo! – Martina falou e cuspiu nos pés dela – Tomara que apodreça na cadeia.

- Já chega meninas, venham, a polícia fará o trabalho agora. – uma das mães falou carinhosamente, encarou Bárbara – Como pode fazer isso com a menina?

- Não pedi para aquela peste nascer! – esbravejou.

A mulher apenas balançou a cabeça e afastou as crianças daquele monstro. A amargura havia tomado conta daquele coração, o tornado gélido e sombrio. Porém ali ninguém compreendia os motivos que levaram-na a cometer tamanha crueldade com aquela criança.

Em outro canto do instituto, os policiais iam em busca do calabouço onde Júlia estaria presa.

- Pela descrição das crianças é esse o local. - disse olhando para os colegas que assentiram.

Munidos de equipamentos em poucos minutos abriram a porta e o que foi encontrado os deixou horrorizados. Como um ser humano tem coragem e sangue frio a ponto de fazer tamanha atrocidade com um ser tão pequeno e indefeso?

A pequena encontrava-se encolhida em posição fetal com as mãos nas costas, presas em arame farpado, com alguns cortes nos braços e rosto, também estava magra, pálida, aparentando estar sem vida.

Perplexos e chocados, permaneceram parados apenas observando o local. O cubículo era úmido, coberto de teias de aranhas e baratas andavam nas paredes. E o odor de mofo era extremamente forte. Aquela criança teria uma grande batalha com a vida daquele momento em diante.

Um dos policias aproximou-se e curvou o corpo sobre o de Júlia, perto de suas narinas.

- Ainda está respirando, muito fraco, mas está viva. – anunciou.

Com cuidado Júlia foi colocada sobre a maca e levada até a ambulância que seguiria até o hospital.

Olhares piedosos eram direcionados a menina ensanguentada que era levada a ambulância. Ela teria salvação?

Um Anjo Caiu do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora