Te Peguei

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Murilo

Me viro na cama e olho para o relógio 6 hrs da manhã. Nem vi a hora em que o Alex chegou ontem. Eu simplesmente capotei.

Tomo.um banho e desço para a cozinha. A casa esta silenciosa demais. Não encontro ninguém. Vou até o jardim e encontro Arthur limpando o carro. Cara ele acorda mais cedo que eu.

-- Bom dia Arthur.

-- Bom dia sr. Murilo.

-- Só Murilo. Já falei que detesto essas formalidades .

-- Você é Alex são iguais.

-- Mentira sou mais bonito.

-- Você não muda.

-- Cadê todo mundo Arthur?

-- Grace ainda está no quarto. Seu irmão provavelmente está dormindo.

-- Bom por que queria mesmo conversar com você. Sobre a mulher misteriosa do baile.

-- Grace e sua boca grande.

-- Não brigue com ela. Quero ajudar a achar a Santa que derreteu o ice berg que havia no peito do meu irmão.

Arthur me conta tudo o que sabe, o que é quase nada. Nesse tempo Grace faz o café e avisa que meu irmão está esperando. Assim que entramos Alex me olha intrigado.

-- Caiu da cama?

-- Claro que não. Mas adquiri o hábito de correr pela manhã. Hoje acordei mas não fui correr.

-- Então me chame amanhã e corremos juntos.

-- Desde quando você gosta de correr?

-- Desde hoje. Agora cale a boca e coma.

Meu irmão é tão delicado que chega a doer. Tomamos café todos juntos. Aproveito a carona do meu irmão e vou para o centro com a intenção de procurar um apartamento para mim. Meu irmão até queria que eu ficasse com ele mas preciso da minha liberdade.

Assim que eles me deixam próximo a Ipanema. Começo minha busca.  Porque fiz isso a pé? Por que gosto de caminhar e odeio trânsito. Depois de muito andar resolvo parar para almoçar num bistrô italiano . Procuro  uma mesa isolada, odeio ser observado enquanto como. Tenho uma vista privilegiada de onde estou, embora ninguém me veja.

Estou desfrutando um delicioso nhoque, com um bom vinho quando vejo a cena mais improvável na minha frente. Meu pai é Bárbara entrando juntos no restaurante. Não acredito que os dois estão juntos.

Permaneço imóvel tentando não chamar atenção. Observo os dois conversando com certo entusiasmo da parte da Bárbara, meu pai esta de costas o que impede que eu veja a sua expressão.

Bárbara

Eu e Carlos chegamos no restaurante italiano que ele mais gosta. A idéia foi minha, talvez um lugar assim facilite as coisas pra mim. Assim que sentamos, e fazemos os pedidos ele começa.

-- Vamos direto ao assunto Bárbara, o que você quer de mim?

-- Estou aqui para pedir sua ajuda.

-- Prossiga. - o  tom dele é sério e frio.

-- Quero reconquistar meu marido. E quero sua ajuda.

Ele solta uma gargalhada que chama a atenção de todos a nossa volta.

-- Você só pode estar brincando Bárbara. Alex não é mais seu marido, e eu nunca a ajudaria.

-- Claro que ele é meu. E a culpa de tudo o que aconteceu é sua.

-- Minha? Foi você quem provocou toda aquela situação, sua vagabunda.

-- Você não tem direito de me ofender. Nos dois tivemos nossa parcela de culpa. Mas a sua foi maior. Se tivesse mantido a boca fechada.

Murilo

Continuo observando os dois. Parecem um casal. Não penso duas vezes pego meu celular e tiro algumas fotos, é sempre bom ter provas contra o inimigo.

Pouco depois de terminarem a sobremesa os dois saem do restaurante, eu não me atrevo a segui - los,  seria demais para o meu estômago. Depois de alguns minutos saio do bistrô e continuo minha caminhada, tentando imaginar qual o plano daqueles dois para ferrar com meu irmão.

Já não basta tudo o que aconteceu da primeira vez? Alex quase morreu por culpa desses dois. Dou graças a Deus por ter voltado para o Rio nesse momento, assim posso evitar um estrago maior na vida do Alex. Já até desisti de procurar um apartamento, quanto mais perto do meu irmão melhor. Depois eu arrumo uma desculpa pra ele, digo que não gostei de nenhum imóvel algo assim.

Mais agora preciso focar em outro ponto importante. A tal Dama de Vermelho que mecheu com o meu irmão, se essa mulher existe eu vou encontra - lá e vou coloca - lá novamente no caminho dele.

Bárbara

Quem aquele velho pensa que é para me ofender daquele jeito. A culpa de tudo o que aconteceu na minha vida é dele. Se ele não fosse tão imprevisível.

Mas eu não vou desistir fácil do que eu quero. De uma maneira ou de outra vou reconquistar a confiança do Alex.

Destinos Traçados - Família Duran (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora