Destinos Traçados - Família Duran (Completo)

O Jantar

Isabella

Não acredito no que meus olhos vêem. Alex está ali na minha frente com a mão no meu rosto e eu não consigo dizer uma só palavra, tão pouco esboçar alguma reação, estou completamente anestesiada.

-- Isa, esta tudo bem?

-- Sim. Acho que sim, eu só estou surpresa.

-- Confesso que eu também. Meu irmão e sua amiga armaram tudo direitinho, sem que desconfiassemos.

-- Ele é seu irmão? O Murilo?

-- Sim. Pelo visto a muita coisa que precisamos conversar, mas antes.- ele se afasta e ouço uma música invadir o ambiente. Ele retorna e me olha nos olhos, me concede o prazer dessa dança?

Não conti o sorriso, como da primeira vez em que nos vimos ele me conduz para uma dança. Que desta vez não terminará como a outra. Desta vez não fugirei

Alexandro

Sentir ela novamente em meus braços é como um sonho. O mesmo perfume. A mesma sensação de estar renascendo das cinzas como a fênix, que por sinal noto estar sendo usada por ela.

A vontade que tenho é de arrancar essas máscaras e acabar com o mistério. Mas tenho que me lembrar que ela ainda não sabe quem sou eu, tenho que deixa-la segura de que nada importa pra mim, a não ser a existência dela.

Assim que a música termina a convido para sentar um pouco. E enquanto jantamos, vamos nos conhecendo. Quero conversar com ela saber mais.

-- Sente - se. Fique a vontade.

-- Obrigada.

É nítido na voz dela a timidez, a insegurança. Tento fazer com que ela relaxe

-- Sabia que eu estou desde a noite do baile te procurando?

-- Eu nem imaginava que se lembraria de mim.

-- Nunca consegui te esquecer. Mesmo sabendo que você invadiu minha festa- dou risada ao ver que ela ficou envergonhada

-- Me desculpe, eu não queria. Mas Malu insistiu tanto e...

-- Ei, não estou bravo. Pelo contrário, fico muito feliz por ter te conhecido, e pelo visto preciso agradecer a sua amiga pela idéia.

-- Mas Alex tem muita coisa sobre mim que você não sabe.

-- Estamos empatados. E acho que as coisas que tenho a revelar não serão mais fáceis.

-- Eu sei mas...

Nesse momento retiro a minha máscara, não aguento mais esse mistério.

-- Isa quero que me ouça com atenção. Eu sou o CEO Alexandro Duran, e sabe o que isso muda o que eu sinto por você,? Nada. Por que sim eu sinto um carinho muito especial por você desde o dia do baile. Desde aquela noite te procuro como um louco. Não me importando com nada, olhe pra mim Isabella, não sou um monstro, também tenho meus medos.

Isabella

Ouvir toda aquela confissão dele mecheu muito comigo. Ele é Alexandro Duran o mago das jóias. E esta aqui na minha há frente se abrindo pra mim.

-- Alex, sou uma simples camareira. Não vejo motivos para você se interessar por mim.

-- Não vejo motivos para o contrário. Isa, meu irmão me contou que você trabalha como camareira no Copacabana Palace. E eu não me importo com isso.

Tiro a máscara. E o encaro confusa.

-- Você já sabia de tudo?

-- Não tudo, só sei o que te falei agora. O resto vou saber por você.

Nessa hora começo a entender por que Malu vinha me falando tanto sobre eu não me importar com os detalhes. ...

Alexandro

Sinto que estou perdendo a batalha para o medo que ela tem. Mas um Duran nunca desiste. Vou tentar ir com cautela para não afugenta - lá.

-- Isabella, sei que esta assustada, não queria ser pretensioso em achar que vou conseguir conquista - lá tão rapidamente. Só lhe peço uma chance para que me conheça melhor, e para que eu faça o mesmo.

-- Alex, isso nunca dará certo vivemos em mundos tão diferentes.

-- Não rotule Isa, já disse e repito que isso para mim não importa. Não me negue e não se negue a chance de tentar ao menos.

Isabella

Por mais que eu tente negar o que sinto essa insistência do Alex está me quebrando por dentro. Ele parece ler minha mente, saber tudo o que estou pensando. No meu subconsciente ouço Malu me lembrando que eu preciso deixar o passado pra trás para poder viver. Mas é tão difícil. ... levanto minha cabeça e aquele para de olhos me encarando me desarmam...

-- Isa, Lembre - se das suas palavras. .. O passado é uma roupa que não me serve mais. Não sei por que ou do que tem medo. Mas posso lhe dar a certeza de que também tenho meus fantasmas.

-- Sei que te disse isso mais eu preciso me livrar de muitas roupas para enfim conseguir esquecer o passado.

-- Sei bem como é isso. Ele não me encara mais.

Ouvir ele dizer que também tem fantasmas do passado, me faz sentir como se ele fosse igual a mim. Não um cara rico, e sim uma pessoa comun. Não sei nesse momento o que é certo ou errado.

-- Posso lhe pedir uma coisa?

-- Quantas você quiser.

-- Paciência, preciso de tempo para colocar tudo o que está acontecendo em ordem dentro de mim.

-- Claro eu entendo, quero que saiba que antes de tudo quero é ser seu amigo, quero que confie em mim.

-- Sei que posso confiar. E gostaria de lhe fazer uma confissão.

-- Qual?

-- Eu também pensei em você esse tempo todo. Esperando que você aparece - se.

Logo terminamos a sobremesa, Isa diz que precisa ir pois a irmã ficou sobre os cuidados da mãe da Malu. Mesmo não querendo acabo concordando, afinal prometi a ela que seria paciente, e eu serei.

Acompanho Isa até a porta imaginando que sua amiga estaria a sua espera junto com meu irmão, mas ao abrir a porta me deparo com os dois se agarrando, olho pra Isa e começamos a rir.

-- Pelo visto mais alguém aqui aproveitou a noite. Digo rindo da cara de espanto do meu irmão.

Volto a olhar para Isabella, e penso nas palavras certas para usar.

-- Obrigado por ter trazido um pouco de luz a minha vida. E por aceitar me dar a chance de conhece-la melhor.

-- Acho que sou eu quem deve agradecer. Ela sorri timidamente.

-- Nos vemos amanhã no pub?

-- Sim. Estarei lá.

Ela me da um beijo na bochecha que me arrepia por inteiro, e vai caminhando na direção do casal sorridente a minha frente.

Volto para casa com a sensação de estar nascendo mais uma vez. Mas dessa vez da maneira certa.