Great Secrets ✓

30. uma réplica fiel.

Candice Clarkson.

Desconfortável. Uma palavra que me definia nesse exato momento. Frances não era a pessoa do tipo que eu podia conversar abertamente sobre qualquer coisa, tudo bem que nós nos conhecemos há meses, no entanto ainda não me sinto confortável para conversar sobre acontecimentos da minha vida. Estávamos sentados no sofá enquanto esperávamos os resto dos créditos passarem pela tela da televisão sendo acompanhado por uma musiquinha estúpida.

- E agora? - perguntou.

- E agora o que? - respondi.

- O que vamos fazer?

- Não sei você mas eu vou tomar um banho e dormir - falei levantando do sofá com uma vasilha com vestígios de pipoca dentro.

Andei em direção a cozinha com uma mão na barriga e outra na vasilha enquanto Frances permanecia no sofá apenas me olhando. Seus cabelos castanhos claro bagunçados chamavam atenção em seu rosto sem expressão acompanhado por uma barba rala, ele vestia um moletom, calça e sapatos da mesma cor, preto, enquanto eu vestia uma calça moletom preta e uma blusa de mangas compridas branca, em Atlanta estava um frio infernal.

- Quer comer alguma coisa? - cruzei o cenho perguntando.

- Não! - gritou rindo - De maneira alguma, não aguento mais nada.

- Tudo bem - ri respondendo-o.

Voltei para o lugar onde estava anteriormente e peguei mais algumas coisas que precisavam ser levadas para a pia e após isso sentei-me no sofá por cima da minha perna direita.

- Preciso ir - soltou.

- Poxa, que pena - entortei a boca e ele assentiu.

- Quando vai estagiar? - referiu-se a faculdade.

- Mês que vem e você? - respondi colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

- Mês que vem? - perguntou assustado e eu assenti - Só vou estagiar daqui há quatro meses.

- Quer mesmo comparar medicina com direito? - enruguei o nariz.

- Faço faculdade desde os dezoito, já deveria está estagiando.

- Olhando por esse lado...

- Preciso ir - avisou novamente me olhando.

Será que ele queria que eu pedisse para que ele ficasse? Eu não iria pedir, se é isso que ele precisa saber.

- Eu abro a porta - sorri gentil e me levantei indo até a porta.

Frances tinha vinte e três anos e fazia faculdade medicina desde os dezoito e, matematicamente falando ele realmente já deveria estar estagiando.

- Até amanhã? - perguntou já do lado de fora.

- Até! - sorri gentil e ele fez o mesmo.

Não esperei que ele resolvesse me dar algum abraço ou algum outro gesto afetivo, apenas fechei a porta e me sentei - novamente - no sofá, são nessas horas que sinto falta de alguém me infernizando.

atlanta, 12:20 p.m, 11/04/2015

- Quer uma carona? - Roslyn gritou de dentro do carro.

Mais dois dias e nada de Justin, eu realmente espero que aquele filho da mãe tenha uma ótima explicação para me dar. Com uma calça jeans de lavagem escura, camiseta branca, alguns papéis na mão e um salto quase imperceptível caminhava para fora do campus da Yale mas, fui parada por Roslyn que me oferecia uma carona com seu carro parado no meio fio.