51. hospital

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Ponto de Vista Justin B.

Atlanta, 09:12 a.m, 06/05/2015

Respirei fundo e finalmente criei coragem para levantar da cama. Tirei os fios loiros de Candice do meu rosto e também tirei sua perna, que estava sob mim. Meu corpo todo se arrepiou assim que meus pés quentes tiveram contato com o piso gélido e brilhante do quarto, na verdade o ambiente todo estava frio por conta do climatizador. Enrolei a loira seminua deitada na minha cama toda desajeitada, e fui para o closet, para procurar uma bermuda qualquer. Depois, escovei meus dentes, lavei meu rosto e saí do quarto, antes dando um beijo no ser dorminhoco do cômodo.

Baguncei meus cabelos no caminho para as escadas e encontrei toda a casa em silêncio absoluto, pelo menos até o momento. Cheguei no último degrau e escutei o barulho da televisão da sala ligada, enquanto passava um desenho animado. Bob Esponja. Em segundos, uma miniatura loira aparece enrolada em um cobertor fofo, e vinha da cozinha, com uma garrafinha transparente, que continha algum líquido laranja. Até então, ela não tinha me visto, mas logo seus olhos vidrados na televisão se viram para mim, que se arregalaram em surpresa.

— Justin! - sorriu correndo para o sofá, eu o acompanho.

— E aí, carinha. - respondo e logo noto um prato ao seu lado, com um sanduíche no mesmo. - Acordado essa hora? - franzi o cenho.

— Já é tarde, Justin. Você que dorme demais. - rebate e eu olho o relógio grudado na parede, notando que ainda são nove e pouco da manhã.

— Cadê a Bethy? - mudo de assunto colocando meus cotovelos nas costas do sofá.

Theo estava todo enrolado, sentado no móvel, com o prato sob as pernas e a garrafinha na mão direita.

— Ela foi comprar alguma coisa. - disse vidrado na televisão e enfiando um pedaço de pão na boca.

— E quem fez isso? - me referi ao lanche, dei meia volta e sentei ao seu lado.

— Ela fez antes de sair. - disse sem fazer muito caso. Ótimo, eu estava sendo ignorado. - Cadê a Candi? - questionou finalmente me olhando nos olhos.

— Foi embora. E ela disse que nunca mais ia voltar. - respondi rápido e logo fui para a cozinha, sendo acompanhado por ele.

O cobertor felpudo arrastava no chão, era bem maior que ele, e o prato e a garrafinha estavam em suas mãos. Sua expressão era manhosa e indicava que em segundos iria chorar. Eu não ligava.

— Mas ela disse que não ia mais embora! - choramingou com a voz embargada.

Mentira, eu ligava sim.

— Só que ela precisou ir. - falei sem fazer muito caso, enquanto abria a geladeira.

— Por que ela foi? - disse com dificuldade.

— Não sei, ela apenas sa...

Tentei concluir minha fala, porém fui interrompido pelo bocejo preguiçoso de Candice, que surgia da escada. Ela estava com o cabelo totalmente desajeitado, e tinha alguns vestígios de maquiagem no rosto. Em seu corpo estava uma blusa minha, que servia para ela como uma espécie de vestido. Candice sorriu assim que me viu e veio andando até a cozinha, arrancando um grito histérico de Theo, que deixou o prato e a garrafinha no balcão e correu ainda com o cobertor para abraçá-la. Ela abaixou rapidamente e pegou o garoto no colo com certa dificuldade, e sem querer acabou levantando a blusa, deixando visível toda a região da sua intimidade coberta pelo pano da calcinha. Mmm. Apertei meu pau por baixo da minha calça e suspirei frustrado.

— O que aconteceu? - ela silabou para mim se referindo ao Theo, que estava com a cabeça no ombro dela, enquanto abraçava seu pescoço. Eu ri.

— Você voltou, Candi! - berrou levantando a cabeça e eu gargalhei.

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