Lost in magic

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 Foi definitivamente a noite mais longa da minha vida. Não no sentido ruim de que o tempo não passava devido ao tédio, mas ao contrário, tantas coisas aconteceram e em tão pouco tempo, que meu único desejo era arranjar uma pipoca e assistir tudo o que aconteceu, mas não acredito que ela já tenha sido inventada nessa época. Então me contento em rir da situação e aproveitar o momento.

A situação era tão diferente, mas ao mesmo tão estranhamente familiar que senti arrepios na espinha. Nobres aristocratas celebrando por nenhum motivo aparente. Definitivamente as coisas não mudam mesmo. Então essa velha senhora apareceu, e a cantora famosa que viajou reinos para cantar durante a celebração, desapareceu no meio da confusão. A idosa atirou uma adaga em direção do príncipe, que com certeza estaria morto se não fosse por Merlin, que o tirou do alcance da faca antes que ela pudesse feri-la. O que é uma ironia, já que meu amigo, cinco minutos antes, praguejava e desejava a morte de Arthur de todos os jeitos. Como "recompensa" por ter salvo a vida do filho, Uther o parabenizou com um novo trabalho, ser criado de Arthur. Eu juro que tentei controlar meus risos, mas não fui a única a não conseguir isso. Os dois se detestam, e Arthur não deixa de dizer isso para qualquer um que pergunte. Ele tentou argumentar, mas de nada adiantou.

E isso me trás a esse momento. Estou na enfermaria, esperando que Gaius termine uma poção para Lady Morgana. Aparentemente ela tem pesadelos durante a noite e, como sua criada, é meu dever ajuda-la nessas ocasiões. Admito também que estou enrolando, esperando com que Merlin volte e conte sobre seu primeiro dia de trabalho, poque definitivamente o meu foi melhor.

Então a porta se abre, e dela, Merlin entra, vestido com uma meia armadura e um escudo na mão. Seu rosto transborda choque e cansaço. Seu andar é duro e antes que pudesse dar dois passos dentro do cômodo, ele deixa que o metal caia no chão e se deixa sentar na primeira cadeira que aparece na frente.

_Como foi seu primeiro dia como servo do Arthur?- Gaius deixa que um sorriso escape e eu me contenho no canto. Em um gesto inusitado, Merlin começa a bater na própria cabeça, quase como se estivesse cheia de água, o que não duvido nada.

_Vocês estão ouvindo os sinos?- é o que ele pergunta. Me levanto e sento no banco em sua frente.

_Foi assim tão ruim?-entro na conversa e ele faz um sons com a boca que não posso nem saber o que significam.

_Foi horrível!- respira fundo.- E eu ainda tenho que aprender tudo sobre etiqueta dor torneios para amanhã de manhã- reclama e deixa que seu rosto encontre a mesa.

_Eu posso te ensinar!- me prontifico animada.

_Gwen? Você é mais desorientada do que eu. Tem certeza que acha que sabe sobre isso?- seu rosto cansado exalava dúvida. Com certeza não sei o que fazer, mas sei que quero fazer alguma coisa, e essa foi a primeira coisa que apareceu.

_Claro que sei! Tom mas está me ensinando sobre essa cultura louca de vocês de matar pessoas sem motivo algum.- digo honesta e me olham assustada.

_Cultura louca de matar pessoas sem motivo? De onde você veio?- Merlin se choca e dou de ombros.

_Então você salva Arthur de um assassinato e acaba como seu servo. Isso é muito justo.- mudo de assunto na hora e ele me olha com gratidão, satisfeito por alguém entende-lo.

_Isso não tem a ver com justiça.- Gaius, que esteve o tempo todo fazendo a provavelmente a pior massagem que Merlin já teve, se pronuncia.- Nunca se sabe. Pode ser legal.

_Você acha legal limpar cocô de cavalo? Vocês tem que ver minha lista de obrigações!

_Todos tem obrigações. Até mesmo Arthur.- Gaius o repreende.

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