Lost as an outsider

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Pov Arthur

O dia estava maravilhoso até Merlin ter aparecido. O momento em que durmo é o único quando posso esquecer todos os meus problemas e frustrações, quando a imagem de America beijando outro homem não me vêm em mente e quando Morgana não continua seus esforços para arruinar minha vida. Ele parecia feliz demais, animado demais para meu mau humor. Chegou abrindo todas as cortinas, deixando que a luz do sol entrasse e me retirando da cama a força. Não preciso dizer que estava extremamente irritado. E com sono. Não passei a noite acordado trabalhando como disse que faria na noite anterior e realmente espero que todos tenham acreditado, porque não estava a fim de ter de explicar para America o motivo de não ter dormido ao seu lado.

_As crianças vão acordar em alguns minutos e tenho certeza de que adorariam ver você.- paro de resmungar imediatamente e pulo da cama, Merlin joga para minhas roupas e em poucos minutos já estou na frente da porta, esperando ansioso.

Eu não deveria estar assim, deveria? São meu filhos, é claro que se lembram de mim, é claro que me amam e me receberão de braços abertos, mas porque tamanho nervosismo? Estava ferido e a beira da morte, eles com certeza entenderão, não? Olho para Merlin em busca de ajuda, sem entender exatamente porque ainda não havíamos entrado, então quando America apareceu correndo pelo corredor, segurando a cauda do vestido com as mãos e com a cabelo desgrenhado, entendi. Abri um sorriso, na esperança de que quando encontrássemos nossos filhos finalmente poderíamos nos entender e voltar ao que um dia já fomos, mas meus lábios se fecharam imediatamente quando notei a figura atrás dela. Maxon não parecia muito animado, mas olhava admirado em todas as direções. Tentei conter minha carranca, mas não consegui.

_O que está acontecendo com vocês dois?- Merlin sussurra para mim antes que os dois cheguem. O olho abismado, tentando decifrar se está falando sério ou se não basta de uma de suas muitas brincadeiras. Estreito os olhos, mas ele continua me observando enquanto espera uma resposta.

_Você não se lembra?- ele nega, hesitante.- Ela beijou ele. Eu vi, chorei, e decidi esperar que ela me contasse o que aconteceu. E ela não fez isso ainda.- não pude continuar porque ela havia acabado de parar ao meu lado. Me virei, sem olha-la, mas vi de reslaio a expressão de Merlin, uma mistura de descrença e traição, a mesma que fez quando me encontrou despedaçado.

_É claro que eu me lembro.- murmura depois, mas sem convicção.

_Se lembra do que?- ele tem dificuldades em encara-la. Ele olha para mim em busca de ajuda, mas eu não tenho nada a dizer. Ela continua me observando, esperando que eu diga alguma coisa, mas não respondo.

_Vou entrar lá.- Merlin intercede, sentindo o clima tenso entre nós. A ruiva olha para o chão, triste, e mesmo que todos os meus músculos me digam para abraça-la, dizer que tudo ficará bem e perdoa-la por qualquer idiotice que tenha feito, me retenho.

Não vejo o que acontece do lado de dentro, mas ouço as gritarias, as risadas e os passos. Hesitante, coloco a cabeça para dentro da porta, o mínimo para ver o que estava acontecendo mas sem que eles me notem. Davi estava grande, e quando digo grande, quero dizer grande. Ele sempre foi uma criança pequena e fraca e mesmo que eu tentasse desesperadamente ensina-lo a segurar uma espada, ele não a aguentava. Me frustrava na maior parte do tempo, mas acho que isso faz parte de ser pai. Mas agora, bem, ele estava alto e esguio, parecia mais saudável do que jamais esteve e segurava a irmã no colo, o que já me dava a ideia de que a espada era leve para ele no momento. Ele ainda tinha meus cabelos loiros, mas dessa vez muito maiores, como se não tivesse cortado durante todo esse tempo. E Brenda, bem, ela podia ter menos de quatro anos, mas já era maravilhosa. Seu sorriso me cativou nos poucos instantes em que a observei escondido, seu cabelo ruivo, antes parecido com o da mãe, se tornou mais claro, mas nem por isso menos bonito. Seus olhos eram de tamanha alegria e soube naquele momento que ela arranjaria muita confusão por onde passasse.

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