A Possessão De Camila Cabello |G!P|

13- Date me

Point Of View Lauren Jauregui

Depois do que Dinah me contou ontem sobre o ritual da família dela, essa é a única coisa que penso desde então. Só quero salvar Camila, só quero que ela fique bem, só quero que ela tenha sua vida calma e pacata de novo, só quero que ela ame, só quero que ela esteja feliz, e feliz ao meu lado. Eu estou ansiosa pra fazer Camila feliz, pra chamá-la de namorada, oficialmente, pra poder abraçá-la e beijá-la sem que eu me machuque fisicamente. Ela é uma menina forte, eu sei disso, e sei também que ela conseguirá vencer isso tudo, não só com a minha ajuda, mas com a ajuda de todos nós, da freira e da exorcista.

Ontem pela tarde ela acordou depois que Dinah tinha feito o mini exorcismo nela, não pude falar com ela, e percebi seu desconforto, ela ficou profundamente chateada e isso me machuca vê-la triste por causa de mim. Eu queria explicar a situação pra ela, mas nem dirigir a palavra posso, então Dinah e Normani prontificaram-se a explicar pra ela, por mim, mas parece que ela não acreditou muito, achou que era uma brincadeira de mal gosto das meninas querendo afastá-la de mim.

Hoje por volta das Nove da manhã despertei completamente suada e ofegante. A Palma da minha mão tinha a marca das minhas unhas de tanto que apertei os dedos. Acordei assim por causa do sonho intenso e realista que tive envolvendo a Camila. Eu estava pronta pra deixá-la me tomar da forma que ela bem entendesse, eu tinha me entregado à ela, de corpo e alma, e foi ali, no meu sonho, que eu percebi que realmente estou perdidamente apaixonada por Camila Cabello. Queria contar pra ela, mas acho que é ainda muito cedo pra saber disso, e tenho o fato da ameaça de Tereza, não deixando com que eu fale com ela.

— Laur, você quer que eu fale com Camila?— Dinah perguntou sentada na escada na minha varanda enquanto me esticava um cigarro.

— Melhor não DJ, ela vai achar que você está tentando iludindo-a, igual quando tu e Mani foram contar a verdade pra ela por eu ter parado de falar— Peguei o cigarro e queimei a ponta dele com o isqueiro que Dinah acabara de riscar, e logo ela queimou o dela— Só isso pra me relaxar e distrair numa hora dessas— Botei o cigarro na boca e liguei o cortador de grama.

— Você fuma mesmo ou só está fazendo isso agora por distração?— Perguntou curiosa.

— Eu fumava, parei dois meses depois que papai morreu— Olhei-a— Meu pai odiava o fato de que mamãe me deixava fumar, porque era algo que acabava com a minha ansiedade e me deixava mais tranquila, mas ele não aceitava. Ele me achava muito nova, e eu era mesmo, pra esse tipo de coisa. Mas minha mãe não queria me ver nas crises de ansiedade, que acabavam desencadeando no caminho pra depressão, então ela achou melhor que eu botasse um cigarro na boca e morresse aos poucos, que ficar tomando antidepressivo e morrer cedo por overdose— Dei de ombros passando lentamente o cortador pela grama alta.

— Minha mãe me humilhava quando me via fumando, e meu pai sempre discutia com ela por causa disso, mas depois que ela foi morar com o namorado novo, tudo ficou em paz pra mim, pro meu pai e pros meus dois irmãos. Ninguém suportava minha mãe quando ela começava a gritar pela casa julgando todo mundo— Revirou os olhos— Eu fumo porque eu gosto, e não pelo vício, até porque eu não o tenho, e consigo controlar bem minha abstinência— Deu de ombros puxando mais do seu cigarro.

— Essa é a primeira vez que eu fumo em cinco anos— Sorri pegando o cigarro da minha boca e soltando a fumaça pelo nariz— Desculpa papai, eu sei que você odiava, mas isso faz-me sentir bem— Falei olhando pro céu enquanto balançava de leves o cigarro.

— Ele olha por você e pela sua família, e tenho certeza que está sorrindo orgulhoso agora por ver que a filhinha dele está segurando uma barra pela namorada que está mal— Falou, olhei-a e ela tinha um pequeno sorriso nos lábios, o que me fez sorrir.