03 - Culpa, parte 2

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Como sempre: tudo será muito doido antes de ter alguma explicação haha

Deixem seu votinho e comentário <3


***


Acordei gritando e me debatendo. Percebi que estava deitada no chão desconfortável e me sentei, tonta.

– Calma, calma! – era a voz de Ash, ao meu lado.

Sua mão descansou em meu ombro e eu encarei seu olhar claro.

– Onde estamos? – olhei ao nosso redor e era apenas um cômodo, sem móveis ou ninguém além de nós dois.

– Não faço ideia. – ele balançou a cabeça, também estava sentado.

Seu rosto estava uma verdadeira bagunça, sujo e ferido, mas ele parecia relativamente bem.

– Você está enxergando, não está?

Ele assentiu, porém não me encarou, olhava ao redor, como se estivesse aliviado por conseguir enxergar. Eu também ficaria e, na verdade, estava aliviada por sentir meus sentidos do tato e paladar.

– Acho que nos deram um sonífero... – comentou Ash – Não vi quando aconteceu, só senti e ouvi os gritos de Misha tentando pará-los.

– Eles estavam em maior quantidade. Por que não nos mataram de vez?

– Claire... – meu amigo me fitou, sério – Se eles quisessem nós mortos, nós já estaríamos.

– Então, o que é isso tudo? – no mesmo momento que perguntei, continuei – Uma Caçadora falou algo sobre marchar.

– Marchar?

– Sim, ela disse "marcha soldado". Por quê?

– Também não entendo...

– E... – voltei a falar – você não viu, mas eles eram das cores azul e roxa.

Ash franziu o cenho.

– Então eles não eram Caçadores?

Dei de ombros.

– Não sei. Talvez eram?

O cômodo não tinha absolutamente nada além de paredes e portas. Seu piso era liso, quase de madeira, deixando o chão escorregadio para as solas de meu par de sapatos. As paredes eram brancas e havia três portas em duas paredes, uma à minha frente, outra as minhas costas. Eu e Ash estávamos no meio do cômodo, nos fazendo parecer pequenos demais em comparação aquele espaço.

Me levantei devagar do chão, me sentindo mais equilibrada do que imaginava que estaria. Passei minhas mãos em meu rosto e o senti ferido, mas nada que derramasse sangue, apenas cortes, no entanto, minha cabeça doía, o que, eu não duvidava que ocasionaria um galo significativo no dia seguinte, ou fosse quando fosse o dia seguinte.

As três portas à minha frente eram das cores neutras: branco, cinza e preto. Respectivamente nessa ordem.

As três portas atrás de mim eram das cores azul, roxo e lilás. Também nessa ordem, me fazendo querer entrar, desesperadamente, na porta roxa, mas, me detive, não entendendo qual era o propósito da vez.

– Acha que é o óbvio? – a voz de Ash quebrou o silêncio – Ou o contrário do óbvio?

Olhei para Ash que continuava sentado no chão.

– Você entra na porta da cor roxa e eu na cinza?

Ele se levantou e virou de costas para mim, caminhando até a porta roxa.

A IndomadaOnde histórias criam vida. Descubra agora