A Indomada

07 - Agora, parte 2

Em determinado momento, Soul explicou que em Marte, há alguns anos, existiam Caçadores, mas não da maneira tão organizada quanto eles criaram em Z-Mil. Sendo assim, era como se Z-Mil fosse uma "leva" nova de tudo.

Menos nós. Os Salvadores eram únicos, porque, o resto de Marte não acreditava que era necessário nos ter.

Soul saiu da sala e disse que nos deixariam por um momento, conversando.

--- O que vocês acham? --- eu fui a primeira a perguntar, olhando para cada um de meus amigos, incluindo Ás.

--- Não me interessam o que vocês farão. --- Ás respondeu --- Eu irei.

Ás estava em pé, com as costas encostadas na parede e fechava seus olhos por um longo momento.

--- Claro que você irá. --- Luke se aproximou de Ás --- Você não tem nada aqui. Não tem nada a perder.

--- Você tem razão. --- Ás assentiu --- Eu sou indigente. Tenho apenas um nome que eu me dei. Não tenho pais, não tenho amigos. Não vim de lugar nenhum. Mas eu sei qual é o meu propósito e não tenho medo de seguir em frente.

--- O que você quer dizer com isso? --- Lia encarou Ás.

--- Você realmente quer saber?

Lia abriu a boca e antes que qualquer som fosse emitido, Ás colocou uma mão no rosto dela e, em sequência, ela caiu no chão, de olhos abertos, completamente negros e se debateu, tão parecido quanto em J-Dez aconteceu.

Quando acaba o treinamento

Começa o enforcamento

Lento

A possibilidade agora é real

De uma morte visceral

Luke já estava ao lado de Lia enquanto eu afastava Ás dela e Merry continuava parada, quieta demais.

--- O que você fez? --- Luke gritou com Ás e Ás, por sua vez, deu de ombros.

--- Lia é um Oráculo.

E, aos poucos, Lia fechou seus olhos e o abriu novamente, normal.

--- Você está bem? --- Luke perguntou para ela.

--- O que eu disse?

Percebi que Merry balançou sua cabeça antes de dizer:

--- Quando acaba o treinamento, começa o enforcamento, lento. A possibilidade agora é real de uma morte visceral.

--- Você fez eu falar isso? --- Lia se levantou com a ajuda de Luke e gritou com Ás.

--- Você é um Oráculo! --- Ás rebateu --- Deveria estar acostumada com visões negras.

--- É você, não é?

--- O quê? --- Ás riu, mas eu diria que era de nervoso.

--- Você quem tem essas premonições e faz com que eu seja sua interlocutora.

--- Não...

--- Não?

--- Não são premonições. --- e, indiretamente, Ás assumiu que as visões de Lia eram provocadas por ela.

--- Se não são premonições, são o quê?

--- Eu não vejo o futuro. --- Ás levantou suas mãos, em sinal de rendição.