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Limpei minhas palmas em minha calça e me levantei aos poucos. Lia também se levantou e deu um nó com seu próprio cabelo.
--- E agora? --- Lia olhou ao redor --- Esta seria a sala branca?
--- Acho que sim. --- na sala, não havia nem um móvel e era composta por paredes brancas --- Branco é a junção de todas as cores do espectro de cores, certo? --- Lia assentiu e eu continuei: --- Será que isso tem alguma coisa a ver?
--- Será que qualquer coisa aqui tem alguma lógica?
Eu mordi meu lábio inferior e continuei olhando em volta, tentando enxergar alguma câmera ou passagem.
--- Eu acho que eu sei o que está acontecendo...
O que passava por minha cabeça parecia ter algum sentindo. Afinal, nós estávamos a todo o tempo nos desafiando. Nada daquilo parecia que nós estávamos tentando fugir. Será que em algum momento tivemos chances de fugir?
Agora, eu me sentia em um longo episódio de um desenho antigo de crianças que nunca conseguiam escapar.
--- O quê? --- Lia sussurrou.
Abri minha boca para contar sobre todas as minhas especulações, mas, uma porta que eu nem sequer tinha visto, se abriu.
Cerrei meus punhos, preparada para atacar, mas, a pessoa da cor laranja levantou suas mãos, em sinal de redenção.
--- Eu vim em sinal de paz. --- a pessoa falou, acenando --- Meu nome é Ás
Ás arqueou uma sobrancelha e inclinou sua cabeça, como se esperasse por algo.
--- Não vão se apresentar?
--- Você sabe quem somos nós. --- Lia cruzou seus braços e se aproximou de Ás
--- Eu não sei. --- Ás sorriu --- Não por nome. Vocês são muitos. --- e apontou para sua cabeça --- Eu só consigo gravar um nome de cada vez.
Lia revirou seus olhos e eu sorri.
Ás tinha um cabelo de tamanho mediano, pouco acima de seus ombros. E, obviamente, laranja. Ou melhor, ruivo. Assim como suas sardas que enfeitavam seu rosto.
Ás vestia roupas que oscilavam entre o laranja ao amarelo em um tom mais escuro. Sua cor laranja era vibrante, mas o amarelo que Ás, usava, não.
--- Eu sou Claire.
Ás estendeu seu pulso para mim e eu aceitei. Seu apertar não era bruto, tampouco gentil. Assim como suas roupas. Um paletó amarelo-escuro e uma camisa, por dentro, laranja. Ás, até usava uma gravata, essa, em um tom mais escuro de laranja. No entanto, suas peças debaixo era uma saia, que eu, com minha experiência vinda da Terra, diria que era em um estilo escocesa, porém em vários tons de laranja. Seu sapato, por fim, era uma bota, com cadarço pesado, masculina, mas de salto, feminino.
Tudo em Ás, era assim.
Fluído.
--- Não diga que "você é" nada. --- Ás começou --- Não se defina pelo seu nome, pequena Claire.
Eu gelei quando Ás me chamou como Loren falava, mas, de uma maneira estranha, a sensação de desconforto ao lado daquela pessoa não durou muito.
Ás não parecia ter muitos anos de vida. Algo entre os vinte anos marcianos. E, talvez, isso fosse o que fizesse com que eu me sentisse relaxada ao lado de Ás
--- Se você não tivesse um nome e nem uma idade, --- Ás recomeçou --- quem você diria que você é?
Franzi meu cenho enquanto encarava Ás e seu sorriso me fez franzir ainda mais meu rosto.
--- Eu sempre disse que eu deveria trabalhar com a psicologia ou psicanalise, mas disseram não. --- Ás revirou seus olhos --- Seria exemplar, não é?
--- Você não presta para isso. --- Lia comentou e Ás riu.
--- Só você pode ler feições? Ou sei lá o que você faz... --- em seguida, passou a mão em seu cabelo --- Eu também sou de humanas, senhorita Black.
Nesse momento, eu tinha a certeza que pela expressão de Lia, ela também pensava o mesmo que eu.
Aquilo era algo muito de Luke.
Será que Ás está fazendo de propósito? Tentando nos fazer lembrar das pessoas que conhecemos? Querendo criar intimidade?
--- Vocês já se conheciam? --- gesticulei de Ás para Lia e vice versa.
--- Não. --- Lia respondeu na frente --- Só de nome.
Ás acenou.
--- Eu sou uma pessoa popular. --- Ás sorriu, mostrando todos os seus dentes tão alvos quanto aquela sala.
--- O que estamos fazendo aqui finalmente? --- falei, de uma vez.
Ás sorriu mais e com a placa que tinha nas mãos, mais uma caneta, passou a escrever na tal placa.
--- Como vocês se sentem? --- Ás quis saber.
--- É sério isso? --- Lia descruzou seus braços e bateu suas mãos em suas pernas.
--- Claro que sim. --- Ás parecia não se abalar e devagar caminhou até um canto da sala branca.
Não havia nada na sala, sendo assim Ás se sentou no chão, encostando suas costas na parede e apontou para o espaço à sua frente.
Lia continuou em pé e me encarou com a testa franzida, como quem quisesse saber se eu realmente obedeceria. Eu dei de ombros e sentei-me frente à Ás
Apesar da resistência, Lia também se sentou.
--- Não vão me dizer como vocês se sentem? --- A arqueou uma sobrancelha ruiva.
--- Eu sinto raiva. --- Lia estava séria e apontou para seu próprio rosto --- Não é óbvio?
Em resposta, Ás sorriu.
--- E você, Claire?
--- Eu quero sair daqui.
Aquela sala branca me dava nos nervos. Tinha uma vontade intensa de ter tintas para jogar sobre as paredes.
--- Você quer sair dessa sala ou de Z-Mil?
--- De tudo. --- soltei encarando os olhos alaranjados de Ás
--- Você tem certeza que você sair daqui?

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A Indomada
Научная фантастикаTerceiro Volume da Trilogia "A Estranha" Claire e seus amigos tem mais um problema: conseguir sair de Z-Mil. Eles juntos são fortes, porém, teriam coragem e força - tanto mental quanto física - suficiente para vencer a batalha contra seus progenit...