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— Que tipo de poder é esse? — minha voz aumentava uma nota — Como o de Soul?
— Não. — Ash fixou seus olhos em mim.
— Como o que então? — gritei, pedindo pressa.
Ás quem respondeu:
— Como o seu.
— O meu? — encarei os olhos alaranjados de Ás.
— Misha! — Lia gritou, adiantando sua corrida para se ajoelhar próximo ao amigo.
— Vocês conseguiram trazer todos do outro lado? — Merry perguntou.
— Com um pouco de resistência, sim. — Ariana falou apressadamente também se aproximando de Misha em seguida.
— Ash, você não pode fazer nada? — Luke tocou o ombro de seu amigo que estava com suas mãos em Misha, deixando, consequentemente, todo seu foco nele.
— Não. — Ash não olhava para ninguém além de Misha — Não estou conseguindo. Ele não parece desacordado.
Acenei e puxei as mãos de Ash para longe de Misha. Ash me encarou e eu assenti, tentando levar sua preocupação para mim.
— Não se preocupe.
— O quê? — foi a última coisa que ouvi antes de fechar meus olhos e colocar toda minha atenção sobre Misha.
Eu iria curá-lo.
Curar doía e infringir dor, causava prazer, uma sensação plena de poder. Felizmente, eu nunca fui uma pessoa que gostava de abusar.
Mesmo com a dor que passava por minhas veias, eu me mantinha firme e nunca me senti tão poderosa quanto naquele instante.
Eu não estava controlando ninguém, mas ajudando.
Diferentemente de como foi curar Merry há tanto tempo, com Misha, eu não via revivia nada. Apenas via vultos de cores e, gradativamente, sentia a dor surgir.
Primeiro, a dor era uma fagulha. Como o pinicar de um alfinete, depois, cada vez mais intensa, como se o próprio alfinete estivesse entrando em minha pele. De um momento para o outro, o alfinete não parecia mais um alfinete e sim um prego, fazendo a dor passar por todo o meu corpo, em uma corrente elétrica da mesma.
Eu não sabia se eu gritava. Não tinha mais consciência do que eu exteriorizava, apenas sentia. Imaginava meus amigos a minha volta, talvez me sacudindo, talvez gritando, talvez me segurando... Eu não sabia. Era como se eu estivesse à parte. Não dormia, ou seja, não estava completamente incosciente, tampouco estava desperta.
Aos poucos, eu me senti apertar algo, fixamente, enquanto a dor continuava.
Eu sentia todo meu corpo fraco, sensível.
Em um momento, fora como se a dor estivesse explodido. Se meu coração batesse, nesse instante, ele estaria a um milhão de batimentos por minuto, drenando mais do que o normal o sangue para o resto de meu corpo, fazendo minhas veias latejarem, fazendo todo meu corpo ficar hipersensível.
— Claire! — ouvia os gritos e agora sentia as mãos em meus pulsos, em meus ombros, em meu cabelo, em meu rosto.
— Claire! — várias vozes que se misturavam.
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A Indomada
Science FictionTerceiro Volume da Trilogia "A Estranha" Claire e seus amigos tem mais um problema: conseguir sair de Z-Mil. Eles juntos são fortes, porém, teriam coragem e força - tanto mental quanto física - suficiente para vencer a batalha contra seus progenit...