12 - Alerta, parte 2

341 89 1
                                    


Não esqueça de deixar seu voto e comentário.


***


Coloquei minhas mãos em minha cabeça e tive a certeza que eu não estava fazendo nada com eles. Minha mente estava tensa, mas não focada em nada de ruim. Eu não queria que aquilo estivesse acontecendo.

— Claire! — Misha era o único que não estava de joelhos, mas também fazia uma expressão de dor — Está difícil!

Corri até ele e o segurei pelos ombros.

— Você sabe que isso não é minha culpa, certo?

Ele assentiu.

— Eu confio em você.

Sorri.

— Temos que nos concentrar! — queria fazer o mesmo que tinha acontecido comigo e Merry, a "transmissão de poder".

Precisávamos imunizar a todos, porque eu sabia que eu não tinha nada a ver com aquilo.

Misha acenou e segurei seus pulsos, fechando meus olhos em seguida. Aos poucos, como aconteceu com Merry, senti o poder de Misha devagar, em uma real transmissão de poder com a qual a energia dele, passava por minhas veias, tanto que, me sentia mais leve, mais poderosa.

Apertei os pulsos dele e senti as mãos de Misha também apertaram os meus. Sabia que ele também estava sentindo o meu poder intensificar o seu.

Senti algo entre meus seios queimar, me fazendo abrir os olhos e inclinar minha cabeça para baixo, vendo meu colar gravitacional brilhar mais forte do que nunca.

Misha também estava com seus olhos abertos, arregalados e pela primeira vez me dei conta de que ele, nem Ás, usavam colar, e, mesmo assim, não flutuavam. Talvez até nisso os nascidos de Z-Mil tivessem de diferente, não necessitando daquele calor. Porém, agora, o meu queimava, mas não doía, brilhava de arder os olhos.

O brilho roxo de meu colar se intensificou cada vez mais e reparei que Misha franziu seu cenho, incomodado com a luminosidade.

Uma aureola foi formada ao redor do colar, pequena, quase inocência.

— Se concentre! — encarei Misha e não tirei minhas mãos de seus pulsos.

Ele acenou e voltou a me olhar.

Eu sentia que gradativamente a aureola em volta do colar aumentava, se ampliando, se estendendo.

Era meu poder, misturado ao de Misha que a fazia brilhar e quanto mais ela se ampliava, mais ela protegia, mais pessoas ela imunizava dentro de seu círculo, como os anéis de Saturno.

Misha bambeou e eu o tentei equilibrar sem tirar minhas mãos de seus pulsos porque, naquele momento, quase todos estavam imunizados. A luz da aureola, dessa vez, não era mais roxa, era uma mistura de roxo com amarelo. Era a mistura de poderes.

Aos poucos, meus amigos se levantaram do chão e nos encararam, assim como os demais. Infelizmente, eu não conseguia concentrar meu poder apenas nas pessoas que mereciam ser imunizadas, imunizando assim todos do Supremo.

A aureola estava em volta de todos, protegendo a todos e eu me sentia novamente pesada pela energia que era necessária, praticamente tirada de mim.

Eu nunca tinha perdido nenhum membro de meu corpo para saber como era, mas sentia como se puxassem meus braços com um impulso atrás do outro, a ponto de tirá-los de mim.

Mordi meu lábio inferior e olhei para meus amigos que assentiam para mim, agora eu conseguia identificar suas expressões. Não estavam com raiva; talvez, apenas cansados, mas não de mim.

Me sentia aliviada por ter consciência que meus amigos, a família que eu tinha conquistado, confiava em mim incondicionalmente.

Nunca imaginei que pensaria que Ally, Loren e Soul estavam certos, mas estavam. Eles tinham reunido o grupo certo, equilibrado com seu próprio desequilíbrio.

Se éramos todos uma coincidência do destino ou não, eu não sabia. Ainda desconfiava que eles falaram toda a verdade. Talvez não tivéssemos sido tão aleatórios assim. Mas, mesmo que tivéssemos sido, a coincidência nunca fora tão gratificante.

Sorri, conseguido me sentir menos pesada com o poder transmitido e mais viva. Misha também sorriu. E, novamente, me senti como um farol, um alerta. Sorri e, no segundo seguinte, o Supremo atacou.

Eles não nos atacaram, provavelmente sabiam que se acontecesse, também não seriam imunizados e, por isso, houve uma redoma invisível sobre mim e Misha enquanto todos os outros lutavam.

Onde estávamos conseguíamos ver quando os poderes e a luta foi necessária.


Eu continuava me impressionando com a agilidade de Ás, a força de Ariana, a desenvoltura de Luke, o reflexo de James, o equilíbrio de Ash, a habilidade de Lia, a pontaria de Merry. Todos, tanto juntos quanto separados, conseguiam impressionar, tanto quanto os Protetores que usufruíam mais de seus poderes do que de suas habilidades na luta.

Os moradores de A-Zero, C-Sete e F-Quatro também eram bons, alguns destruíam com qualquer um do Supremo facilmente, no entanto, eles tinham menos habilidade e mais uso dos poderes.

Porém, o Supremo inteiro parecia ter poderes excessivamente fortes, sempre usando contra mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Algumas pessoas, literalmente, voavam. Outras eram jogadas para longe.

Continuei tentando manter meu foco ao máximo sobre imunizar as pessoas, mesmo que, consequentemente, também imunizasse o Supremo.

— Quem você acha que está por trás disso? — Misha sussurrou.

— Não parece ser ninguém do Supremo que está aqui. — procurei no meio das pessoas do Supremo alguém que estivesse com cobertura de outras pessoas, mas todos estavam lutando.

Será que alguém do Supremo era forte o suficiente para lutar e também mexer com todos os outros, ao mesmo tempo?

— Devemos parar? — Misha me encarava sério.

— E deixar de proteger nossos amigos?

— E continuar protegendo o Supremo? — ele rebateu.


Olhei mais uma vez para toda a luta e acenei para Misha. Não poderíamos proteger o Supremo, mesmo que nossos amigos sofressem por etapa, naquele momento, tínhamos que agir.

A IndomadaOnde histórias criam vida. Descubra agora