13 - Imagine, parte 3

337 85 1
                                    


Ás se virou para mim e franziu seus lábios. Com sua mão estendida em minha direção, sorriu e disse:

— Você é mais forte que isso.

Me esforcei para levantar meu braço, em direção a sua mão estendida e colocando sobre ela, meu pulso.

No mesmo instante senti a carga. Forte, eletrica, vibrante... Feliz.

Sorri, me sentindo com força o suficiente para levantar, mas, no momento seguinte, novamente senti como se meu corpo estivesse sendo puxado para trás e eu fosse a própria âncora de um navio com uma alta possibilidade de naufragar.

Dessa vez, Ash quem estendeu sua mão para mim e sem esperar que eu conseguisse agarrar sua mão, ele se inclinou, pegando em meu pulso.

A sensação, naquele momento, foi diferente a de Ás. Mas, com Ash, eu me sentia calma.

Fechei meus olhos e tive um misto de poder. Com o de Ás, eu me sentia desesperada pelo excesso de informação; já com o de Ash, eu me sentia relaxada, não com narcisismo, mas com consciência sem modestia de que aquele poder era intenso.

Ouvia gritos, socos, pontapés, cores e poder por causa de Abezan. Mas, por causa de Ash, eu me sentia no controle, como se ele fosse um controle de liga e desliga.

Quando abri meus olhos, Abezan sorria e vi que estava em um apertar de pulsos com Ash. Sendo assim, eu sabia que Ás estava sentindo aquela calma, aquela paz que somente poderia ser proporcionada por alguém da cor cinza.

Alguns do Supremo passaram por meus amigos, vindo diretamente na direção de nós três e antes que nos atacassem, me levantei, em um pulo, usando o apoio de meus amigos para conseguir ficar em pé apenas em um movimento.

O homem que vinha correndo recebeu meu pontapé em seu rosto. Ele cambaleou, mas não caiu.

Soltei os pulsos de ambos, sentindo que eu conseguia sozinha e não tropecei. Levantei minha cabeça e o mesmo homem que não tinha caido, continuou vindo em minha direção.

Gritei. Não um grito de medo ou susto. Muito longe disso. Era um grito de guerra.

Inclinei meu corpo para frente, colocando minhas mãos em minhas coxas, ainda gritando e senti o chão abaixo de mim vibrar.

Todas as pessoas do Supremo estavam caindo do chão. Porque eu queria.

Todas as pessoas do Supremo estavam sobre o meu poder. Porque eu podia.

Eu sorri e finalmente encontrei Mística em meio a tantas pessoas. Ela estava séria e era a única do Supremo em pé. Sendo assim, não era difícil reconhecê-la.

Não demorou muito para que as pessoas do Supremo, aos poucos, começassem a levantar.

Caminhei sem olhar para os lados. Sabia que meus amigos e os cidadãos cuidariam do Supremo enquanto eu caminhava até Mística.

Não demorou muito para Ariana aparecer do meu lado.

— Eu preciso ir.

Assenti, não tiraria dela a oportunidade de falar com sua mãe.

Recuei, no primeiro impulso, quando Ariana entrelaçou sua mão na minha; no momento seguinte, aceitei, apertando-a.

Mística não saiu do lugar, ela continou em pé, sobre uma inclinação. Não era difícil supor que ela adorava se exibir. No entanto, eu nunca a imaginei assim. Nas imagens visuais que criei sobre Mística, ela era uma mulher franzina, vestindo roupas longas, tímida. Na verdade, abusando do estereotipo, eu tinha criado uma suposição para Mística, como se ela fosse uma clássica dona de casa e não uma mulher forte, com um brilho demoniaco no olhar.

A IndomadaOnde histórias criam vida. Descubra agora