08 - Após, parte 3

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***


Talvez Z-Mil estivesse certo desde o início. Pensar no Antes era importante para modificar o seu Agora, mas, não havia necessidade de pensar no Após.

Era melhor deixar o depois para depois. Afinal, eu amava James Sky antes e agora.

— Eu também te amo.

E voltou a me beijar, como se o mundo fosse acabar.

Dada às circunstâncias, talvez fosse.

Nós realmente tínhamos roupas novas no banheiro de cada quarto. Não era exatamente um traje, mas era o mais perto disso que poderíamos ter.

Tínhamos ido comer na sala negra assim que nós acordamos e quando voltamos para nossos respectivos quartos a encontramos.

Gostei de poder jogar fora meu coturno sujo e furado para um novo, roxo e quase reluzente. Minha nova calça era cheia de bolsos e mesmo sem ter nada para pôr dentro deles, eu gostei do de seu design. O tom roxo dele era escuro, beirando ao preto e apesar de meu roxo ser um tom mais vibrante, me identifiquei.

De primeira vista, a camisa, eu não gostaria. Mas, em meu corpo, ela parecia se ajustar perfeitamente. Era um pano um pouco grosso com um decote simples em V que cobria até minhas mãos. Nos pulsos, ela fazia seu desenho mais íngreme e subia, cobrindo minhas palmas e costas da mão, mas deixando meus dedos de fora. Obviamente, roxo, dessa vez, em um tom claro, se mesclando ao azul. Meu colar gravitacional ficava perfeitamente encaixado na inclinação de meu decote.

Passei minhas mãos nas roupas e em meu cabelo. Sentia que havia décadas que eu não me olhava no espelho. Eu estava inteira. Bem, apesar de tudo.

Estalei meus dedos e a roupa poderia ser comum, mas era confortável, se ajustando com perfeição.

Me olhei mais uma vez no espelho, estranhando que minhas tatuagens estavam escondidas com aquelas roupas e tentei pentear meu cabelo com meus dedos. Seu comprimento não passava de minha orelha e como eu o jogava para trás, muitas vezes ele voltava, roçando em meus olhos.

O baguncei, mais do que o arrumei, e assim que sai do banheiro, encontrei James, já arrumado esperando por mim.

Suas roupas se pareciam com a minha, mas eram em seu tom azul e havia alguma humanização naquelas peças, deixando-as ao seu estilo.

Assim como sua calça que não era justa, mas sim certa em seu corpo; nem folgada, nem apertada. Já sua camisa ficava mais folgada, deixando em destaque uma jaqueta em um tom de azul-escuro.

Parecíamos comuns, mesmo que não fossemos.

— Você acha que essa roupa tem algum benefício? — ele estendeu sua mão para mim e eu a aceitei.

— Vinda de Z-Mil tudo pode ser possível. — ri e saímos do quarto, prontos para encontrarmos os outros.

Todos estavam com roupas comuns em suas respetivas cores e percebi que o meu estilo era um dos mais básicos, porque Ás vestia uma calça e sobre ela, uma minissaia. Na parte de cima uma simples camisa moletom e por baixo era possível ver uma outra camisa de mangas curtas. Nos pés, um sapato parecido com o seu anterior, apenas mais brilhante e limpo. Com cardaços, em um estilo mais pesado, masculinizado, porém, com salto.

Merry também vestia saia, uma minissaia rodada e rosa; cobrindo suas pernas uma calça que se assemelhava com as leggings na Terra, de pano fino e em um tom bem claro, para deixar sua saia em foco. Sua camisa era justa e de mangas curtas, mas, sobre ela, uma jaqueta de um aparente pano leve.

Misha também tinha seu estilo único com sua calça mais folgada, acompanhado de Luke com um jeito mais despojado sobre uma jaqueta branca.

Ash e Ariana eram os mais formais, já Lia e eu as mais básicas.

— Finalmente! — Misha bateu palmas — Vamos?

— Para onde? — Luke perguntou.

— Não sei... — ele riu.

E antes que Luke abrisse a boca para falar, Ally apareceu no corredor onde estávamos, na saída de nossos quartos.

— Venham comigo, crianças. — e ela se virou de costas, sem se importar se a seguiamos ou não.

Não sabíamos para onde íamos, mas fomos.

— Vocês já sabem o que tem que fazer, certo? — Ally caminhava e falava, como se houvesse alguma outra pessoa à sua frente, não saberíamos se ela estava mesmo falando conosco.

— Ir até o Supremo de Marte e ajudar a população? — Merry arriscou.

Ally riu.

— Basicamente isso. O Supremo de Marte tem base em quase todos os países, mas seu maior é em A-Zero e F-Quatro. A população, bem... Ela está em todo lugar.

— Você acha que devemos ir primeiro no Supremo? — quis saber e Ally parou de andar pelos longos corredores para olhar para mim.

— O Supremo é o foco principal. Organizando ele, todo o resto de Marte entrará em estrutura, no entanto, a população precisa de vocês. — ela olhou para cada um de nós e continuou — Vocês são nove... Eu os dividiria em trios. Mas façam o que vocês acharem melhor.

— Por que agora você está sendo boazinha? — Lia indagou.

— Não estou sendo, — Ally sorriu olhando para a filha — eu sou. Entendo que nós já mexemos demais com a vida de vocês, agora é a vez de vocês decidirem.

Ela se virou novamente de costas e voltou a andar.

Olhei para meus amigos e eles também se entreolhavam. Não verbalmente tínhamos decidido. Iriamos nos dividir em trios.

Fechei meus olhos por um momento e tentei não pensar no após.

A IndomadaOnde histórias criam vida. Descubra agora