Capitulo 9 - Você será minha morte

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Só que ele não queria ser salvo. Não queria porque ele estava nesse barco há tempo demais para saber que não havia formas de ser salvo. Não queria porque sentia o sangue quente pulsar nas veias com a presença excruciante dela. Não queria porque o perfume dela era o mesmo de anos atrás – e estava lá e em todo lugar – castigando-o. Não queria porque nesse momento não era o Alfonso pai de família, maduro, que estava lá e sim alguém que ele tentou reprimir por anos.  Anahí o provocava e ele adorava um desafio. As atitudes dele ao lado de dela ficavam totalmente impensadas e impulsivas. E ser irresponsável e impulsivo estava no seu sangue. Não queria porque esse era ele sendo ele mesmo. Ele já estava no fundo do poço mesmo e não tinha mais quem o salvasse. Ele não queria ser salvo. Não queria ser salvo e com certeza não queria que ninguém salvasse ela. O karma resistiu tempo demais para ser quebrado agora.

Então ele caminhou tranquilamente até onde ela saia e com um rápido movimento a puxou de volta bruscamente. Anahí sentiu um impacto grande quando seu corpo colidiu com o peito forte de Alfonso. Os cabelos saltaram no ar, ela arregalou os olhos se amparando nos ombros dele que a prendia pela cintura possessivamente. Eles ficaram há centímetros de distância um do outro. E ela o fitou, incrédula.

Anahí: O que você está fazendo? – disse, se contorcendo pra sair dos braços dele.

Alfonso: Sabe Anahí, eu ainda busco respostas. – falou, com um sorriso de lado. Os olhos de um verde frio e maldoso.

Anahí: Que respostas seu maluco? Me larga agora Alfonso! – gritou.

Alfonso: Sssshiiiiiiiiiihh alguém pode te ouvir docinho, vai saber o que vão achar da futura primeira-dama se a virem com um ator selvagem e caipira? – debochou.

Anahí: Se você não me soltar eu vou gritar Alfonso. É sério, você está me machucando.

Alfonso: Quer saber? Acho que não me importo. Você estava lá no palco se requebrando e olhando pra mim. Você estava me desafiando, Anahí. E acho que merece isso.

Anahí: CALA BOCA SEU TARADO! ME SOLTA AGORA ALFONSO!!!

Alfonso: Ninguém pode te salvar Any. Ninguém pode nos salvar. Isso só vai acabar quando morrermos – concluiu, embriagado com o perfume dela. Ele enfiou o rosto no pescoço dela e aspirou o cheiro da pele macia. Anahí se arrepiou inteira. Algo começou a latejar no interior dela. Aquilo só podia ser um pesadelo.

A cabeça dela voava entre realidade e sonho. Estava bêbada, mas nem tanto. Aquilo estava realmente acontecendo e o corpo dela correspondia muito positivamente para seu gosto. Só que estavam numa festa com muitos artistas, apesar de não ter imprensa. E ela não podia correr riscos. Alfonso a estava prensando seus corpos num ritmo lento e dolorido, ele parecia disposto a alguma coisa. Ela tentou de todas as formas se desvencilhar, mas ele era forte demais. Ele segurava-a com muita força. Sua cabeça doía, seu corpo estava tenso, tremente, suava frio, seu coração acelerado e o sangue nas veias pulsando cada vez mais forte. Ela se sentia quente. Precisava. Sair. Dali.

Nesse momento, olhos incrédulos os encontraram. Maite saiu em disparada do bar onde estava até eles para separar Anahí e Alfonso. Ela encontrou uma cena chocante, Alfonso mantinha Anahí colada ao corpo dele. Ele segurava a cintura dela muito firme, tinha o rosto enterrado no pescoço dela e Anahí batia nos ombros dele descontroladamente tentando se desprender.

Maite: O QUE É ISSO PONCHO, SOLTA ELA!!! - gritou, mas só eles ouviram. Estavam num canto escuro do jardim, a arvore grande no meio e alguns arbustos na frente os mantinha escondidos.

Alfonso se sobressaltou ao ouvir a voz de Maite, ele soltou Anahí num pulo e ficou estático olhando pro chão. Parecia acordar de um transe.

Anahí: Você é maluco Alfonso e eu te odeio. Eu te odeio com minha vida!!!! Não se aproxima de mim!! - gritou, exasperada e saiu correndo. Maite ficou encarando Alfonso, como se esperasse uma resposta.

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