Capítulo 68 - Sangue se paga com sangue

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"Ou você morre herói, ou vive o suficiente para se tornar o vilão." ― Batman, O Cavaleiro das Trevas


A vida pode ser complicada, às vezes, complicada demais.

No entanto, há alguns momentos... Alguns pequeninos pedaços de momentos que chegamos a conclusões instantâneas, que podem mudar o mundo.

Instantes valiosos que podem mudar a ordem natural ou o curso dos astros no céu.

Anahí era, de longe, a pessoa mais complicada na vida de Alfonso. Ela sempre foi problemática, desde o principio. A imensidão no olhar dela não era absolutamente nada comparada a sua impulsividade pulsante, constante.

Ela levantava e caia constantemente em busca de alguma coisa real. Alguma coisa que a fizesse se sentir viva. Algo verdadeiro que a instigasse a viver. Tanto lutou, tanto buscou, tanto fez que conseguiu sentir emoções fortes, duras e profundas. Sentimentos estranhos que machucaram mais do que seu corpo, mas sim sua alma.

E então... Naquele momento, quando ela se viu na entrada de uma das maiores clinicas da cidade, Anahí endureceu mais uma vez. Muitas vezes ela quis fugir do passado, quis fugir das decisões que tomou ao longo do caminho, quis deixar o caminho livre pras pessoas a sua volta serem felizes, e viverem suas vidas em paz. Porém, naquele momento, ela precisava ser forte para resolver os próprios demônios. Precisava adquirir sua carcaça dura para identificar o que realmente importava.

Não importava mais em que circunstancias ela foi parar ali ou em que momento o trilho desandou no caminho.

A vida de Daniel Herrera, sim importava.

Levantando a cabeça e assumindo sua carranca dura de olhos azuis gelados, ela suspirou e tocou a campanha.

Finalmente era hora da verdade.

-


Dulce María podia ser qualquer coisa, menos burra.

Ela notou a falta de Anahí cerca de 20 minutos depois da saída da moça. Ela olhou os cômodos do apartamento, revirando o local e... nada.

Dulce: Caralho, Anahí. ― ela vociferou, cruzando a sala. Os amigos nem a olharam, continuaram nos seus sofrimentos particulares. ― Christopher, vou sair. ― informou, dura. Os olhos saindo faíscas, de tão vermelhos.

Só então Uckermann a olhou, curioso.

Christopher: Posso saber onde? ― perguntou, cruzando os braços, uma sobrancelha erguida em sinal de alerta.

Dulce: Não é da sua conta, boneco. – ela respondeu, irritada, pegando a bolsa preta em cima do sofá e se afastando dele – Se você me seguir... Ucker... ― começou, com uma voz baixa ― Eu juro por Deus que está tudo acabado.

Christopher: É o quê???! ― perguntou, ultrajado. O corpo todo retesado de irritação. Lá vem o karma nos dilacerar outra vez...

Dulce: Eu sou adulta, Christopher. Tenho 31 anos e posso me cuidar. ― ela disse, saindo e batendo a porta. Óbvio, Ben Daniels levantou os olhos, um sorriso debochado de canto, mas não disse uma só palavra.

Ela entrou no carro apressada, pegando a 2º avenida e cantando pneu. Tateou dentro de sua bolsa no banco do passageiro, os olhos alternando entre o transito e a bolsa. Finalmente achou seu celular, discou um número e colocou na orelha.

Dulce: Olá Ed. ― ela disse, esbaforida, olhando o trânsito ― Sim, é a Dulce. Preciso que devolva o favor. ― bateu as mãos no volante ― Quero que rastreie um numero pra mim... Sim, cara, não faça perguntas. Apenas me mande a localização por WhatsApp. ― revirou os olhos ― Não, Ed, eu não vou beber com você. Só me manda a porra da mensagem. Bye!

Caminos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora