Capítulo 4 - Tão real como parece?

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Alfonso abaixou a cabeça colando suas testas, olhando diretamente para a boca dela entre aberta. Os lábios ficaram há poucos milímetros de distância, ele aspirou o hálito de vinho e sentiu o cheiro do perfume dela o envolver completamente. Então viu ela dar um suspiro de antecipação angustiado e isso foi a deixa que precisava. Ele apertou o nó do cabelo que segurava forte. Não ia mais segurar.

Inclinou-se para beijá-la...




No mesmo momento em que a porta fez um barulho sendo destrancada. Anahí o empurrou com força para bem longe.





E Christian Chávez surgiu na porta.

Ela virou de costas e puxou a raiz dos cabelos em pânico. Alfonso tomou um susto, mas rapidamente sorriu ao ver Christian.

Christian: Rum rum, ora ora... Eu interrompendo momentos traumáticos. Como nos velhos tempos!!! - Christian tinha um ar divertido no rosto - É... Desculpem incomodar - disse, sem nenhum tom de desculpas - Mas o Guile me chamou pra abaixar o fogo, ou melhor, o incêndio. - completou com uma piscadela para Anahí que se virava para ele ainda em terror.

Alfonso deu uma risada gostosa e seguiu na direção de Chris.

Alfonso: É tão bom te ver meu amigo! - falou, relaxado, com completa descontração. Como se nada de incomum tivesse – quase – acontecido há pouco. Como ele podia recuperar-se tão rápido se Anahí estava toda vermelha e descabelada?

Christian: Igualmente Poncho! – disse abraçando-o. – Eu adoro te ver e temos muito que conversar. Só que agora você precisa ir, depressa. Os seguranças do Velasco estão voltando. – contou, mas fez uma careta de nojo ao dizer isso.

Alfonso: Sem problemas. Já terminei o que tinha para fazer aqui... - alfinetou e Anahí acompanhou os olhos dele fitarem ela dos pés à cabeça, descaradamente. Se demorando um pouco mais na parte do colo dela que subia e descia com a respiração acelerada. Ela sentiu uma súbita vontade de esmurrar a cara dele naquele instante mesmo, dentro do camarim com todos os guardas de Manuel lá fora.

Ele veio pra bagunçar sua vida mais uma vez, ela pensou. Esse desgraçado voltou para destruir seu mundo de novo! Mas ela não ia deixar isso barato. Não ia mesmo.

Com um ar gracioso, ela umedeceu os lábios com a língua e mostrou um sorriso de dentes brancos perfeitos. Completamente debochada. Os cabelos bagunçados caindo em uma cascata íngreme pelos ombros, alguns fios na testa desgrenhados – obra de Alfonso – as laterais do vestido puxadas pra cima, de forma que ele tinha uma bela visão das suas coxas, agora mais torneadas que anos atrás... A perfeita visão do diabo. Ele bufou de raiva.

Anahi: Adeus Ponchito, mi amor. - citou uma frase dela mesma, mordendo os lábios e sorrindo sapeca. Ela sabia o que aquela expressão causava nele. Aquilo foi a facada final para a morte lenta e dolorosa que Alfonso sentia estar acontecendo nesse exato momento.

Alfonso: Adeus Anahí. - disse, seco.

Então saiu em silêncio, antes que cometesse uma loucura com a porta aberta e Christian de testemunha.

~~

Christian: Sinto um cheiro de passado no ar!! Lálálálá - disse totalmente sarcástico, olhando Anahí descabelada – V o c ê!

Anahí: Eu o quê? - perguntou, incrédula. Ela fechou a porta e sentou na cadeira em frente à penteadeira tirando os saltos. Tinha uma postura mais relaxada nos ombros apesar de ainda estar tensa.

Christian: Você vai me contar agora mesmo o que aconteceu aqui Any, querida. - Ele pegou a taça que Alfonso deixou intacta e sentou no sofá atrás dela.

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